Acabou a melhor prova de karts indoor da Granja Viana. O Endurance Noturno. Pilotos bons no grid inteiro. Óbviamente os ponteiros do campeonato eram um destaque em termos de pilotagem. E no calendário havia uma prova sensacional. O anel externo. Vamos deixar claro que se trata de kartismo indoor e por consequencia a performance é bem inferior a de um chassi de competição. Mas como o pinhão era alterado para um com um dente a mais, os karts andavam mais rápido. Assim a entrada na reta já era em alta e o final da reta era o diferencial. Aqueles chassis não permitiam fazer a hum flat nessas condições. Até dá para fazer isso mas ficava forçado demais e não era possivel desenhar bem curva. Ou seja, adrenalina.
Tive o prazer de fazer uma única prova no oval, como a chamávamos. Apesar do resultado ruim eu gostei da experiência. Segue abaixo trecho de um email que distribuí no meu mailing logo após a prova que foi em Novembro de 2008.
Sendo um circuito de 4 curvas à direita sentido horário em pista inclinada tem 2 retas, uma subida e uma decida. O acerto dos karts (alugados do kartodromo) é alterado para as condições da prova o que faz com que os karts cheguem no final da reta principal bem velozes. Mais do que estamos habituados. Para dificultar um pouco as coisas, nesse ano o kartódromo adotou os pneus azuis da MG que são os compostos mais duros e portanto de menor aderência. Não é coisa para neófito.
Bem, fui escalado para classificar. Nunca tinha andando naquelas condições e não tinha ideia do que esperar, muito especialmente por causa da curva hum. É incrivel como a sensação de expectativa toma conta. Voce acaba sendo movido fortemente pela necessidade de saber onde e como chegar.
No meio da classificação pude sentir se a barreira de pneus na saída da hum era suficientemente macia. Um cara me atrapalhou na saída da curva na minha frente e eu abri um pouco para desviar dele que estava ficando de lado. Em 1 segundo estava batido nos pneus e para a minha sorte o kart deu um giro de 180 graus e nem parou. Já continuei acelerando de volta. Aí percebi que não havia tempo para pensar em nada. Eram 24 karts e eu classifiquei em 19. Afinal era a minha primeira vez e não podia reclamar, ainda mais considerando que havia 3 horas e meia de competição pela frente. Finalmente eu estava andando no oval.
A largada é a coisa mais alucinante que eu já vi. Os ponteiros disparam e do meio do grid para trás é normal que embole um pouco. Voce vê apenas karts na sua frente a pouco centimetros de distancia. Assim eu vi por exemplo entrarem em 3 lado a lado na curva 4 na primeira volta à toda velocidade. O Paulo Stella devolveu merecidamente umas pancadas sujas que levava de um cara por fora e nessa hora eu pensei "como será na hum assim?". A reta já estava acabando e só deu para entrar na curva do jeito que vinha a meio metro da traseira do Paulo. Mais duas voltas e senti que a corrida tinha de fato começado.
Faço o que gosto pelo prazer de fazer e não preciso me comportar fora de regras, especialmente quando são regras aplicadas a qualquer prova de velocidade. Nas bandeiras amarelas é proibido ultrapassar. Até na F1 é assim e naquele dia ainda não havia mudado. Na oitava volta a adrenalina subiu mais ainda. Fiz a quatro e lá de trás vi a bandeira amarela na hum. Uma volta se dá em mais ou menos 28 a 30s. Significa que em 5s eu estaria aproximando na hum. Fiz o clássico. Fui a pleno na reta e matei a velocidade na entrada da hum. Quando fiz a curva vi que tinham batido e rodado. Havia um bom espaço do lado direito e então freei mais ainda e puxei a cadeira elétrica bem para a direita. Assim evitaria uma colisão e tambem daria espaço para passagem de quem viesse atrás. Isso em uns 4s no máximo.
Em 3 horas e meia de prova a sua posição depende de muitos fatores e não vai ganhar a prova numa única volta e menos ainda numa única curva. Alguem que vinha atrás de mim ignorou totalmente a bandeira amarela, fez a hum à toda, me ultrpassou e colidiu na lateral do kart que estava atravessado e parado na pista a uns 5 metros à minha frente. Nunca vi uma batida dessas. O kart que sofreu a colisão decolou talvez mais de meio metro do chão, deu um giro no ar e caiu. Assisti bem de perto. É engraçado que voce pode lembrar da cena em câmera lenta depois. O estrondo da panca e as pernas e braços do piloto se movendo descontroladamente.
A prova foi interronpida por uns 30 minutos e a ambulancia foi ao local socorrer o piloto que quebrou uma das pernas. A espera me estressou e o meu kart escapava muito de frente. Por isso pedi para fazer já a primeira troca de pilotos. Poderiamos dar a sorte de pegar um kart melhor pois na parada troca-se de piloto e de kart também. Nova largada e mais 5 voltas encerrei a minha primeira participação.
Infelizmente o kart que pegamos na segunda etapa era fraco e não evoluímos. Mais tarde veio a minha segunda etapa. Aí começaram os nossos problemas. Peguei de novo um kart ruim, talvez o pior. Este era bom de curvas mas bem fraco de motor. Fazia o que podia para manter a rotação alta nas curvas mas não teve acordo. Devo ter tomado duas voltas em poucos minutos. Antes de ter feito 10 voltas já queria fazer outra troca. Olhei para o box e não vi a minha equipe. Logo depois apareceram. Mas de costas, não estavam vendo a prova. Eu gesticulei feito doido na reta, volta após volta, e ninguem me via. Os outros me passavam nas duas retas e na subida e eu não podia fazer nada. O tempo passou e sei que fomos parar lá trás. Finalmente me viram e eu fiz o sinal de troca para o Paulo. Em cada troca se perdem 2 voltas. Tomei ao menos uma volta do lider. Assim nessa etapa acabei tomando tranquilamente 5 voltas no total. Já era tarde. Demoramos demais enão havia mais nada a ser feito.
Assim como me escalaram para classificar, tambem fui escalado para finalizar. Mais tarde finalmente peguei um kart melhor. Bom de motor e com uma tendencia bem leve de sair de traseira o que facilitou bem na hum e na quatro. Só precisava esperar a quadriculada e não precisava mais me preocupar com trocas. Ainda bem porque a minha equipe se resumiu ao Paulo. Os outros foram embora. Fiz algumas voltas bem melhores que as anteriores e finalmente a quadriculada. Na saída o Miguel Castro me pergunta ´Gostou de ficar dando voltinha?´, fazendo um gesto de círculo com o dedo. ADOREI.
Tive o prazer de fazer uma única prova no oval, como a chamávamos. Apesar do resultado ruim eu gostei da experiência. Segue abaixo trecho de um email que distribuí no meu mailing logo após a prova que foi em Novembro de 2008.
Sendo um circuito de 4 curvas à direita sentido horário em pista inclinada tem 2 retas, uma subida e uma decida. O acerto dos karts (alugados do kartodromo) é alterado para as condições da prova o que faz com que os karts cheguem no final da reta principal bem velozes. Mais do que estamos habituados. Para dificultar um pouco as coisas, nesse ano o kartódromo adotou os pneus azuis da MG que são os compostos mais duros e portanto de menor aderência. Não é coisa para neófito.
Bem, fui escalado para classificar. Nunca tinha andando naquelas condições e não tinha ideia do que esperar, muito especialmente por causa da curva hum. É incrivel como a sensação de expectativa toma conta. Voce acaba sendo movido fortemente pela necessidade de saber onde e como chegar.
No meio da classificação pude sentir se a barreira de pneus na saída da hum era suficientemente macia. Um cara me atrapalhou na saída da curva na minha frente e eu abri um pouco para desviar dele que estava ficando de lado. Em 1 segundo estava batido nos pneus e para a minha sorte o kart deu um giro de 180 graus e nem parou. Já continuei acelerando de volta. Aí percebi que não havia tempo para pensar em nada. Eram 24 karts e eu classifiquei em 19. Afinal era a minha primeira vez e não podia reclamar, ainda mais considerando que havia 3 horas e meia de competição pela frente. Finalmente eu estava andando no oval.
A largada é a coisa mais alucinante que eu já vi. Os ponteiros disparam e do meio do grid para trás é normal que embole um pouco. Voce vê apenas karts na sua frente a pouco centimetros de distancia. Assim eu vi por exemplo entrarem em 3 lado a lado na curva 4 na primeira volta à toda velocidade. O Paulo Stella devolveu merecidamente umas pancadas sujas que levava de um cara por fora e nessa hora eu pensei "como será na hum assim?". A reta já estava acabando e só deu para entrar na curva do jeito que vinha a meio metro da traseira do Paulo. Mais duas voltas e senti que a corrida tinha de fato começado.
Faço o que gosto pelo prazer de fazer e não preciso me comportar fora de regras, especialmente quando são regras aplicadas a qualquer prova de velocidade. Nas bandeiras amarelas é proibido ultrapassar. Até na F1 é assim e naquele dia ainda não havia mudado. Na oitava volta a adrenalina subiu mais ainda. Fiz a quatro e lá de trás vi a bandeira amarela na hum. Uma volta se dá em mais ou menos 28 a 30s. Significa que em 5s eu estaria aproximando na hum. Fiz o clássico. Fui a pleno na reta e matei a velocidade na entrada da hum. Quando fiz a curva vi que tinham batido e rodado. Havia um bom espaço do lado direito e então freei mais ainda e puxei a cadeira elétrica bem para a direita. Assim evitaria uma colisão e tambem daria espaço para passagem de quem viesse atrás. Isso em uns 4s no máximo.
Em 3 horas e meia de prova a sua posição depende de muitos fatores e não vai ganhar a prova numa única volta e menos ainda numa única curva. Alguem que vinha atrás de mim ignorou totalmente a bandeira amarela, fez a hum à toda, me ultrpassou e colidiu na lateral do kart que estava atravessado e parado na pista a uns 5 metros à minha frente. Nunca vi uma batida dessas. O kart que sofreu a colisão decolou talvez mais de meio metro do chão, deu um giro no ar e caiu. Assisti bem de perto. É engraçado que voce pode lembrar da cena em câmera lenta depois. O estrondo da panca e as pernas e braços do piloto se movendo descontroladamente.
A prova foi interronpida por uns 30 minutos e a ambulancia foi ao local socorrer o piloto que quebrou uma das pernas. A espera me estressou e o meu kart escapava muito de frente. Por isso pedi para fazer já a primeira troca de pilotos. Poderiamos dar a sorte de pegar um kart melhor pois na parada troca-se de piloto e de kart também. Nova largada e mais 5 voltas encerrei a minha primeira participação.
Infelizmente o kart que pegamos na segunda etapa era fraco e não evoluímos. Mais tarde veio a minha segunda etapa. Aí começaram os nossos problemas. Peguei de novo um kart ruim, talvez o pior. Este era bom de curvas mas bem fraco de motor. Fazia o que podia para manter a rotação alta nas curvas mas não teve acordo. Devo ter tomado duas voltas em poucos minutos. Antes de ter feito 10 voltas já queria fazer outra troca. Olhei para o box e não vi a minha equipe. Logo depois apareceram. Mas de costas, não estavam vendo a prova. Eu gesticulei feito doido na reta, volta após volta, e ninguem me via. Os outros me passavam nas duas retas e na subida e eu não podia fazer nada. O tempo passou e sei que fomos parar lá trás. Finalmente me viram e eu fiz o sinal de troca para o Paulo. Em cada troca se perdem 2 voltas. Tomei ao menos uma volta do lider. Assim nessa etapa acabei tomando tranquilamente 5 voltas no total. Já era tarde. Demoramos demais enão havia mais nada a ser feito.
Assim como me escalaram para classificar, tambem fui escalado para finalizar. Mais tarde finalmente peguei um kart melhor. Bom de motor e com uma tendencia bem leve de sair de traseira o que facilitou bem na hum e na quatro. Só precisava esperar a quadriculada e não precisava mais me preocupar com trocas. Ainda bem porque a minha equipe se resumiu ao Paulo. Os outros foram embora. Fiz algumas voltas bem melhores que as anteriores e finalmente a quadriculada. Na saída o Miguel Castro me pergunta ´Gostou de ficar dando voltinha?´, fazendo um gesto de círculo com o dedo. ADOREI.
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