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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Domingo na Granja e no Mestre Joca.

Acordei nesse domingo depois de uma noite ruim e portanto indisposto. O domingo não estava prometendo muito. Liguei para o Joca que me deu conta de um churrasco que estava fazendo com a família. Ótimo, passo na Granja primeiro e depois vou para o churrasco.


Fui tentar resolver uma questãozinha no kartódromo com 99% de chances de dar errado. E os 1% restantes não se confirmaram. Não há o menor problema, ficam elas por elas. Certas coisas a gente tenta apenas uma vez. Se deu, ótimo. Caso contrário bye bye.

A caminhada não foi perdida pois foi dia de Copa Amika e eu acompanhei a feminina e a sênior. Antes um encontro na chegada com o Paulo Costa que está com uma novidade da qual vou escrever logo mais, espero.

É engraçado a gente encontrar amigos que não vê ha muito tempo. Agora que estou escrevendo isso me lembrei do dia em que conheci o Paulo no kartódromo numa tarde de sábado. Naquele dia nem imaginei que correríamos juntos na sênior um ano depois. É uma amizade que veio para ficar. Na prova da pesados que foi uma das primeiras do dia, acabou tomando uma bordoada respeitável na traseira na aproximação da hum. Uma dessas digna de filme que por sinal alguem fez e eu assisti depois.

Também vi o Miguel Castro que se apressou em perguntar se eu estava vivo. Mas que indagação heim Miguel? Depois o Zé Ayres que se inscreveu no Kart São Paulo mas ficou na inscrição. No meu entender amarelou.

Veio a classificação da feminina. Deu Carol Persona na pole com o kart 11, o mesmo que eu pilotei na quarta e a Estela Gallucci em segundo com o 33. Kartismo indoor é uma coisa de doido. As moças diferem nos seus pesos, alturas e habilidades. Mas estão lá há um tempão pondo um charme nos domingos. 

Mas me intriga uma coisa. Não sei como a Estela consegue guiar aquilo. É um toquinho de tão pequena e acelera e freia na ponta dos pés. Os braços ficam sempre totalmente esticados. Se eu pilotasse numa posição dessas não sei como faria. Ainda leva almofada e peso no banco. Ao mesmo tempo a Carol, que fora pilotar um bocado é mais alta, fica numa posição visivelmente mais confortável que lhe permite manejar muito bem os braços, o que lhe dá uma vantagem. Na foto mais abaixo do grid da feminina dá para ver claramente os braços da Carol dobrados e os da Estela (de preto em segundo) esticados. Isso porque estão no grid. Andando é pior.

Logo nas primeiras voltas as distancias foram aparecendo e a Carol abriu e se manteve na frente até a bandeirada. Em segundo a Estela. As outras não sei quem são e como não peguei o resultado não tenho como colocar os seus nomes aqui.

Na sequencia é a hora da sênior. Essa eu estava muito interessado em assistir principalmente por causa do Marcelo Nogueira que está com um entusiasmo no kart que eu também já tive ha muito tempo. Dá gosto ver. Antes da largada eu disse a ele: “Solte os braços, segure o volante de leve e sinta o volante. Não faça força”. Êle ia trocar o kart sorteado, o 2, porque não acreditava. Mas esqueceu de uma coisa importante. Deu mais de uma volta ao invéz de entrar logo de cara. Saiu com o 44 que estava pior ainda e voltou na mesma volta para ao box. Incrível, pegou o dois de novo. Não havia o que fazer pois restava uma volta válida. Acabou ficando lá atrás. Na pole Wagner Santos que segundo me disseram era estreante. Depois o Ricardo Talarico sem bigode, Giba, Paulo Costa, Miguel Castro, em sexto não tenho certeza mas deve ser o Persinotto e em sétimo o Caccuri.

Prova sem confusões e com boas disputas e o pole abrindo um pouco dos outros. Apenas um tomou volta que foi o Eduardo Lima, que eu não conheço. Para variar o Miguel Castro sabe administrar uma corrida e tirar o que pode do kart, tanto que veio vindo da quinta posição até o segundo lugar. Logo atrás vieram o Talarico, Giba, Persinotto e Caccuri que acabou ganhando uma posição e foi tambem ao pódium. O Giba e o Paulo Costa andaram para trás por conta do cansaço.

E o Marcelinho? Saiu desapontado com o 14o. lugar. Mas o entusiasmo dele com o kartismo é tal que merece uma crítica fria dos amigos afim de lhe dar alguma luz no meio da batalha. Dou valor ao esporte e acho muito chato quando voce está fazendo o que mais gosta, está obtendo os primeiros resultados e de repente vem uma decepção. Aí é uma hora em que alguem ou alguma coisa precisa te situar. Consolação é negativo. A crítica certeira é muito mais produtiva.

Êle chegou na frente de caras escolados com quem eu já pilotei na senior, como Francisco Stella, Ricardo Arena e João Hipólito. E ficou atrás do Paulo Stella a apenas 0,34s. Não tinha kart para mais que isso. Disse a ele que alguem com experiencia nenhuma em kartismo leva um ano para andar com os da frente desse grupo. Se ele olhar para os tempos dele na quarta-feira no Kart São Paulo vai ver que os de domingo são melhores.

Tem pilotos que entram em alguma categoria e logo de cara fazem barba, bigode e cabelo. Mas a esmagadora maioria adquire performance com treinos. Como habitualmente se diz, é preciso kilometragem. Com treino e kilometragem ganham-se até campeonatos.

Finalmente termino o domingo chegando na casa do Mestre Joca. Suprise, o churrasco acabara. Mas não foi problema. Uma gostosa conversa de duas horas sobre tudo e mais um pouco fechou o dia de forma positiva. Conversar com o Joca é ótimo. E como fala o cabra, um bocado. Uma hora dessas vou falar dele aqui.

fotos: Amigos Velozes 
(clique para ampliar) 


O grid da feminia com Carol Persona na pole seguida de Estela Gallucci em segundo.

 
O pódium das moças que os ´moços´ da sênior entregaram os troféus porque não quizeram esperar o Sato.


 
O grid da senior com 20 participantes e o estreante na pole.


 
 O pódium da senior com o Talarico e seu new look Émerson Fittipaldi depois da cirurgia de catarata.

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Rio de Janeiro - Mega encontro de clubes de carros.

Não tenho tido muito tempo para escrever e por conta disso algumas coisas ficaram para trás mas não necessáriamente esquecidas.

O jornalista Marcus Lauria do blog CarPoint News me mandou um e-mail informando da realização de um evento de clubes de carros no Rio de Janeiro. Trata-se do sexto Mega Encontro de Clubes do Rio a ser realizado no Parque dos Patins na Lagoa no dia 28 de Novembro de 2009 com início às 14 horas.

No e-mail quem informa da relização do evento é Antonio Mendes, fundador da Equipe Corsa, que nada mais é que um clube de “corseiros” que realiza encontros frequentes.

Não tenho informações adicionais mas pelo que li a respeito o número de participantes do Mega Encontro deve ser muito grande.

No meio da leitura repentinamente uma coisa me chamou a atenção. De fato o povo brasileiro é solidário. E esse evento não foge à regra quando conclama os participantes a doarem 2 kgs de alimentos não perecíveis a serem distribuídos a pessoas carentes.

Daí vem uma curiosidade da minha parte. O número de participantes eu não tenho a menor idéia de qual seja, mas se multiplicarmos esse número por dois teremos um peso considerável de alimentos.

Assim eu me pergunto se uma coisa totalmente midiática como uma olimpíada, que de mega não tem nada mas sim de ultra-hiper, arrecadaria ao menos um pirulito. Tenho as minhas dúvidas.

Então, se voce mora no Rio, se vai ao encontro no dia 28/11 com o seu carrinho ou não, se voce é daqueles que pagaria qualquer preço por um friso do seu carro, lembre-se que 2 kgs de não perecíveis são uma ninharia que muitos não podem obter. Mais informações no e-mail da Equipe Corsa - megaencontro@equipecorsa.com.br.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Kart São Paulo etapa 9 - Vitória do Mogar na Master.


 Na Master eu falei que a coisa ia pegar fogo e pegou mesmo. Na corrida e no campeonato. De novo o kart 25 venceu. E na mão de quem? Justamente o Mogar foi sorteado com o bólido. Não basta pilotar bem e estar disputando a liderança e ainda por cima pega o melhor do dia. Até a prova da Master inclusive, esse kart tinha ganho 5 seguidas. Será que algum dia eu terei o meu 25?

O Edson Correa tinha classificado em segundo e a expectativa era que a briga ficasse entre êle e o Mogar. Mas vindo lá de trás do campeonato sugiu o Dr. Paulo Stella com muita fome. Ou sêde, quem sabe. E veio para decidir. Logo no começo fechou no final da reta e fez por dentro disputando duro com o Edson que não alivia nada nunca. Se tocaram, o Edson girou e tocou em mais alguem que não sei quem foi. Coisa de corrida agressiva. Uma volta mais tarde quase o Paulo faz juz a uma advertencia na entrada da reta da cronometragem.

No meio dessa confa alguem levou uma advertencia mas não sei se foi o Edson ou o Fernando. A trem foi espalhando e acabou com o Mogar na frente, Paulo Stella em segundo, Claudio Abdo em terceiro, Fernando em quarto, Otto em quinto e fechando o pódium o Nico Mármora. O Otto que pilotou o 35 disse que o kart estava ruim de curva. O Nico não conseguia levar vantagem e por isso empurrou o Otto no final. Nessa brincadeira o Mogar abriu uma diferença a mais mas nada que garanta o campeonato apesar da sua clara habilidade. O Paulo que se não me engano estava em 11o. subiu mais perto dos ponteiros. Se tiver sorte no sorteio daqui para frente, pode incomodar na pontuação.

O Otto é rápido no gatilho. Já saiu a pontuação atualizada com a prova de hoje. Mogar na frente seguido do Otto, do Abdo e do Edson Correa. Depois Valdir Cabeção e o Paulo Stella em sexto.

Na Light eu subi da deprimente lanterna para o distante vigésimo lugar. Enquanto que o Werner já pulou para sétimo.

Muito bem pilotada. Está tarde, estou escrevendo a caráter (de macacão) e estou cansado. Hora do berço. ZZZZzzzzzzzzzz.


Kart São Paulo etapa 9 - Apareceu o Button da Light do campeonato!


 Não choveu e eu agradeço a São Pedro ou quem quer que seja porque no seco é muito mais fácil. Mas ao contrário da hora do almoço quando o sol fritava ovos, ao chegar no kartódromo fazia frio. A Granja é um lugar imprevisível.

Fiz uma conta hoje. Em 2009 eu pilotei apenas 2 horas contando com a prova de hoje. Duas horas em um ano é a mesma coisa que não ir ao kartódromo. Em compensação a corrida de hoje foi a mais prazerosa de todas, conforme o relato que segue.

Como eu coloquei no post anterior a minha preocupação era tentar uma boa classificação. Tämbém a minha própria cobrança de não rodar, coisa que eu não tinha cumprido nas duas anteriores e que me jogou para a lanterna do campeonato.

Peguei o kart 11 e me lembrei de ver a temperatura dos pneus no box. Gelados, o kart não tinha andado. O campeão da noite era o 25 que ficou com o Giba. Esses penus azuis teem uma diferença pequena de grip entre frio e quente. Na classificação não poupei e vi que tinha chão. O motor empurrava bem. Caprichei o que a minha parca condição de pilotagem permitia e fiz o terceiro tempo com 18 karts na pista.

À minha frente o Marcelinho Garantia de Ingresso em segundo, e na pole, é lógico, o Giba com o foguete 25. Êle é o Button do campeonato, tem estrela. Fez a pole, a melhor volta e venceu com 21 segundos à frente do Marcelinho Garantia de Ingresso. Mais 31 pontos na carteira. No meu entender ganha o campeonato.

Eu já tinha cumprido uma etapa da minha expectativa na classificação. Mas eu tinha visto os tempos no placar e sabia que não ganharia a prova e que também poderia andar para trás. Eu estava mais preocupado com a minha tocada do que com a colocação.

E não deu outra. Primeiro veio o Carlos Giannini e me ultrapassou. Tentei ir atrás, cheguei perto mas não deu. Depois foi a vez do Fábio Junqueira faturar a minha posição.

Eu nunca olho para trás então não sei se estou sendo seguido de perto. Até que alguém te toque na traseira. Opa, tem alguém aí. Mais algumas voltas e o Werner me ultrapassou. Achei aquilo um descaso com a nossa amizade de trinta anos e resolvi que não levaria pra casa. E aí começou o melhor da corrida.

Falei da temperatura dos pneus no começo do post. Pois bem, os danados foram perdendo grip a medida que esquentavam e eu não soube lidar com isso. Mas o kart do Werner também não vinha bem de chão e ele não estava acertando o mergulho. O prosseguimento da brincadeira foi uma troca de posições volta a volta. Não terminávamos a volta na mesma posição que começávamos. Eu espremi o Werner, ele me espremeu também, dei e tomei X, fechei a porta várias vezes e o final foi incrível.

Na penúltima volta eu ultrapassei de novo na reta da cronometragem e não entendi a aliviada que ele deu na sequencia. Olhei para trás na reta e fiz sinal pra êle. Veio para cima e trocamos de posições de novo e na bandeirada estávamos tão perto um do outro que eu tive a impressão que ele fechou na frente.

Resultado final, eu em quinto e êle em sexto a insignificantes 0,02s atrás. O meu final mais apertado até então tinha sido 0,3s com o Carlos Braz que corre na Classic Cup de Passat. Dois centésimos é um final emocionante, digno de comemoração. Cruzamos a linha de chegada dando a mão um ao ao outro.

A adrenalina do final me fez esquecer de todo o restante da prova e das minhas deficiencias que só vou resolver com treino. Apesar de finalmente não ter rodado e conseguido uma classificação decente, eu não me iludo. Hoje foi um aborto. Na prática andei duas posições para trás. Apesar de ter guiado mais redondo não prestei atenção no grip dos pneus. E também arrisquei pouco na hum. Na única tentativa de fazer flat quase vou pros penus. Tá faltando treino, a coordenação não é mais a mesma.

Parabéns ao Giba Button Gallucci pela brilhante vitória. Muitas palmas para o Marcelinho que melhora sem parar. E muito obrigado ao Werner pelo nosso dia de Arnoux X Villeneuve. Valeu cada curva.

Só para constar o Stocco terminou em nono e o Messial em oitavo. O Lucas e o Enzo não compareceram. Assim o Giba acabou abrindo uma vantagem que dificilmente vai perder. Daqui a um mes tem a penútlima do campeonato. Até lá.
 

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Kart São Paulo - cinco com chances de liderar a Light hoje!

 
Hoje à noite é dia de Kart São Paulo na Granja. Briefing às 21:25. Há mais 3 etapas contando com essa. Na Light, onde eu vou fazer a minha terceira prova, figuro numa solene lanterna. Rodei nas duas primeiras participações, se é que poderia ser assim chamado, e embora não tivesse terminado em último acabei ficando lá atrás. Eu não participei das duas primeiras e portanto não resta mais nada a fazer a não ser pilotar.

O circuito é o 3, o longo sem chicane. Gosto muito desse porque a hum e dois se faz flat. Quando o kart permite caprichar é gostoso. Quando não, às vezes é panca nos penus da barreira mesmo. Mas são macios, eu já experimentei.

Nem na Master nem na Light há algum prognóstico do campeonato. Na Light o Giba em primeiro com 13 pontos à frente do Stocco pode perder a liderança hoje porque o primeiro colocado leva 29 pontos. Como também pode por mais 29 pontos de vantagem e aí começa aparecer o Button do nosso campeonato. Há 93 pontos em jogo daqui até o final, já que além dos pontos da colocação há hum ponto para a pole e hum para a melhor volta. Se ganhar a prova o Giba abre 29 pontos sobre o Stocco caso ele não chegue além de 11o. Muito difícil. Isso tudo não quer dizer nada porque atrás do Stocco tem o Enzo com 65, Lucas com 63 e Messiel com 63. Dessa forma tem 4 candidatos imediatos a tomar a liderança do Giba. E é entre esses que vai rolar a disputa. Vai ser interessante.

Vou me ocupar mais da classificação do que da corrida porque no campeonato mesmo eu não tenho chances. Além de não ter treinado nada eu classifico mal e isso está matando as minhas corridas.

Na Master a coisa pega fogo daqui para frente. Há só 3 pontinhos de diferença entre o Otto e o Mogar. Atrás do Mogar vem o Abdo com 9 pontos a menos. Tres caras que vão brigar nas últimas provas até a última curva. A Master só vai ser decidida na última prova, sem dúvida. O Otto é o chefe, mas um pelo outro nesses tres eu poria as minhas fichas no Abdo. Tem 3 vitórias no início do campeonato, as tres com dois pontos extras. O cabra toca. Mas é aquela coisa, kart de aluguel é loteca. 

Muito bonita essa elucubração toda mas estou considerando que isso tudo tem chance de ser verdade no seco. Mas hoje chove ou não?? Nem imagino mas pelo andar da carruagem dos últimos dias é provável que caia uma água.

E nessa condição eu apostaria em quem?

Na Light no Giba. Pilota muito bem no molhado. Já andei com ele assim e já o vi ganhar várias posições na chuva numa prova do Endurance. Os outros eu não conheço e por isso não posso dizer nada.

Na Master a mesma coisa, não conheço um por um e nunca os vi andar na chuva e não sei o que dizer. Mas seria uma boa oportunidade para o Paulo Stella subir na pontuação. Anda bem na chuva, também já vi. Outro que se sai bem na chuva é o Edson Correia.

Eu na chuva? Se estou rodando no seco é preciso dizer alguma coisa?


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rubinho na Williams - Ultima passagem na F1 deve ser valorizada.

O site Grande Premio colocou duas notas sobre uma entrevista de Barrichello ao programa “Bem, Amigos”. Eu não assisti e portanto me baseio no que o site divulgou.

Diz Barrichello que tinha contrato com a Brawn por apenas 4 corridas no início do campeonato e que se aparecesse outro piloto com patrocinador, ele teria que sair.

Diz ainda que o motor Mercedes teve importancia decisiva no sucesso nesse campeonato. Quanto à Williams ele não apenas deixou de dar qualquer confirmação como também desconversou sem dar nenhuma pista sobre o tema.

Muito bem, fazer interpretações é simplesmente inútil pois o que há de concreto nisso tudo está guardado a quantas chaves forem necessárias com as pessoas relacionadas. Se ao pedir emprego numa empresinha qualquer o salário é sigilo, imagine o nivel de sigilo que existe num ambiente como a F1 onde rolam milhões.

Há poucas coisas que podem ser ditas tendo como base essas declarações de Rubens.

Quando êle diz que teria que sair do time se aparecesse outro patrocinador, nada mais faz que justificar a idéia de que a equipe precisava de dinheiro, como aliás ainda deve necessitar, e que a F1 é movida a dinheiro e não nessáriamente a pilotagem e motores.

Se êle seria o piloto a sair da equipe caso surgisse um outro candidato com patrocínio, isso por si só já remete à idéia de que Button tinha preferencia na equipe, tanto que o inglês foi confirmado antes de Rubens e está também confirmado para 2010.

Rubens aceitou as condições da Brawn porque não havia alternativa. Na época eu lembro que especulei em conversas com amigos que ele estaria pilotando por um salarinho qualquer mais as despesas porque assim se manteria em atividade. Fora da F1 a única coisa que ele conseguiria seria voltar para casa. Lá dentro tem a chance de estar em contato com outros.

Abraçou a única chance que tinha, acreditou na sua própria capacidade e lutou contra todas essas adversidades. Fez um belo campeonato e não o perdeu em Interlagos como a torcida vê. Perdeu bem antes disso. Em Interlagos com um carro que não rendia tão bem e um pneu furado no fim da corrida êle lutou como pôde para tirar uma vantagem que daria o título ao inglês com uma certa facilidade. Um pilôto pode controlar a sua corrida mas nunca a dos outros e nem o imponderável. Foi uma batalha muito bem travada e na minha opinião o público saiu ganhando pois foi uma corrida com os seus atributos mais adequados ao propósito de uma competição de velocidade. Muito diferente de corridas de rua que no meu entender não deveriam existir nessa categoria. Por exemplo em Cingapura onde a classificação é importantíssima, Rubens bateu no muro porque era ali que a pista acabava e onde acabou tambem a sua possibilidade de pole. Fora a troca de cambio que o colocou mais atrás ainda.

No final do campeonato com o companheiro de equipe como favorito e Vettel se aproximando na pontuação, apenas lhe restava tentar o que fosse possivel até o fim, situação muito diferente de Button que apenas administrava uma boa vantagem.

Convenhamos, isso tudo se constitui uma luta das boas. E por isso eu considero que o ano de 2009 foi um ano de bom proveito para êle. Uma situação muito diferente de assistir ao campeonato de casa pela tv numa deprimente aposentadoria.

Agora se especula para onde ele vai e o próprio não dá qualquer sinal concreto. Isso quer dizer que vai para algum lugar. A possibilidade mais cogitada e não confirmada é a Williams. A equipe não tem mais os motores Toyota e recentemente a Mercedes não aceitou fornecer para a equipe. Mas se sabe que as conversas ainda acontecem. E também há a possibilidade dos Cosworth.

É interessante que Rubens cite o motor Mercedes como uma grande influencia no resultado da equipe ao mesmo tempo que a Williams pretende exatamente esse fornecimento para 2010. Num post anterior eu especulei que o motor poderia ser uma questão que influenciasse uma mudança de Rubens. Parece que há alguma relação de causa e efeito a ser confirmada ainda.

Mas o que mais interessa nisso tudo não é que ele tenha perdido um campeonato, que não tenha vencido em Interlagos nem que ele tenha um pinico na testa ao invéz de uma estrela.

O que precisa ser considerado é que o ex-aposentado disputou o campeonato com chances de vencer numa época que representa o seu fim de carreira e está sendo contratado por alguem que não se sabe quem é mas é muito provável que seja a Williams.

Então depois disso tudo eu pergunto se Frank Williams - que se a memoria não me falha é Sir - contrataria um sujeito que a maioria dos brasileiros adquiriu o hábito de tratar com desdém, se esse mesmo cara não fosse suficientemente qualificado para fazer mais um ano na categoria que é a mais exigente de todas desse esporte, e ainda levando em consideração que a fila de pilotos que querem ingressar na F1 deve estar mais ou menos igual a fila de bilheteria de cinema.

Usando o máximo que eu posso da minha burrice eu diria que a razão mais evidente é que êle necessite de um piloto constante, de pilotagem precisa, experiente, combativo e motivado. E se Rubens é realmente parte da equipe em 2010 então ele tem essas características. A isso dá-se habitualmente o título de competencia.

No ano que vem é outra equipe, outro carro, outras regras, outro tudo e portanto uma estória inteiramente nova sem prognósticos evidentes. Deve ser a última equipe na qual Rubinho pilotará na F1 e nesse caso uma equipe que tem muita tradição no meio. Com certeza fará de tudo para valorizar isso.


domingo, 18 de outubro de 2009

Barrichello - poderia ter sido pior.

O final de semana foi o melhor da F1 de 2009. Muita vibração, muita gente nas arquibancadas, muita incerteza, muitas dificuldades e também muitas ultrapassagens. Sem dúvida nenhuma a etapa de Interlagos foi a melhor do ano e no meu entender dá respaldo à minha noção de que corridas de F1 devem se dar em pistas de competição e não em ruas.

O sol, ao contrário da leitura de muita gente foi favorável à todos, inclusive Rubens. Button teria muita dificuldade na chuva saindo lá de trás mas não é necessáriamente verdade que não superaria os da frente ao longo de 70 voltas. Numa corrida em pista sêca Rubens pôde usar toda a capacidade do seu carro e tentar o que mais necessitava que era a vitória. Êle têve sorte junto de competência na classificação. Os seus maiores concorrentes ficaram tôdos lá atrás no grid. Mas Rubens mesmo tinha a consciencia de que não pode depender de clima para vencer uma prova.

A êle só restava dar o máximo já que poderia controlar única e tão sómente a sua própria prova. A torcida, coisa para qual o brasileiro dá um imenso valor, também fez a sua parte, mas mais uma vez a corrida foi decidida no asfalto mesmo. Como deve ser em todas as outras ocasiões.

Ninguém poderia imaginar que viessem lá de trás os concorrentes de Rubens por conta de acidentes onde participaram pilôtos cujos pontos obtidos não mudariam a história do campeonato.

Nem Rubens poderia esperar que um pneu perdendo pressão lhe tirasse as últimas chances de levar a decisão para a última prova. Aí, ao contrário do que costumam dizer, eu penso que Rubens teve sorte. Sorte de ter telemetria que lhe indicasse que a vibração era originada por um pneu furado. Caso contrário teria corrido o risco de retornar aos boxes se arrastando na pista e transformar a festa da pole num amargo desastre. É claro que ninguem ao menos pensa na possibilidade de ter pneu furado e isso representa uma grande perda numa hora decisiva, mas poderia ter sido uma perda maior ainda.

O campeão já está definido mas o campeonato ainda não terminou e veremos daqui a 15 dias os mesmos pilôtos mostrando o que sabem numa pista onde nunca andaram. E a disputa de então será entre Vettel e Rubens. E penso que vai valer a pena assistir. 

Finalmente, embora Rubens não tivesse conseguido o almejado campeonato e nem a vitória em Interlagos, mostrou que está em condição de combate. Disputar a ponta de um campeonato de F1 é uma coisa dificílima. E nas condições que êle o fêz nas últimas provas o qualifica para mais um ano na categoria. Eu diria mais dois. Se diz que irá para a Williams. Pode ser, mas espero que seja com a mesma vontade que chegou no autódromo nesse final de semana.


Button campeão - "We are the champions"!

Mais um nome inglês que se soma a uma lista onde se encontram Mansell e a familia Hill, apenas para citar alguns. Tudo que envolve automóveis e automobilismo na Inglaterra é muito desenvolvido. É um país que tem tradição no assunto. Um campeão inglês numa equipe inglêsa é algo que faz tôdo sentido.

Button mereceu o campeonato como poucos. Fez a lição de casa o ano tôdo pilotando muito um carro que mostrou ser o melhor da categoria. Soube aproveitar muito bem o que tinha e isso é fundamental para se conquistar um campeonato. Também no meio do caminho quando alguns pensaram que êle tinha amarelado, soube administrar com bastante paciência a sua vantagem. Além disso é um cara sortudo. Saindo de 14o. as coisas ficaram muito difíceis para êle no início da prova. Mas a bandeira amarela o trouxe mais à frente e a partir daí a prova de Rubens começou a se complicar a cada volta. Viu claramente as chances bem à frente do bico do seu carro e foi muito agressivo pois sabia que tinha condições de superar quem vinha à sua frente. Embora previsse uma corrida dura até o final, alguma farpa do acidente no início da corrida pode ter tirado de vez as chances de Rubens quando Button estava já a ponto de disputar posição com Rubens. Isso foi uma coisa que tirou da prova um provável momento de auge - disputar na pista mano a mano a posição com o companheiro.

O tempo foi outro fator que colaborou. Uma corrida com chuva e com tanta gente à sua frente poderia significar o fim da prova em apenas uma única volta. Também pôde contar com um pit a mais de Raikonnen que acabou a prova uma posição atrás. Enfim, como se costuma dizer, tudo conspirou a seu favor. E por falar em favores, ele se livrou de forma muito natural de fazer o tal favor (inexistente no mundo do esporte) de deixar o campeonato para ser decidido em Abu Dhabi conforme gostaria o rei Bernnie.

É um título que vem como uma paga pelos duros anos passados numa equipe que tomava ultrapassagens na reta e cujo mantenedor oficial resolveu se retirar da categoria. Pairou sobre Button e toda a equipe a sombra do desemprego. Acho que a Honda merece ser lembrada pois deixou um caixa na equipe de tal forma que ela tivesse condições de se restabelecer. É provável que esse carro campeão não tivesse feito nem o primeiro teste que aconteceu com a carenagem inteiramente limpa de adesivos se a Honda pura e simplesmente saísse pela porta dando tchauzinho e abanando lenços.

Parabéns ao campeão Button e parabéns também à campeã Brawn. They are actually champions.


F1, um mundo extremista.

Ontem o jornalista Flávio Gomes disse que os carros de F1 atuais são aberrações mecanicas porque tiveram dificuldade de realizar a sessão de classificação por conta de uma chuva que êle mesmo já viu piores em outras corridas. O adjetivo está exagerado mas é justificável pois a F1 atingiu um tal grau de desenvolvimento tecnológico que se tornou uma coisa extremista como êle mesmo diz.

A F1 é sim uma categoria de extremos, é o ápice, o máximo na sua atividade. E nesses extremos não podemos deixar de incluir as pessôas. Quem não se lembra das declarações sem papas na língua de Nelson Pìquet, muitas delas até mesmo ofensivas? Quem também não se lembra de Senna parando para pensar por um pequeno instante antes de responder uma pergunta?

A F1 já passou por tragédias que depoem contra a categoria como o acidente de Bandini, o de Williamson, Villeneuve e o mais exposto de tôdos, Ayrton Senna em Ímola, apenas para citar alguns.

Fábio Seixas numa entrevista com Bernnie Eclestone lhe perguntou sobre o impacto da morte de Senna ao que o chefão ditatorial respondeu que a grande exposição do tema acabou revertendo a favor da F1. Bernnie nada mais disse que uma verdade. O problema é quem e como disse, e onde também.

Bernnie tem uma conhecida tendencia para posições que dão espaço para polêmicas. Já disse que os regimes políticos fortes são melhores que outros, que Hitler teve a capacidade de unir pessôas em torno de uma organização. Não são posições muito amigáveis. Da parte dêle fica bem claro que a sua posição de chefão lhe dá direito a qualquer coisa pois se faz de juiz de si próprio. É estranho que êle próprio tenha transformado a F1 de forma radical a ponto de pautar a relação de equipes e pilôtos com a imprensa. O público da F1 não são as pessôas que estão no autódromo e sim um público muito vasto que assiste as corridas, sendo que a grande maioria não vai ao autódromo. Assim a relação com a mídia tem um peso impressionante. E pela característica tão polêmica das suas delcarações eu penso que individualmente falando êle não está muito preocupado com isso.

É interessante lembrar que outras pessôas foram muito critcadas pelas suas declarações. Um dêles Rubinho, que logo mais estará na pista tentando ganhar o seu primeiro campeonato. Também é preciso lembrar que Massa recentemente não pensou duas vezes em dizer o óbvio - que Alonso sabia da tramóia de Cingapura. Também que Nelsinho disse que Briatore não entende de F1, o que é questionável, mas foi o próprio italiano quem recorreu a um meio exótico e absolutamente fora dos padrões para conseguir uma vitória de forma anti-esportiva. Idéia à qual infelizmente Nelsinho cedeu. E para não esquecer há a histórica declaração do pai dêle de que Senna era gay.

Enfim, se Rubens precisa pensar no que diz, ao menos a favor da polidez e da boa vizinhança Bernnie também precisa e não se pode esquecer que êle é quem deve dar exemplo por conta da sua posição na categoria. Coisa que eu não vejo a menor chance de se suceder algum dia. A última declaração dele foi sem dúvida infeliz pela forma como foi colocada e porque não também pela forma como foi tratada.

Assim é a F1. Extremista e em muitas ocasiões até aberrante. Há excessos por todos os lados. Excesso de velocidade, de motores, de rotações, de pneus, de público, de jornalistas, de declarações, de coberturas, de tudo. Há até sadomasoquismo.

E o mais incrível é que essa é a F1 que nós assistimos todos os meses e acompanhamos até mesmo quando estão em férias. É muito provável que nós sintamos uma atração por coisas extremistas, senão a F1 não sobreviveria. Aliás, lembremos que o nosso automobilismo aqui morreu enquanto que o dos outros vai bem obrigado.


sábado, 17 de outubro de 2009

GP de Interlagos - classificação com sabor de corrida.

Como eu não sou meteorologista e o tempo em São Paulo é muito imprevisível, no final acabou saindo classificação com chuva mesmo. Eu só não esperava que chovesse tanto assim. Pela cara do céu de hoje acho que amanhã São Pedro vai mandar mais água. A Globo disse que há 80% de possibilidade. Claro que não são êles que dizem e sim algum serviço meteorológico.

O treino foi realmente emocionante e incrivelmente longo a ponto de alguns pilotos deixarem o cockpit muito provavelmente para uma descarga de líquidos pois as condições foram imprevistas.

Me surpreendeu a ausencia de Vettel que ganhou em Monza no ano passado embaixo de chuva. Achei que hoje ele teria uma apresentação muito boa. Saiu visivelmente irritado e não há dúvida que a irritação é consigo próprio.

Também me surpreendeu a atuação do japones da Toyota que ocupa temporáriamente o lugar de Glock. Terminar a classificação do seu primeiro GP de F1 em 11o. lugar foi uma performance digna de nota. Até ele está mostrando que é um cara para a F1.

També me surpreendeu o resultado obtido por Button. Eu esperava mais dele. É um grande pilôto, não resta dúvida, tanto que está na ponta do campeonato. Mas hoje ficou claro que Rubens pilota mais que êle na chuva. Button não se classificou melhor porque não conseguiu, essa é a realidade. E partir em 14o. em Interlagos não é nada agradável. Faço uma aposta para uma estratégia de tanque cheio. Mas se amanhã cair a água de hoje ele não vai se dar muito bem.

Rubinho fez tudo como manda o figurino. Ao menos o figurino que ele escolheu. Guiou muito bem mesmo, foi ousado ao permanecer com os pneus de chuva no Q2 ao mesmo tempo que os outros andavam mais rápido volta a volta. E por pouco mesmo não ficou fora do Q3.

Mas aí a pista estava com muito menos água e começou a parte mais emocionante da classificação que na minha opinião foi mesmo um início de corrida. Não disputaram posições mas o público vibrou como se fosse uma prova. Rubinho deu o melhor que pôde e mostrou que estava muito concentrado na tarefa fazendo sempre tempos cada vez menores até culminar com a pole na última volta. Têve sabor de vitória e eu diria que já é uma vitória conquistar a posição mais a frente nas condições de pista de hoje e nas condições atuais do campeonato.

Mas com tudo isso eu continuo pensando que embora Rubens pilote muito bem no molhado, pista seca é muitíssimo menos arriscado. É preciso lembrar que numa pista molhada você pode bater por causa dos outros e não da sua habilidade. Pelo que mostrou hoje, se chover amanhã pode manter franca vantagem em relação à Button. Mas como o tempo aqui é autentica loteria só resta aguardar.

Uma coisa é certa. Se o treino foi emocionante a corrida então promete muito mesmo.


GP de Interlagos - Chuva é bom pra quem?

Saí cedinho para ir na padoca e o tempo estava ruim, chuvinha fina. Mas isso é pela manhã bem cedo quando o ar está muito frio. Não quer dizer que será assim o dia todo. Como é comum no clima da terra da garôa você acorda com um tempo e finaliza o dia com outro. E não deu outra. Agora pouco saiu um sol, o céu está começando a limpar e a chuva sumiu. O autódromo não é muito longe daqui e portanto o tempo lá é o mesmo daqui.


Logo mais às 2 da tarde tem o treino classificatório que eu penso que vai ocorrer embaixo de sol e pista seca. Temperatura do ar baixa o que faz muito bem para os motores.

Acho que o qualify de hoje será a parte mais emocionante do final de semana. Classificação é muito importante em Interlagos que virou pista travada com poucas opções de ultrapassagens que muitas vezes ocorrem por deficiencia de alguem ao invéz de arrojo de outrem. Básicamente há a freada do S do Senna onde o erro de um normalmente significa a perda da posição, a reta e a curva no final e depois disso só o que vem após a junção.

Interlagos é a segunda pista mais curta da temporada com 800 metros a menos que a ultima do campeonato onde ninguem andou ainda. No ano passado Timo Glock interferiu na decisão do campeonato mas não participou disso ativamente como muita gente disse. Para quem não se lembra começou a chover no final da prova e se ele viesse para o box trocar pneus acabaria terminando a corrida mais atrás. Por isso é que ele continuou com os pneus de seco. A equipe óbviamente ponderou que o tempo de box seria longo demais naquelas circunstancias. A saída do box de Interlagos é ruim comparando-se com outras pistas.

Contráriamente ao que todos dizem eu acho que se fizer tempo seco será melhor para Barrichello. Ele é muito bom na chuva mas como o Senna mesmo dizia chuva é loteria. Imagine pilotar uma coisa com 700 hps para empurrar numa pista molhada. Eu diria que o Glock foi milagroso ano passado ao conseguir terminar sem rodar. Para Button a chuva não seria mal negócio. Rubens precisa fazer o melhor possível, o mais proximo da perfeição e ainda assim corre o risco de perder o campeonato. Button está administrando vantagem e com certeza fará uma corrida conservadora, ou no mínimo sem nehum arrojo. Por melhor que Rubens seja na chuva, Button não é ruim e nem cego e conseguiria administrar essa adversidade também, enquanto que Rubens necessitará escapar dele ou persegui-lo o tempo todo, seja no seco ou no molhado. E convenhamos, no seco é mais fácil. Os dois teem necessidades bem distintas nessa prova.

Para Vettel tudo que vier é lucro e portanto podemos esperar uma bela atuação dele. E não vejo porque ele se preocuparia com a disputa alheia sendo que ele tem chances matemáticas de ganhar embora isso seja pouco provável que se torne realidade. Ele deve estar no meio da briga dos outros dois.

Já que a pista é uma das mais curtas e o box longo, a posição de largada é importantíssima assim como uma estratégia impecável. Portanto do meu ponto de vista a corrida já começa hoje mesmo. Vamos aguardar.


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Farpas de verdade

Numa semana de GP uma cidade fala menos de outros assuntos e há noticias da F1 todos os dias. Fala-se de tudo sobre esse mundo inclusive as coisas que não influenciarão no resultado da prova. Por exemplo eu vi ha alguns minutos na tv uma coletiva do Alonso onde ele falou de vários temas incluindo o massacrante papo de Cingapura do ano passado. Essas entrevistas são entediantes para o público e acredito que também o sejam para os participantes. Alonso disse que apostaria em Rubinho para vencer a corrida. E depois que gostaria que Rubinho ganhasse o campeonato também porque tem menos tempo disponível para ganhar um. Política demais.

Para contribuir um pouco com esse clima de fantasia, Bernnie disse essa semana numa entrevista que Button lhe faria um favor se deixasse a decisão para Abu Dhabi. Ora, porque um piloto deixaria deliberadamente de ganhar um campeonato para que este fosse decidido numa pista onde nunca se andou? Além disso não faz nenhum sentido essa estória de que é possivel marcar dia para ganhar corridas ou campeonatos.

Ainda na balada das fantasias, Mosley disse numa entrevista que vai lançar um livro de memórias que pode incomodar algumas pessoas. Claro que no caso dele a parte das fantasias será sexual, pois como todo mundo ficou sabendo êle se sente muito bem levando chicotadas de mulheres vestidas de nazistas.

No clima de esperanças, que eu não sei se se tornarão apenas fantasias no futuro, Nelsão Piquet compareceu dizendo que estava procurando emprego para o filho. À primeira vista dá a impressão que êle foi na agência errada, mas o fato de êle insistir na possibilidade de Nelsinho voltar para a F1 sugere que de fato há alguma esperança. E Nelson pai não iria perder tempo se não houvesse possibilidade. Portanto mesmo não sendo para já é provável que venhamos a ver Nelsinho de novo na F1.

Mas no meio dessas fantasias todas Massa destoou frontalmente de todo o mundo da F1. Êle disse que é claro que Alonso sabia da armação do ano passado. E é claro mesmo. Qualquer cara que entrou na F1 já sabe bem o que é estratégia de corrida e específicamente no caso da F1 a coerencia de uma estratégia está respaldada no profissionalismo das pessoas que estão na categoria. Lá não há inocentes, burros ou principiantes. Todos são profissionais de alto gabarito e é claro que qualquer piloto suspeitaria de um exagero na estratégia. Portanto Massa tem razão ao dizer que Alonso sabia sim.

Mas o que mais interessa na declaração é que Massa mostrou que não está muito preocupado em ser cordial com o novo companheiro. E também não parece estar com medo de enfrentá-lo. Eu não chamaria de muito amigável esse começo dos dois. Fico com a impressão de que a coisa vai pegar fogo na Ferrari no ano que vem, que Massa vai ter um ano bem duro e que provavelmente essas dessa semana não serão as únicas farpas. Tudo depende do que virmos no ano de 2010. Massa já tem a experiencia nessa mesma equipe de pilotar com o melhor da categoria. Não vejo razão para se intimidar com Alonso. Além disso é o espanhol que está chegando na equipe.

Para acalmar os animos a fantasia oficial publicou uma justificativa oficial e tambem fantasiosa e para não deixar dúvidas os dois apareceram numa foto verdadeira com sorrisos de mentirinha.

Vai ser interessante ver o que pode ser a vida desses dois na Ferrari. Podem ser farpas verdadeiras num mundo repleto de fantasias que não colam.


domingo, 4 de outubro de 2009

F1 Suzuka - "Você é o cara!"

E é o cara sim. Vettel é um candidato sério a campeão no futuro. Já mostrou a habilidade que tem de pilotar em mais de uma ocasião, como por exemplo no ano passado onde ganhou em Monza sob chuva pilotando como gente grande. Nesse ano somou 3 vitórias, uma a mais que Rubens. É uma performance digna de nota. A atual temporada começou com uma supremacia da Brawn que colocou Button como o mais provável campeão desse ano mas nas última provas o que parece uma perda de performance da Brawn é na verdade uma recuperação das outras. Por exemplo Hamilton que no início do ano sofria com um carro claramente inferior à Brawn chegou em segundo nessa prova à frente da Brawn, coisa que no início do ano parecia impensável.


Portanto não é propriamente a Brawn que não é mais a mesma e sim as outras equipes. O final da corrida mostrou uma coisa muito curiosa. Como Alguersuari bateu forte e entrou o safety-car o grid embolou e na relargada todos os carros que terminaram a prova apareceram na reta logo após a bandeirada. Isso mostrou em algumas poucas voltas que as diferenças entre os carros são realmente bem pequenas. Nem ultrapassagem houve nas voltas que finalizaram o GP, apesar do fato de terem relargado próximos uns dos outros.


Para quem interpretou a prova como tediosa, é preciso lembrar que o final mostrou que a dificuldade de ultrapassagens se deve mais à pouca diferença entre os carros. É um caso bem diferente da prova de Cingapura onde uma ultrapassagem pode mais significar o fim da corrida que o ganho de uma posição. A pista de Suzuka é uma pista de competições e não avenida de rachas.


No campeonato as coisas ficaram bem mais difíceis para Rubens pois além de tirar apenas um ponto de diferença, agora tem que lutar na pontuação também com o terceiro colocado que está apenas a dois pontos dêle. Não vai adiantar nada abrir outra distancia de Button se por acaso acabar sendo superado por Vettel. Isso sugere que a possibilidade de ter que disputar o segundo lugar ficou muito grande. Tudo vai depender do resultado de Interlagos, a pista onde a monotonia não deve ser a maior característica da prova. E quanto a Button na minha opinião fez uma bela prova ao mesmo tempo que o seu companheiro andou uma posição para trás. No cenário atual o desempenho de Button foi claramente superior ao de Rubens. Aí nesse caso falo de uma diferença interna entre pilôtos e não da diferença abismática que existia na Renault entre Alonso e Nelsinho.


Por falar em Renault, acho que Grosjean foi uma boa promessa e nada mais. Não vejo o que a equipe tenha ganho em colocá-lo no lugar de Nelsinho. Se a troca estava justificada por uma cláusula de performance, então Nelsinho não deveria ter saído pois o seu primeiro ano foi bem melhor que o primeiro de Grosjean, apesar das batidas que deu no ano passado. Já que a troca não rendeu nada e a performance é a questão, então é hora de pensar em Lucas. Aliás falando nisso, Vettel foi o cara que mostrou que o motor Renault é bom. Mas o carro Renault simplesmente não deu certo. Acho que para o ano que vem deve ter outra coisa muito diferente.


Finalisando, Trulli fez um belo serviço e a história da prova bem provavelmente seria outra se Glock tivesse participado. E quanto ao Sutil acho que não houve nada além de agressividade na conduta. Para um público que reclama da falta de ultrapassagens ele deu uma contribuição. Quem entra por dentro num S com pouco espaço como aquele, tem uma chance grande de espalhar. E é essa a minha interpretação, uma coisa de prova mesmo.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

F1 - Rubens de azul?

Na balada das mudanças Rubens Barrichello está de noivado com a Williams para substituir Rosberg que ocuparia o seu lugar na Brawn. Porque a Brawn quer Rosberg na equipe? Porque é um pilôto jovem e que vem mostrando resultados convincentes com um carro não tão convincente assim. Mas a Brawn precisa também de dinheiro e é provável que Nico leve o próprio ou que a sua presença seja a alavanca para isso.

Mas o que levaria Rubens para a Williams? Duas coisas prováveis. Em primeiro lugar o seu campeonato desse ano embora factível ficou bem mais complicado de ser conquistado e isso já pode influenciar uma decisão sua. Em segundo lugar a Williams ainda não tem uma definição do motor que usará em 2010 e sabe-se que de nada adianta um belo carro sem um bom motor. Mas se há uma expectativa concreta em relação ao motor desejado pelo time, isso pode de alguma forma estar influenciando uma mudança de Rubens. Os Cosworth entram no ano que vem para 4 equipes - US F1, Manor, Campos e Lotus. Se estas realmente se confirmarem. Ao menos a US F1 ainda exibe no seu site “Coming soon”. A Mercedes já afirmou que não vai fornecer para a Williams e assim a Cosworth é a opção.

Para Frank Williams será uma boa aquisição pois substitui um bom pilôto com pouca experiência por outro bom com mais experiência. E além disso Rubens já está bem ambientado com os métodos dos inglêses, um tanto diferentes dos latinos. Dizer que pode ganhar um campeonato já é difícil. Técnicamente falando Rubens vai trocar um carro competitivo por um outro que terá que dar rendimento numa corrida inteira com o tanque cheio. Se fôsse a Brawn êle teria uma previsão, mas na Williams é a conferir. Outro carro com outro motor.


F1 - Kimi de prata?

Kimi vai deixar o seu lugar para Alonso e se diz triste por ter que deixar a Ferrari prematuramente. É claro que uma das razões é que êle tem ciência dos planos da Ferrari para 2010. Penso que se a Ferrari está contratando um campeão como Alonso e mantendo Felipe Massa para 2010, é porque considera essa dupla melhor que a atual. Isso é igual a dizer que a equipe não considera Kimi tão bom assim para os seus planos.

E por fim isso também significa que a Ferrari quer uma garantia de que terá um ano competitivo. A ausência de Massa no final do campeonato não foi compensada à altura por Kimi. E fica então uma incógnita. E se na volta Massa não apresentar o mesmo rendimento de antes? A equipe vai amargar mais um ano ruim? Não há dúvidas de que anteciparam uma possibilidade.

Meu palpite é que Kimi pode se dar bem na McLaren. Vai pegar um carro cujas deficiências já foram suportadas por Hamilton e portanto deve ser melhor na temporada de 2010. Além disso é indiscutível que Kimi rende mais que Kovalainen. E para finalizar teria um companheiro de equipe desafiador. Isso pode pesar no seu rendimento final.


F1 - Alonso de vermelho.

O site Grande Prêmio noticiou a contratação de Alonso pela Ferrari no lugar de Kimi Raikkonen que poderá ser o novo companheiro de Hamilton na McLaren em 2010.

Alonso se diz muito feliz com a mudança e diz que tinha contrato assinado para 2011. No entanto a Ferrari optou por rescindir com Kimi antes do final do seu contrato. Faz bem pouco tempo que Alonso disse que não tinha idéia do seu futuro na F1. Se já tinha contrato assinado para 2011 então aquela declaração significava um compasso de espera até que se definisse quem era quem na confusão em que se meteu Nelsinho Piquet. É claro que se naquele momento Alonso dissesse que já tinha assinado com a Ferrari, deixaria a impressão de estar fazendo uma troca motivada por questões internas da Renault. Após a definição do caso que colocou Briatore fora da F1 e também deixou Alonso ileso na questão apesar de ter sido claramente beneficiado em Cingapura no ano passado, a sua mudança de time passou a ter conotação natural. Para a Ferrari e Alonso será muito bom. Entra no time um pilôto que não deixa dúvidas da sua capacidade tanto que tem tirando sangue de um carro notadamente inferior aos outros da categoria. Muda também uma questão importante que é a definição das trocas de pilôtos. Alonso já deixou a F1 em compasso de espera pela sua decisão e agora revela o seu contrato bem antes de terminar a temporada. Ficou claro que é um pilôto que tem muita importância na categoria.

Na matéria do Grande Prêmio há uma declaração de Alonso dizendo que êle e Felipe vão dar muitas alegrias para a Ferrari. Sei não, acho uma afirmação a ser questionada. Em primeiro lugar porque o retorno de Felipe ficou definido e a expectativa é que seja para valer. Segundo que Felipe já tem a experiência de ter sido companheiro do maior pilôto da categoria e portanto outro grande pilôto pode lhe dificultar as coisas mas não lhe meterá mêdo. Mas nisso tudo resta saber qual será a atitude da Ferrari. Afinal está ingressando na equipe um bi-campeão de F1. Isso quer dizer muita coisa.


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

F1 Suzuka - Pode ser divertido. Para nós!

O site Tyrepress.com divulgou uma nota sobre a Bridgestone onde fala dos pneus que serão fornecidos para a prova desse final de semana que serão os mesmos compostos empregados em Sepang, Barcelona e Silverstone. O diretor Hiroshi Yasukawa diz que houve muita mudança desde a última prova em 2006 e que os pilôtos jovens terão um bom divertimento e que há muita coisa a considerar no setup.

A metade da pista foi recapeada de tal forma que um trecho ficou muito suave e com bom grip e o outro dá um grip menor. Êle diz não saber exatamente como os carros vão se comportar até que andem pela primeira vêz.

Fico imaginando como um novato como Grosjean pode se divetir numa condição dessas. Pelo que tem apresentado últimamente não vai se tratar própriamente de diversão e sim de muita preocupação. Como sempre qualquer pilotagem se dá em cima de pneus até que alguem resolva mudar para rodas com banda de ferro igual às carroças que o meu avô consertava quando era ferreiro. Portanto a compreenção dos pneus quando em contato com a pista no limite de aderência é o que determnina a atitude de pilotagem.

Quando o diretor da Bridgestone fala de diferenças de grip não as quantifica, e isso se torna uma incógnita e tanto. É significativo que êle tenha destacado essa questão o que por si só quer dizer que é uma diferença que merece atenção.

Quem pode se dar bem nessa situação? Caras muito precisos como Hamilton, carros que se adaptam bem às variações como a Brawn, pilôtos que conseguem o máximo possível do carro como Alonso vem demonstrando na Renault e assim por diante. Portanto essa prova pode virar uma disputa de setup´s e um belo quebra-cabeças de estratégia de pitstop. E se for assim os três da frente são os que terão demonstrado que sabem bem da profissão. O que não está claro no texto do site é se menos grip é acompanhado de mais abrasão. Uma coisa é aderir pouco e outra é gastar pneu demais. Para variar é o grid de classificação vai dar uma idéia de quem são os pilôtos que não compreenderam bem os pneus que estão usando naquele dia e que por isso foram parar lá atrás. De qualquer forma vai ser uma prova não muito previsível, o que pode colocar uma pimenta a mais no campeonato. Vai valer a pena assistir mesmo sendo na madrugada.


Fábio Seixas - F-1, Passado, Presente e Futuro de uma Paixão



Na última terça-feira o jornalista Fábio Seixas ministrou a segunda etapa de um curso de história da Fórmula 1 entitulado “F1, Passado, Presente e Futuro de uma Paixão”. A programação é de 5 etapas realizadas nas terças na Casa do Saber na Rua Mário Ferraz, próximo ao Clube Pinheiros. Eu não tinha conhecimento da existência da Casa do Saber e até considero isso uma infeliz demonstração da minha pouca ligação com o mundo da cultura. Nos últimos anos cresceu muito no Brasil a divulgação de temas culturais. É fácil notar o crescimento considerável das livrarias e presença dos veículos de temas culturais nas bancas de jornal. Também os espaços de divulgação de conhecimentos se multiplicaram e isso tudo mostra um interesse maior do público pelo enriquecimento intelectual.

A Casa do Saber, que possui quatro unidades sendo duas no Rio e duas em São Paulo, é um centro cultural que tem o objetivo de oferecer cursos livres sobre diversos temas de interesse geral, ministrados por especialistas, sejam estes acadêmicos ou não. No andar térreo desta unidade da Mário Ferraz há uma bela livraria e um café. Possui um auditório e mais tres salas com a infra-estrutura necessária para a relização de cursos, palestras e debates.

Fábio Seixas fala sobre a história da F1 e conta com a colaboração de dois convidados com muita ligação com o mundo do automobilismo - Jan Balder e Reginaldo Leme. Fábio Seixas fêz a sua exposição com muita naturalidade, mostrando ser um pesquisador do tema com um nível de informação bem abrangente e uma organização no fluxo das idéias que conduz o assistente atravéz do tempo de forma clara interligando as fases de mudanças significativas no esporte. A regulamentação da categoria é abordada em toda a cronologia do tema, o que é muito importante pois é esta que foi ao longo do tempo caracterizando o cenário de início de cada temporada.

Após o coffee-break a sessão foi ocupada integralmente por Jan Balder que hoje é colega de Fábio na Bandnews nas transmissões de F1. A presença do pilôto enriqueceu a noite pois se trata de alguém que viveu o período mais romântico do nosso automobilismo e dividiu curvas com a nata do nosso automobilismo da época. O público de aproximadamente 35 participantes se manteve muito atento ao discurso de Jan pois se trata de registro vivo do nosso automobilismo colocado de forma clara e direta. Para tanto Jan fez uso do que tem de mais rico neste tema, a sua memória. Abordou uma questão que é tema do seu livro “Nos Bastidores do Automobilismo Brasileiro” - a desmistificação das condições da chegada dos brasileiros na Europa a partir da década de 60, justificando que não foram simples aventureiros sonhadores e sim pilôtos com bagagem prévia adquirida nas pistas de competição do Brasil.

Parabéns ao Fábio Seixas e ao Jan Balder. Foi uma noite de enriquecimento do saber.


foto: Amigos Velozes - Fábio Seixas com o convidado da noite, Jan Balder.