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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Montadoras e Fórmula 1 - vale a pena estar na categoria?

O site Grande Prêmio inseriu uma matéria na qual cita uma entrevista do presidente da Renault, Carlos Ghosn, onde fica nítido nas suas declarações, não apenas o desinteresse pela categoria como também uma dúvida a respeito da participação da montadora na próxima temporada. A Renault provavelmente entrará na fila dos dissidentes juntado-se à Honda, BMW e Toyota. Além disso há tambem a Bridgestone que já comunicou que participa apenas em 2010. E até o momento não tenho notícia do interesse de outro fabricante de pneus.
Faz muito tempo que a Formula 1 resolveu utilizar na construção de partes dos seus carros uma materia empregada na aviação que é a fibra de carbono. A categoria se distanciou imensamente, do ponto de vista tecnológico, dos carros de passeio que adquirimos nas revendas. Curiosamente, o último item que foi acrescido aos carros de F1, e que se trata de desenvolvimento das montadoras, o KERS, foi abandonado para o ano de 2010.
Uma iniciativa como a dos irmãos Fittipaldi, que na década de 70 construíram o único carro nacional de F1 num pequeno galpão ao lado do autódromo de Interlagos, atualmente soa como um romance, quando comparamos isso às exigencias tecnológicas e estruturais de uma equipe de F1. Portanto a distancia que há entre um carro de F1 e um de passeio que uma montadora coloca nas ruas, é um imensurável abismo.
As corridas automobilísticas sempre foram e continuarão sendo um marketing muito bom para os produtos de uma montadora. Mas a F1 se enquadra nessa avaliação? Os custos compensam de fato? Não vamos nos esquecer que o propósito de uma montadora é fabricar e vender carros com lucro.
Uma empresa como a Renault, custeia todo o processo de construção de um F1 e toda a estrutura operacional. Isso inclui fabricar motores e câmbios. E como se trata de tecnologia exclusiva e muito sofisticada, emprega-se uma grande quantidade de dinheiro para produzir uma pequena quantidade de bens, que por consequencia terão um custo total altíssimo. E porque alguem faria isso nos dias de hoje? Se as montadoras quebrarem porque não conseguem vender no seu mercado alvo, o que será feito das suas estruturas? Como vão se recuperar disso?
O público que adquire uma determinada marca, o faz muito em função de dois fatores principais. O marketing do dia-a-dia visto nos veículos de marketing tradicionais, e questões de preferencia pessoal que podem ser alimentadas até mesmo por cultura familiar. Tudo que há num carro de F1 é inaplicável num carro de passeio e os clientes não estarão procurando por isso na revenda.
Deixo alguns questionamentos que perambulam na minha cabeça.
Se as montadoras estão avaliando específicamente a F1 com muito pouco interesse, porque a Mercedes está lá, dessa vez com equipe própria? Arrisco a dizer que a saída das outras vai deixar um espaço de exposição muito maior para quem fica.
O que pensa a direção de uma montadora ao ver uma equipe independente, que não faz outra coisa além de carros de F1, iniciar o campeonato sem nenhum patrocionio e ganhar das outras equipes de fábrica? A Mercedes pensou em comprá-la.
Porque uma marca como a Ford, que vai muito bem obrigado, não está na F1, assim como outra que produz veículos com tecnologia bem sofisticada, como a Citroen?
Tenham essas questões as respostas que tiverem, eu não estranharia que as montadoras passassem a se interessar muito mais por competições de turismo ou rallys, o que por tabela passaria a imagem de que a F1 não é mais um grande marketing. Algo do tipo ‘aqui já se fez tudo que era possível’.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Desde o qualify até a bandeirada - assim será a decisão na Master do KSP



A última etapa do Kart São Paulo, que definirá o campeão de 2009, será uma briga por tempos e posições até a última curva. A disputa do quarto lugar vai ocorrer a partir do 4o. colocado na tabela, Edson Correa, e os que o seguem imediatamente. Se vencer a prova, Edson Correa subiria para 230 pontos, sendo que o atual 3o. colocado, Claudio Abdo soma no momento 234 pontos. Mesmo não comparecendo na prova, Claudio Abdo já tem o terceiro lugar assegurado pela diferença de pontos em relação ao Edson Correa.

As primeiras 3 posições do campeonato de 2009 serão decididas entre os atuais 3 primeiros da tabela, Mogar, Otto e Abdo. Caso vença a prova, o Mogar é o campeão, independentemente da posição de chegada dos outros dois. O desempenho dos 3 no ano de 2009 justifica muito bem a colocação atual de cada um no campeonato. O Mogar tem 4 vitórias, enquanto que os outros dois 3 vitorias cada um. O Otto foi ao pódium 9 vezes contra 8 vezes do Mogar e o mesmo número do Abdo. Entre o primeiro e o terceiro do campeonato há uma diferença de 10 pontos apenas, quando estão em jogo até 31 pontos para o vencedor da última etapa.

Caso o vencedor seja o Otto com o Mogar em segundo, este também seria o campeão. Para que o Otto seja o campeão com vitoria na ultima etapa, o Mogar não poderia ir além da sexta colocação na prova.

Se o Claudio vencer mas o Otto for o segundo colocado, a diferença entre eles será de apenas um ponto a favor do Otto. Nesse caso o Mogar deveria terminar no máximo em 9o para que o Claudio fosse o campeão por uma diferença de apenas um ponto para o Mogar, mas com a dificil missão de ter cravado pole e volta rápida juntos.

Caso o Mogar vença e o segundo seja o Claudio, este será o segundo do campeonato mesmo com o Otto em terceiro na prova, mas com uma diferença de apenas um ponto enre eles.

Isso tudo sem levar em consideração os pontos obtidos por pole e volta rápida. Enfim, a disputa pelos 3 primeiros lugares do campeonato vai começar ainda na classificação e conforme a colocação dos tres no correr da prova, a volta rápida pode empatar ou até decidir o campeonato.

Com o Claudio precisando tirar uma diferença de dez pontos na ultima prova, este ficará muito dependente do desempenho do Mogar, mesmo que vença a prova. Ao contrário, o Mogar pode se dar ao luxo de apenas fazer umas contas de cabeça e assim poder administrar a situação. Desde que o Otto e o Claudio estajam atrás dele, será o campeão. Se os dois estiverem à frente, o Mogar não precisará lutar para ultrapassá-los, bastando simplesmente não perder contato.

Uma coisa já é prevista entre esses tres na final - haverá troca de karts com certeza. A pole interessa aos tres e pode ser o fator de definição.

Atrás dessa briga, o muito provável quarto colocado do campeonato deve ser o Edson Correa. Tem uma vantagem de 12 pontos para o Rodrigo Moura, o que faz com que tenha que ser atento para a posição do Rodrigo Moura durante a corrida. Logo atrás desses estão o Valdir Cabeção e o Paulo Stella empatados. Vantagem para o Paulo Stella que tem zero pontos de descarte. Assim sendo, uma única posição acima do Valdir é o suficiente pra terminar à frente deste no campeonato. Daí para o Edson a coisa fica mais complicada pois a diferença entre eles é de 21 pontos. Isso coloca o Paulo como muito provável quinto do campeonato.

Será uma prova sensacional, que mostra que o sistema de pontuação está muito coerente com o intuito de gerar disputas durante toda a temporada. O grande responsável por essa homogeneidade é o critério de divisão entre Master e Light, que é de diferença de desempenho. Mas há outro ponto forte do nosso campeonato que muitos esquecem. As bolinhas dos karts sorteados não voltam para o globo, o que impede que voce saia com o mesmo kart duas vezes no caso de mais de uma troca.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Kart São Paulo - Etapa final da Light deve ser a mais emocionante.



No kartismo Indoor é praticamente impossivel se fazer alguma previsão com base em matemática pois as performances são inconstantes porque são dependentes de variáveis fora do controle do piloto. Assim sendo, se os resultados do piloto são constantes, então êle trabalha bem e tem estrela, pois andou com equipamentos naturalmente diferentes em cada etapa.

Tomando-se as posições de chegada como medida de performance, o Gilberto era o franco favorito pois subiu no pódium em todas as etapas da Light com 3 vitorias consecutivas, 1 sexto e mais duas vitorias consecutivas. Por exemplo, após a 4a. etapa, quando terminou em sexto, ficou fácil inferir que era candidato a mais pódiums, o que de fato ocorreu.

Na pontuação atual, entre o segundo e o décimo da Light há uma diferença de 26 pontos. Estão disponíveis 31 pontos para o vitorioso, o que resultaria em 112 pontos para o Rampineli no caso de vitória na última etapa. Da mesma forma, se o Messiel não conseguisse ir além da décima colocação na proxima prova, isso o deixaria com 127, o que não lhe dá o segundo lugar pois os outros evidentemente estariam pontuando tambem. Aí nesse grupo do 2o. ao 10o. estão aqueles que definirão o segundo e terceiro do campeonato Light. Isso poderá se dar tanto por simples interferencia no resultado da ultima prova, como também diretamente em função da colocação obtida, caso particular do Messiel com 107 pontos atualmente.

Olhando-se para a performance em termos de resultado final de cada um, obtiveram 3 podiums no campeonato o Messiel, Giannini, Junqueira e Rocha. Entre esses o Giannini se destaca com 2 segundo e um terceiro lugar. O Werner é o único com 4 podiums nesse grupo sendo um deles uma vitória. O Marcelo Nogueira e o Stocco aparecem com 2 podiums, e o Manoel Neto e o Rampineli com 1 cada.

De todos quem andou em ritmo sempre crescente foi o Marcelo Nogueira que apenas na ultima prova se deu mal e finalizou em 9o. É candidato a pódium na próxima, na minha opinião. O Werner teve como pior colocação no campeonato 2 vezes sexto. Entre êle e o Messiel há 10 pontos de diferença. Se ganhar a corrida sobe para 123 o que lhe dá muitas chances de ser o terceiro. O Messiel, em segundo lugar no campeonato é óbviamente o favorito a terminar na segunda colocação. O Stocco teve uma participação mais discreta mas não é carta fora do baralho. O Gianini teve um resultado muito ruim e uma ausencia. Toca muito, tem um belo traçado, mas é o mais pesado da turma e por isso se não pegar um foguete vai ser dificil.

Mas não se pode esquecer duas outras variáveis.
O Zé Ayres chegou mostrando serviço e nada impede de interferir no resultado da corrida e por tabela na definição do campeonato. Do restante apenas 6 subiram no pódium, eu incluso, sendo que 3 aparentemente desistiram.
Outra coisa que pode mudar o panorama é o clima. Se chover vira loteca total. Desde que eu entrei no campeonato não choveu e por isso eu não tenho a menor ideia do que o grupo faz andando na água. Caso chova, o curto sem chicane vai ser a melhor opção de circuito. Se for o longo com chicane vou assistir tudo da ultima colocação.

Enfim, essa última etapa vai ser uma briga de foice pelos pontos e promete ser a prova mais emocionante da Light.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Fundo de baú!


 1952 foi um ano que definiu o futuro de muita gente. Por exemplo, foi nesse ano que se sucedeu o evento que culminou com o meu nascimento. Eu não vim ao mundo por acidente, mas em função de um.

O meu pai era ciclista em Ribeirão Preto e um dia, andando com a sua magrela na estrada, tomou um tombo que lhe quebrou a rótula do fêmur direito. Um ferimento complicado para os padrões da época e do local. Foi levado para a Santa Casa de Ribeirão Prêto. Lá passou por uma cirurgia e teve uma longa convalecença. Nesse ano a minha mãe que morava num sítio próximo à cidade de Ituverava havia mudado para Ribeirão e foi trabalhar na Santa Casa. Bingo! Assim a minha mãe conheceu meu pai deitado e engessado podendo mexer apenas a cabeça e os braços. Portanto eu sou subproduto de um acidente. Foi lá nesse mesmo lugar que eu nasci 3 anos depois.

Enquanto o meu pai caía aqui, um amigo meu explodia granadas no lago na Alemanha. De vez em quando a garotada encontrava uma granada perdida no bosque. Se tivesse um lago perto era o lugar perfeito para uma explosão. Êles precisavam se divertir com alguma coisa.

Mas tinha gente que preferia explodir coisas bem maiores. Os Estados Unidos riscaram do mapa uma ilhota nas Ilhas Marshall e no seu lugar deixaram uma cratera de 2 km de diâmetro por 50 mts de profundidade. Foi o primeiro teste bem sucedido com uma bomba de hidrogênio que foi apelidada de Mike e era 500 vezes mais potente que a de Hiroshima. O objetivo era dar uma resposta ao programa nuclear soviético. A partir daí cada lado foi superando o outro sucessivamente. Muitos anos depois concordaram em destruir grande parte do que não haviam explodido pois havia justamente o perigo de explodir. E dizem que cabeça de mulher é complicado.
Fulgêncio Baptista retomou o poder em Cuba num golpe. Mais tarde êle lotearia o país para mafiosos americanos, entre êles Vito Genovese e Frank Costello, que exploraram a prostituição e jogatina. As eleições foram canceladas e o advogado Fidel Alejandro Castro Ruz não pôde concorrer ao parlamento.
Americanos faziam outras coisas bem mais produtivas do que evaporar ilhotas. Em 1952 foi lançado um dos mais marcantes musicais americanos. Dançando na Chuva (Singin In The Rain) com Gene Kelly. A cena em que êle dança com um guarda-chuva é uma das mais incríveis da história do cinema. É sem dúvida uma atuação imortal.

Pela primeira vez gemeos siameses foram separados com sucesso.

Jonas Salk inventou a vacina contra a poliomielite.

O Brasil conquistou o seu primeiro título internacional no futebol, o Pan Americano. No caminho da disputa passou pelo Uruguay que nos derrotara 2 anos antes aqui mesmo no Maracanã.

Maria Eva Duarte de Perón, a Evita, faleceu de cancer com apenas 33 anos.

Nasceu Peter Windsor, repórter e um dos cabeças da USF1, que ninguém sabe se emplaca ou não.

Nasceu a linda italiana Isabella Rossellini e o americano Patrick Swayse, falecido de cancer recentemente.

O mundo explodia num lugar e era muito romantico em outro. Como era também romantica a F1 que estava no seu terceiro ano. Os campeões dos dois primeiros anos pilotavam Alfa Romeo. Fangio, campeão de 51, se acidentara e não participou do campeonato de 52. O regulamento mudou e os motores tiveram que encolher a sua capacidade para a mesma da F2 em 51 - 750 cc turbo ou 2000 cc aspirado. A Alfa não conseguiu criar um pacote competitivo e acabou desistindo. Porta aberta para Alberto Ascari conseguir o seu primeiro título numa autentica lavada. Ganhou 6 provas seguidas, das 8 do campeonato. No ano seguinte, também com Ferrari, conquistaria o segundo e último campeonato. Ninguem pode dizer o que seria da carreira de Fangio se Ascari não tivesse falecido em Monza no ano de 1955. Certamente seria mais difícil pois Ascari era um concorrente de respeito.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Inscrições para a última etapa do Torneio Interlagos de Regularidade.

Repasso na íntegra o e-mail recebido de Jan Balder, anunciando a última etapa do Torneio Interlagos de Regularidade.

ATENÇÃO PESSOAL
 

- AS INSCRIÇÕES E FORNECIMENTO DE CREDENCIAIS DA ULTIMA ETAPA DO TORNEIO INTERLAGOS DE REGULARIDADE SERÁ NO DIA 01 NO RESTAURANTE JUAN DE MARCO NO MORUMBI COM UM HAPPY HOUR.
 

- O NUMERAL DO VEICULO SERÁ POR ORDEM DE CHEGADA.
 

- SERÃO DUAS BATERIAS NO DIA 12 DE DEZEMBRO (SABADO) DIVIDIDOS ENTRE CLÁSSICOS (ATÉ 1979) E MODERNOS(APÓS 1979) DE 45 MINUTOS CADA.
 

- PROGRAMAÇÃO TERÁ INICIO AS 9 HORAS DO DIA 12/12 COM BRIEFING NO PADDOCK DO AUTODRÓMO.
 

VIDE TODAS INSTRUÇÕES NO NOSSO SITE:
http://regularidade-interlagos.webnode.com/
 

VENHAM SABOREAR AS CURVAS DE INTERLAGOS
ABS A TODOS
JAN


domingo, 15 de novembro de 2009

Luiz Pereira Bueno - A pilotagem fina de volta ao asfalto!

Um dia no inicio deste ano estava na porta do box conversando com Luiz Pereira Bueno quando passou à nossa frente um Maserati indo para a pista.
 
V8 é V8! - disse êle.
No seguimento da conversa eu perguntei se êle não sentia vontade de pilotar e a resposta foram as habituais justificativas de um homem de 72 anos.

É muito conhecida a finesse da pilotagem de Luizinho. Hoje quando converso com gente mais jovem que eu, vejo que muitos relacionam a pilotagem à pressão no da direita. Na verdade, na pilotagem de competição o da direita é função da guiada. Tem muito cara arrojado por aí, que não vira tempo baixo porque tem uma imensa preocupação com a bota. Caso inverso de Luiz que no livro de Jan Balder é mencionado como o piloto mais completo da sua época.

Fora ser bom conhecedor de mecânica, o que além de ser mérito é um ítem importantíssimo na formação de um piloto, Luiz pilota com muita suavidade, sem exageros e procurando constantemente traçado preciso. Assim o carro oscila o mínimo possível e mantém o eixo o máximo possível na direção do traçado. Como se costuma dizer, pilota “na ponta dos dedos”.

Acelera-se conforme a guiada, e quem guia mais acelera mais. Luiz é professor dessa matéria.

No dia 10/11, o mestre da pilotagem fina, mostrou de novo as suas habilidades no autódromo de Interlagos. Achei a nota a esse respeito no Blog do Mestre Joca, no post MESTRE É MESTRE....!.

O Mestre deu 26 voltas com um dos Maverick´s V8 da MFG Racing Team e marcou na melhor passagem o tempo de 2´02,967”.

No blog do piloto http://luizpereirabueno.blogspot.com, há mais fotos do dia. Por sinal o blog anuncia também a criação de um website que estará no ar nos próximos dias.

Uma coisa que considero muito significativa nesse evento, é o fato de que apesar da idade nos trazer um certo número de limitações, é possível que alguem com boas condições físicas e mentais possa praticar as atividades de que mais gosta, nesse caso específico um esporte exigente. Aí entra um fator que prevalece sobre os cabelos embranquecidos - a cabeça. Motivação e uma atitude mental que facilite a interpretação das coisas, são ótimos ingredientes para se sentir jovem e pronto para a vida.

Parabéns ao nosso maior mestre da pilotagem fina.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

KART SÃO PAULO - Debate do formato para 2010.


 Os pilotos do Kart São Paulo foram informados no briefing ocorrido na última prova, da intenção de mudança do formato do campeonato para o ano de 2010. Segue uma chamada a esse grupo a respeito desse tema.

O Otto colocou o assunto para que seja debatido. Eu sugeri a êle que fizéssemos o tal debate atravéz desse post aqui no blog pois é muito mais dinamico e mais confortável do que inundar a caixa postal dêle de e-mails. E aqui todos podem ler o que todos pensam ao mesmo tempo. Portanto, leiam o que segue, entrem nos comentários e se possivel leiam tambem as opiniões dos outros e façam os seus comentários aqui mesmo. A proposta óbvia é centralizar.

Segue abaixo o texto sobre o tema que me foi enviado hoje mesmo pelo Otto. Aguardamos as manifestações de vocês se possível ainda antes da última etapa para que haja um mínimo de consenso até lá.

Por favor, deixem os seus nomes nos comentários.

Abraços à todos.

Zé Clemente 

Caros amigos do Kart Sao Paulo estamos chegando ao fim de mais um ano e portanto, ao fim de mais um campeonato realizado até o momento com muito sucesso .

Tivemos a grata satisfação este ano da entrada de vários amigos que somente vieram para somar e complementar nosso circulo de boas amizades .


Dia 10/12/09 numa quinta feira será realizada a última etapa , gostaria de contar com todos os pilotos que fazem ou fizeram parte das etapas deste ano , aqueles que ainda disputam o campeonato e aqueles que irão ter mais uma noite de adrenalina e confraternização.


Os pilotos que irão participar peço que façam o deposito identificado até o dia 04/12/09 para que possamos ter tempo hábil para prepararmos a etapa. Aqueles que têm alguma dúvida enviem um email ottocica@uol.com.br ou me liguem .


Atenção. Já estamos preparando o campeonato de 2010 e todos estão convidados.

A partir de hoje até o dia 10/12/09 iremos receber as inscrições de 2010 , ou seja, conforme combinado , receber os 10 cheques pré-datados com o primeiro vencimento para começo de fevereiro no valor de R$ 240,00 reais cada , que correspondem as duas baterias de 30 minutos de cada etapa. Atenção: Não teremos que pagar inscrições como na maioria dos campeonatos.


Fechando o grupo com no mínimo 24 pilotos e no máximo 30 em ordem de entrega dos cheques. Não há espaço no Kartódromo para mais de 30 karts. Após a data de 10/12/2009 iremos abrir para novos associados caso não tenhamos fechado o grupo.


Lembrando a todos que irá aumentar em 5 minutos o tempo de cada bateria.


Continua a divisão por categoria após a quarta etapa Máster e Light o que muda é que todos correm sempre juntos nas mesmas baterias durante todo o ano. Exemplo: Se sua dupla após a quarta etapa for Light vai competir com a pontuação das equipes light não importando com os da Master que estão andando na mesma hora na mesma pista então se vc é o quinto na geral mas é o primeiro da Light seus pontos são computados como vencedor da Light.


Os pilotos podem fechar em duplas ou sozinhos, não poderão compor duplas os 10 primeiros colocados da categoria Máster e os cinco primeiros da Light de 2009 nem mesmo misturar estes quinze pilotos.


Teremos então dois campeonatos em um só, Máster e Light e ainda vc pode dividir o custo com um amigo ou não.


Monte sua equipe de um nome a ela e participe.


Mandem suas sugestões referente a novas regras e punições.
Podemos até manter o mesmo padrão de 2009 não há problemas, o que preciso é fechar as baterias com no mínimo 24 pilotos deixando acertado para as 10 etapas , considero que vale a pena arriscar um novo formato de campeonato.
 

Um abraço a todos.

Otto.


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Kart São Paulo - etapa 10 Master - última prova vai ser uma batalha.



O Mogar abriu um tiquinho do Otto. A diferença entre êles subiu de 6 para 7 pontos. Mas é bom êles se cuidarem porque o cara que atualiza o site do KSP, Claúdio Abdo, está em terceiro com uma diferença de apenas 10 pontos para o Mogar. Na prática os três teem chance de ganhar o campeonato.

Ganhou o Rodrigo Moura numa bela disputa com o Claudio Abdo em todas as curvas até a última volta. O Mogar e o Otto ficaram em 4o. e 5o. copiando tempos de volta a prova toda. Em terceiro lugar o Marco Aurélio correu folgado entre o Abdo e o Mogar e não foi ameaçado. Parabéns ao Rodrigo, pilotou muito.

Mas a maior disputa da prova foi entre o André Marialva que finalizou em 8o. e os sete que vinham atrás dele. Todos grudados um no outro, andando muito perto mesmo, com alguns toques proprios da situação. Um trenzinho que foi até a última volta. Bonito de ver.

O Nico Mármora bateu um record. Terminou 5 voltas atrás do ponteiro porque trocou de kart 4 vezes. Não acertou nenhuma. Indoor é assim, se o kart é bom resta pilotar. Se é ruim resta se conformar. Faz parte do jogo que nós entramos.

Estou aguardando fotos dos dois pódiums. Assim que eu tiver, coloco num post à parte.

Não esqueçam de duas coisas muito importantes.

A próxima prova é dia 10/12, uma quinta-feira e não quarta como habitualmente é.

E visitem o Blog do Mestre Joca de vez em quando porque vai ter novidades interessantes lá. Vale a pena.


Kart São Paulo - etapa 10 Light - Campeão definido!


 Conforme o post anterior, Gilberto Gallucci ganhou a prova de ontem criando uma vantagem de 46 pontos para o Marcelo Messiel e isso lhe dá duas qualificações: Campeão da Light 2009, e o Button do campeonato. Falta aparecer o Vettel e a nossa categoria vai estar completa. Como corremos com motores Honda está proibido por razões institucionais aparecer algum Kobayashi.

A corrida não foi emocionante pois o Giba, que largou na pole, finalizou longe da mira do Lucas Rocha a 11,6s à frente deste. Foi sossegado para o Gilberto no comando do kart 10.

Mas embolados na sequencia vieram Marcelo Messiel, José Ayres e Werner Heying. Uma reta atrás do Werner aparece o Fábio Junqueira. Mais atrás no pelotão da merda, onde me encontro, o 12o., Milton Júnior, tomou uma volta. Os karts não estavam aquelas coisas ontem e havia alguns foguetes destoando com algumas espiriteiras. Coisas do Indoor, é assim mesmo que funciona.

O Zé Ayres, finalmente desencatou e apareceu pra correr. Terminou em quarto e como é a sua única participação até agora, é o penultimo colocado da Light, ou anti-lanterna, na 27a. colocação.

A minha corrida não deu nada do que eu esperava, mas nem por isso foi um desastre pleno. Diz Jan Balder no seu livro que o primeiro colocado comemora e os outros justificam. É verdade.

Peguei o 15 que tinha motor mas eu já sabia que não virava. Mesmo assim o banana aqui tentou ver se dava pra fazer a hum direito, mesmo sabendo que a dois nesse circuito é mais importante. Troquei e saí com o 22. Na demora eu consegui fazer apenas o 10o. tempo e quando ia alinhar pensei em trocar e sair do box mesmo, mas desisti da idéia. Não foi boa opção.

Logo no começo apareci em 9o. e senti a proximidade do 10o. que deve ser o Antonio Castro. Mas ao invéz de chegar no Carlos Gianini, este abria sempre um pouco de mim. Como ele pesa 110 kgs, enquanto eu estou no lastro máximo, ficou facil entender que não tinha motor pra chegar nele. E até desisti da busca no meio do caminho. O meu kart não tinha nenhuma retomada nas curvas travadas e até vi o Carlos abrir de mim na subida. De repente eu vejo o Marcelo Nogueira atravessado na chicane. Estávamos no circuito 2. Apareceu o Carlos na minha frente muito mais próximo. Fui à caça e no cotovelo da 2 eu encostei nele mas sem espaço para ultrapassar, e não tentei. Foi aí que eu percebi que o meu kart precisava da decida da chicane para pegar velocidade. Apareceu a placa de uma volta e eu estava atrás dele em 8o. e era a última chance. Ia tentar na hum, mas não deu. Caprichei o que podia na chicane e fiz a dois colado nele por dentro. Êle abriu na tomada do cotovelo e eu arrisquei tudo por dentro, tomando o espaço dele e travando no freio. O meu ficou de lado e espremido na chicane, quase rodando. Saí muito lento mesmo e fechei o traçado nas duas ultimas curvas que eram na subida. Finalizei em 7o. com o Carlos a 0,327s atrás.

Milagre ninguem faz. Êle pilota muito mas relação peso/potência na subida não dá pra discutir e êle não tinha motor suficiente para abrir ali naquele curto espaço. Foi uma briga gostosa de caça à raposa por várias voltas. Gostei.

As maiores possibilidades para o segundo e terceiro lugares no campeonato estão entre o 2o., Marcelo Messiel e o 10o., Alexandre Rampineli, onde há uma diferença de 26 pontos de um ao outro.

Eu, em 15o. ficaria muito feliz se terminasse o campeonato em 10o. Isso fica pra resolver em 10/12.

Gilberto Gallucci campeão da Light do Kart São Paulo!



É uma e meia da matina. Estou cansado e com uma coisa importantíssima para fazer amanha - garantir a minha participação no KSP no ano que vem.

Por enquanto a nota mais importante da etapa 10. O Button do campeonato confirmou. Giba Gallucci é o campeão da Light com uma corrida de antecipação. Pole e vitória. O môço merece.

Parabéns Gilberto pela indiscutível vitória.

Vou descansar e amanhã eu escrevo.

Por enquanto, para quem foi e quem não foi na premiação, não se esqueçam de fazer uma vistinha no Blog Do Mestre Joca, e marquem a presença por lá de vez em quando.

ZZZZZzzzzzz, vou pro berço, tchau.


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Kart São Paulo - Vai ter muita adrenalina hoje à noite.



Hoje à noite no Kartodromo Granja Viana acontece a penúltima etapa do Kart São Paulo, onde eu figuro na distante 20a. colocação. Olhando-se a tabela de classificação e os posts que eu escrevi desde o meu ingresso na disputa, fica fácil dizer que de tôdos eu sou o cara que mais fala e menos faz. Assim, mesmo que hoje eu fizesse barba, bigode e cabelo, somando mais 31 pts., eu ficaria sómente com 75 pontos. Sómente porque os que estão à minha frente óbviamente teriam marcado os seus pontos também e por consequencia se manteriam à minha frente. Na prática, avaliando-se o retrospecto dos ponteiros, mesmo que chovesse ouro só no meu capacete durante as duas corridas que faltam eu nem chegaria a brigar pelo segundo lugar. Eu não sou o Vettel do KartSP, é bom lembrar.

Quem pode resolver o campeonato hoje mesmo é o Gilberto que está em primeiro com confortáveis 36 pontos à frente do Stocco. Se o resultado da nona etapa se repetisse hoje, o Giba subiria para 153 e o Marcelinho Nogueira para 113. Assim o Giba poderia não comparecer na ultima e já é o campeão. Pensando em possbilidades mais plausíveis, êle pode correr tranquilo as duas útlimas pois está com o campeonato no bolso.

Portanto sobra como estímulo para os outros, a disputa pelo segundo lugar onde há 10 candidatos, segundo a classificação atual, que vão do Stocco em 2o. ao Vitor Cimatti em 12o. Esses vão brigar até a última curva do campeonato e vai ser muito interessante acompanhar.

Da minha parte a única coisa que espero para hoje é além de uma classificação decente, mais atenção à largada e mais regularidade nos tempos. No momento apenas a minha corrida mesmo me preocupa, esteja eu em que posição for. E na última do campeonato será igual.

Na Master, a briga está bem feroz e nada pode ser dito antecipadamente. Do Mogar para o Otto há apenas 6 pontos de diferença. Se terminassem hoje como estão na classificação, com pole e melhor volta para o Mogar, o Otto entraria na ultima prova do campeonato com apenas 10 pontos de desvantagem. Dá para o Otto ganhar mas bem apertado e por isso a Master promete ter as duas últimas provas com a maior adrenalina entre as duas categorias do campeonato.

Portanto para hoje à noite podemos esperar na Light uma provável comemoração para um campeão, dez caras se matando atrás dele pelo segundo lugar, e na Master mais uma etapa de boas brigas e tempos baixos.


domingo, 8 de novembro de 2009

O Blog segue - com vento a favor ou sem.

O domingo está nublado, temperatura muito agradável, e portanto um dia muito propício às reflexões. Assim sendo, caminhando no meio de árvores e pensando na vida, fiz algumas considerações sobre este blog.

A última sequencia de posts “Luiz Manzini - Mãos na Graxa”, me deu uma satisfação especial por várias razões. Falar de alguém que fora ter vivido uma época romantica das oficinas, é um amigo de várias décadas, o qual jamais ouvi alguma vez reclamar da vida, mesmo em momentos difíceis. Além disso, os seus filhos que eu conheci ainda crianças, me reconheceram apesar do longo tempo sem contato, o que é muito legal. Devo aos Manzini o meu agradecimento pela amizade e simpatia.

Há pouco tempo cogitei de encerrar o blog pois não consegui atingir dois objetivos principais, um deles ainda sendo persseguido. E pensando melhor acho que não teria sido uma boa opção.

Um dos objetivos é a reedição da reunião de Janeiro desse ano que foi entitulada “Encontro Maneco Combacau”. Está difícil repetir. Eu imaginei um novo formato onde não haveria a corridinha simbólica, na qual eu tive a grande satisfação de receber bandeira de chegada do próprio Maneco. Posso garantir que eu e os participantes daquela bateria, ganhamos um presente pra lá de especial.

O ano de 2009 foi sem dúvida o segundo mais duro da minha vida e isso atrapalhou muita coisa. Mas também trouxe algumas boas compensações. Por exemplo dei fim a uma coisa que eu considero a maior perda de tempo profissional de toda a minha vida. Resolvi uma questão familiar que me custou dinheiro e muita dor de cabeça a todos nós. Uma solução razoável para as condições do tema. Voltei a andar de kart, coisa que já tinha mais de ano que não fazia e a última corrida foi a mais disputada nas últimas voltas, desde que comecei. Descobri da forma mais passiva possível que algumas pessoas não eram bem o que eu pensava. E por fim passei o ano todo fazendo uma coisa que eu gosto - escrever.

Mas aqui no blog vão sair alguns temas e entrar outros. O que vai sair são os comentários da F1 atual. As pessoas querem ver a F1 na tv e não ler o que já viram. Além disso pelo que eu li na internet nesses anos todos, escreve-se bem melhor sobre F1 na europa do que no Brasil, embora aqui haja quem conheça o tema. Sobre as atualidades dessa modalidade virão no máximo mais dois posts, e no ano que vem nada.

O tempo que eu perdi com isso, deixei de utilizar por exemplo para escrever coisas que eu considero mais interessantes como, por exemplo, matérias técnicas, sejam elas de kartismo ou não. Também não alonguei a minha lista de entrevistados que no momento se resume ao Jan, Tchê e Luiz Manzini, além de uma única menção ao Maneco que logo mais será tema do blog novamente. Também deixei de acompanhar a disputa que eu considerei, até o surgimento da 500 Milhas Amador, a melhor de todas do Kartódromo Granja Viana - o Campeonato de Endurance, que têve o seu formato alterado no corrente ano. Juntas, são as duas mais difíceis e competitivas provas daquele kartódromo, na categoria amadora.

Tenho algum material sendo redigido para publicação sobre um tema específico e uma idéia de outro que ainda precisa ser revista.

De qualquer forma o blog segue, mas com tendencia a atualizações menos frequentes. Jamais tive a intenção de dar ao blog conotação jornalística. o que me exime da obrigação de postar todos os dias. Tenham certeza de que escrever diáriamente é um compromisso nada fácil de ser cumprido, e por incrivel que pareça envolve uma boa disciplina.


sábado, 7 de novembro de 2009

Luiz Manzini - Mãos na graxa. (4)

Certamente voce não levaria o seu estimado automóvel em algum lugar onde não encontrasse chão limpo, computador, instrumentos de análise, etc etc.


Mas houve um tempo em que martelos e bigornas também faziam parte do dia a dia de uma oficina mecanica. Ferramentas especiais sómente se fossem construídas. Não se achavam peças ali na esquina compradas a cartão de crédito.

As fotos que seguem, além de uma recordação de família, lembram a existência de coisas já há muito tempo esquecidas e substituídas por outras que nada lembram as antigas.
 
Um goniômetro construído pelo avô de Luiz Manzini com a finalidade de relizar os ajustes dos angulos de suspensão. À esquerda da foto caixa de chapa dobrada do instrumento, que tinha uma semelhança com as maletas dos médicos de então.


 
O intrumento em posição de uso. Com um nível ajustava-se o zero do instrumento em relação ao solo. Na mão de Luiz o apalpador que ficava preso na suspensão e movia a mesa do instrumento mostrando assim o angulo de inclinação da roda.



Essa barra que aparentemente dá a impressão de ser apenas uma barra de ferro, na verdade eram dois tubos, um dentro do outro com uma borboleta de fixação. Os mecanicos antigos usaram isso durante muitos anos para ajustar o angulo de convergencia das rodas, medido pelo lado interno dos penus.


 
Um prensa hidráulica contruída pelo pai de Luiz Manzini com trilhos de ferrovia na época em que era mecânico desse meio de transporte.


 
No Brasil já se importou de tudo, até bigornas. Essa é sueca. A oficina do avô tinha uma forja e a bigorna era uma ferramenta indispensável.


 
Um macaco jacaré antológico. Ao invéz dos atuais que usam cilindro hidráulico, êste fazia uso de uma catraca, conforme mostram as duas fotos seguintes.




 
O ´Frankenstein´ da família. Vivemos um mundo de desperdícios onde se consomem coisas em excesso que são descartadas ainda em condições de uso. O aproveitamento do que estava à mão podia gerar algumas utilidades meio esquisitas.
Pode não parecer mas a foto que segue é de uma furadeira.
O pé da furadeira é um volante de motor de caminhão. A coluna é o tubo do semi-eixo de um diferencial. Os vários braços que saem dele são bielas de Ford. A alavanca, em cima à esquerda é um cabo de grifo. Para a movimentação era usada uma corrente de bicicleta com uma mola numa das pontas. E para guardar as brocas uma calota de Oldsmobile (ao fundo com uma mangueira passando por cima).

 
E por fim a única coisa que era necessária para marcar a presença no local. O nome do dono da oficina na parede, tal e qual foi por quatro gerações seguidas.


 

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Luiz Manzini - Mãos na graxa. (3)


Interlagos em um outro tempo. Uma ´voltinha´ pela pista com a família.

- A primeira vez eu fui com o meu pai e o meu tio, e andamos em Interlagos. Passeamos do jeito que o meu tio gostava de passear. Foi em 1952. A arquibancada era de terra. Depois quando eu comecei a frequantar sózinho já tinha a ´ponte da Pirelli´. O box era lá na curva do café. As curvas eram bem inclinadas, um bacião. Assistíamos corrida da curva dois, lá perto da Jangadeiro, no barranco. Fomos com o Chevrolet 1937 do meu pai. Era um dia de semana e não tinha ninguém no autódromo. Simplesmente entramos e andamos.

Mais Manzinis em Santo Amaro. Um despachante muito procurado na região.

- Esse meu tio era pai do Betinho Cavalo que era despachante com escritório na avenida Adolfo Pinheiro. O meu primo era o Adalberto Manzini do Despachante Primus. Quando éramos crianças, ir à oficina era um castigo para êle, mas para mim o castigo era não ir.

O primeiro carro ´envenenado´.

- A primeira vez foi para uma corrida de rua em Piracicaba. Foi um Gordini para o Josil. Eu tinha um Dauphine e fui com a minha família. Depois fizemos outra corrida que foi a inauguração do autódromo de Curitiba. O autódromo de Interlagos estava fechado. Foi a primeira reforma.

- A preparação era simles. Era a Turismo Classe A. Ía para a corrida com o carro na estrada. Na volta desfazia tudo e virava carro de rua de novo. O Josil era vendedor da Compania Santo Amaro e provavelmente acabou perdendo o emprego por causa disso.


A preparação, às vezes era uma mera cópia. Em competição não se pode perder tempo.

- Acho que foi o fato de eu ser um cara muito livre, que queria inventar, ou talvez pela falta de organização, que eu acabei não me firmando como preparador. Eu peguei muito cara em fim de carreira que já tinha gasto muito dinheiro. Fazíamos uma ou duas corridas e o piloto ficava contente e dizia que no ano seguinte ia ter patrocínio. No fim eu trabalhei com preparação muito mais por recreação.

- Eu tinha interesse em ser preparador mas queria manter a minha oficina. Preparação era um negócio bom, gostoso. Grana naquela época era um negócio complicado. Hoje está muito caro e sem grana o cara nem se mete. Eu ganhava mais como mecanico do que como preparador.

- Eu não gostava de copiar. Uma coisa que era muito comum era um copiar o outro. Eu queria fazer uma coisa com as minhas próprias conclusões. Com isso voce perde tempo e em competição não se pode perder tempo. Além disso se não tem recurso para treinar não vai conseguir tirar resultado.


Inauguração de Curitiba. Uma aventura com carros de corrida nas estradas de um país com muito menos recursos do que hoje. E menos dinheiro também.

- Em Curitiba foram o Josil com um Gordini beje e o João com um azul. Essa estória de Curitiba dá um livro. Passamos até fome na estrada. O Josil terminou em quarto ou quinto na categoria, após 4 horas de corrida, depois de ter andado daqui até lá, fora os rachas de estrada. Um carro pintado, os outros querem saber se anda.

- Eu fui na sexta-feira com a minha mulher e a minha mãe. Fui com o meu Gordini que tinha motor 1000. Foi o pior Gordini que eu tive. Eu era fanático de Gordini, mas esse andava igual ao 850. Eu voltei no domingo com a família. Na segunda-feira êles voltaram e queimou a junta de cabeçote de um lá na serra de Curitiba. E um pistão do Josil furou na serra de Juquitiba.

- Fomos lá socorrer o de Juquitiba. Quando eu viajo levo 2 litros de óleo e água. E naquela época os postos de gasolina ficavam fechados. Cheguei lá e desliguei o fio de vela e as varetas de válvula. Tínhamos pouco dinheiro no bolso. Fomos em cinco no Gordini e resolvemos ir à serra de Curitiba buscar o outro carro. Chegou um momento em que acabou o óleo e o motor travou. No dia seguinte compramos óleo, e eu abri o cárter. Tirei a biela, amarrei as bronzinas com arame para tampar a passagem de óleo, tirei as varetas das válvulas e o fio de vela.

- Chegamos no carro do João e tinha queimado a junta de cabeçote. Deixamos lá o Magrão e o João e fomos para Curitiba. Quando entrei na cidade quebrou o cabo da embreagem. Fomos em uma oficina e arrumamos a biela e a junta de cabeçote, e deixei um cabo de vela desligado. Voltamos assim com os dois carros falhando. Levamos 3 dias entre ida e volta. Quando chegamos em São Paulo já estavam nos procurando até no necrotério. Na chegada aqui, travou o motor. Dei um pontapé na porta, de raiva.


Depois da oficina da Missionários, Luiz foi para a oficina do amigo ´Segundinho´ (José de Freitas) que correu na Speed. O espaço foi oferecido pelo amigo por mais de 6 meses. Luiz alugou o local onde trabalha hoje e quando o proprietário colocou à venda êle comprou. No terreno construiu a casa onde mora. Com bom humor, diz não saber onde começa a casa e acaba a oficina. No fim de tudo, após décadas de atividade de uma gangue de mecânicos, como ele mesmo define a família, o formato tradicional de casa ligada à oficina é o que ainda prevalece.

No próximo e último post, fotos de objetos da oficina que alguns não conhecem hoje e a descrição de um genuíno Frankenstein da mecânica. Lembranças da família.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Luiz Manzini - Mãos na graxa. (2)


Numa época de poucas vias de ligação entre um bairro e outro, Luiz Manzini viu um Santo Amaro e uma Capela do Socorro que muitos não lembram mais. E foi nessa condição que têve pela primeira vez contato com um carro de corridas. Os ingleses que aqui chegaram para a construção da Billings, foram as pessoas que acabaram dando uma característica singular ao bairro. João Batista, o seu pai, teve oficina na Alameda Santo Amaro, e depois mudou-se para a Avenida De Pinedo em frente a um posto de gasolina.

- Era engraçado ir lá com o meu pai, mais ou menos nos meus oito anos. A ponte era de madeira, ao lado de onde há a passagem dos tubos da Sabesp. A ponte ficava quase no nível do rio. Quando enchia, atingia a ponte. Você atravessava a ponte e parecia que estava em outra cidade, parecia que estava na Inglaterra. Tinham muitos casarões característicos.

Na avenida De Pinedo havia um posto de gasolina que era muito conhecido na região como o posto Kenneth. Os avós do proprietário, Kenneth Evans, vieram para o Brasil durante a construção da represa. Luiz lembra que êle foi um dos primeiros santamarenses a possuir terreno em Peruíbe, que como êle mesmo diz é uma cidade cheia de propriedades de santamarenses. Brinca dizendo que o destino do santamarense caipira é morrer em Peruíbe ou Embú-Guaçú.

Nesse posto de gasolina Luiz viu pela primeira vez um carro de corrida. Estava indo para a oficina do pai e quando viu o carro, aquilo chamou a atenção e foi ver de perto. Naquela época quem ía ao autódromo vindo do centro, passava pela avenida Santo Amaro, Adolfo Pinheiro, ponte do Socorro e avenida De Pinedo onde estava o posto e a oficina de seu pai. Era o caminho natural para o autódromo que foi seguido por muito campeão de automobilismo. Muitos pilotos paravam para abastecer nesse posto.

- Foi a época em que eu convivi com o meu pai. Êle faleceu quando eu tinha 18 anos, de cancer de pulmão. Tive pouco tempo de convivencia com êle na mecânica. Tinha 47 anos quando faleceu. Havia muita amizade, o meu pai era amigo dos filhos. Coisa de família de italiano.

- É engraçado, a minha nora é nordestina e eu vejo que embora a cultura seja diferente, há muita amizade em família. É diferente da origem européia mas é muito voltada para a família. O que eu gosto é que os meus filhos ainda manteem isso. Eu e a minha mulher conseguimos passar. Quando eu digo que sou um caipira de Santo Amaro, eu acho legal porque conservo ainda algumas características.


Quando o pai de Luiz faleceu, êle continuou com o tio por mais dois anos e construiu na avenida João Dias. A nova oficina ficava próximo da bifurcação da rua Anchieta com a avenida João Dias. Mais uma vez o padrão tradicional de oficinas de bairro perdurou. A casa da mãe ficava na rua Anchieta em frente ao 11o. DP. Do outro lado do terreno, com frente para a João Dias, estava a oficina. Ao lado havia duas figuras muito conhecidas em Santo Amaro. A Casa Maluf, loja de peças de um turco chamado Augusto Maluf, e ali perto a casa de Júlio Guerra, que Luiz chama de pai do Borba Gato pois foi Júlio o artista plástico responsável pela construção da conhecida estátua. Júlio e a mãe de Luiz Manzini foram vizinhos na infancia e brincavam nas ruas do bairro.

Nessa fase Luiz ficou muito conhecido na região como um especialista de Gordinis. Também tinha feito curso de câmbio automático na GM. Mudou-se da Capela do Socorro para a João Dias em 1960 e depois alugou um galpão de um espanhol na rua ao lado da Biblioteca Kennedy.


O blog não sabe informar o nome atual dessa biblioteca porque mais uma vez mudaram o nome de alguma coisa na cidade e as antigas referências ainda estão frescas na memória. Justamente numa época em que os resgates históricos são uma pauta.

Nessa época as oficinas eram identificadas de outra forma.

- O nome da oficina era o nome do dono. Oficina do Manzini. Eu cheguei a pintar um dístico da Willys porque trabalhava só com Gordini. Na época ninguém gostava de trabalhar com Gordini. Eu gostava do carro por conta da tecnologia que era avançada para a época. O motor tinha 850 cilindradas e tinha 40 cavalos, enquanto que o Volks era 1300 e tinha 36.

Nessa época existiam nos mauais do proprietário, informações técnicas de manutenção e ajustes. Porém os manuais técnicos de manutenção das montadoras eram difíceis de conseguir.

- Eu consegui manuais da Willys, do Gordini, e depois do Corcel também, atravéz do Galli.

Daí vem a minha ligação com Luiz Manzini. Essa pessôa da Willys era amigo do meu pai e se conheceram no dia em que o meu pai comprou o seu primeiro carro - uma Romi-Isetta. O amigo dele, Alexandrino Galli, era do controle de qualidade da Willys Overland do Brasil.

Nessa época existiam também livros especializados em mecânica de automóveis, mas Luiz pouco os utilizava. Os manuais do proprietário eram bem completos e tinham informações sobre todos os ajustes do carro, incluindo os de supensão, freios, fárois, etc.

Em oficinas mecânicas sempre há algum momento cômico. Entra na conversa um amigo de Luiz que diz ter em casa uma série de revistas Mecânica Popular da década de 50. Em todas elas as figuras foram recortadas, o que não lhes confere muito valor.

Com o retorno do espanhol, dono do prédio onde ficava a oficina, Luiz se mudou para a rua Missionários, ao lado do supermercado Grande Giro, onde hoje há a catedral da Igreja Universal. Me lembro bem desse período, quando o foco mudou um pouco. Luiz trabalhou muitos anos com a mecânica Renault, ao mesmo tempo em que iam surgindo outros modelos com novos motores e êle precisou se adaptar. Mas ainda era muito procurado pelos saudosistas do Gordini, assim como dos proprietários do Corcel e Escort que na época estavam em linha de produção.

Em qualquer oficina que se preze nos dias de hoje há um elevador. Mas naqueles tempos longínquos o recurso era outro. Utilizava-se uma talha pendurada em um cavalete de madeira. Mas às vezes o braço era suficiente, como um dia em que na sua oficina eu o vi tirar o motor de um Opala fazendo uso apenas de um tubo de aço e uma corrente. Para ajudá-lo na outra ponta estava um primo que o seguiu por 20 anos - o Magrão, como era conhecido por todos, recentemente falecido. Mas além disso as oficinas antigas faziam uso corrente de um recurso que atualmente só se vê em lojas de escapamentos - a valeta. Lugar onde se davam cabeçadas em pontas de pára-choques ou escapamentos na hora de sair.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Luiz Manzini - Mãos na graxa. (1)


Luiz Antonio Manzini, nasceu em 1940, quando seus pais moravam na Ladeira Aurora, bem próximo ao centro de Santo Amaro e ao lado do atual terminal de onibus urbanos. Cresceu e se manteve sempre no bairro, e herdou o modo de vida da família que incluia uma oficina mecânica que na década de 1960 deu manutenção num grande número de carros de mecânica Renault. Estudou no Colégio Alberto Conte, que era uma referencia na época, e no Colégio Doze de Outubro na esquina da R. Izabel Schmidt e Av. Adolfo Pinheiro. Abandonou os estudos com o objetivo específico de ser mecânico. É êle quem conta um pouco da história da família, e porque não, do bairro também.

A família Manzini chegou ao Brasil vinda da Itália no início do século 20 e fixou-se inicialmente na Vila Clementino. Um dos seus entes, que na época tinha tão sómente um ano de idade, tornou-se figura emblemática no bairro de Santo Amaro, que há muitas décadas já foi município.

Quem é da região conhece a Avenida Victor Manzini onde se encontra o clube de golf, e que dá acesso à ponte do Socorro. Victor Manzini cresceu aqui no Brasil e tornou-se jornalista autodidata. Com a ajuda da família da esposa, trouxe da Alemanha máquinas de linotipia com as quais montou um jornal chamado O Sol Levante, em 1938. Recentemente ficou estabelecido que a profissão de jornalista pode ser exercida sem diplomação. No tempo de Victor Manzini isso não apenas era desnecessário, como também era o menor dos impedimentos. Foi um pioneiro que escrevia as matérias, produzia o jornal e entregava. Talvez essa imensa dificuldade fez o jornal fechar as suas portas pouco tempo depois. Mas as portas se reabriram novamente em 1940 e o jornal ganhou nome novo. Nascia a Tribuna de Santo Amaro, que era entregue num Chrysler 1938. A empresa permaneceu sob o comando da família até por volta de 1960.

Victor Manzini faleceu com mais de 90 anos e tinha passado o comando para o filho, Marcos Manzini, que iria fazer o mesmo com o neto. Êste era o único formado em jornalismo, mas infelizmente faleceu com pouco mais de 30 anos. Luiz Manzini mantinha uma amizade de infancia com Neco (Manoel Manzini), o neto de Victor, e por muitas vezes fizeram o conhecido caminho dos romeiros, com bicicleta, indo e voltando no mesmo dia onde a maior parte do trajeto era de terra.

O avô de Luiz, José Manzini, foi mecânico de ferrovias e um dia resolveu ter a própria oficina mecânica. Esta passou para o filho, João Batista e na sequencia para Luiz Manzini. Êste lembra de uma passagem familiar que definiu para o avô, José Manzini, que o seu filho João seria mesmo mecânico.

- Um dia o meu avô estava mexendo em um relógio de parede e a minha avó deve ter tirado êle do sério, pois o meu avô pegou um martelo e deu no relógio. Entortou as engrenagens. Aí, o meu pai que trabalhava no centro da cidade numa loja de chapéus, chegou e viu aquilo, e acabou consertando o relógio.

- O meu avô disse que não tinha jeito. Tinha que ser mecânico mesmo.


O avô paterno de Luiz, seu tio Marcos, o tio Doro (Doroteo), e o pai trabalharam na revenda Chevrolet Cássio Muniz. Até que um dia o avô resolveu ter uma oficina mecânica onde hoje há uma farmácia, na esquina das ruas Anchieta e Antonio Bento. Essa oficina era o modelo típico de oficina de bairro da época, onde a residencia e a oficina ficavam lado a lado. Nessa oficina aconteceu uma coisa muito curiosa, conforme conta Luiz.

- Êles chegaram a fazer um carro de corridas, cuja foto eu não tenho pois pedi a um cara para ampliar e a foto sumiu. O Caixote é louco pra achar essa foto. A fotografia tinha o meu avô, meu pai e o meu tio, ao lado de um fordinho com suspensão rebaixada. Fizeram em 1930. Êles acabaram vendendo o carro.

(nota do blog: Caixote é o apelido de família de Beto Manzini, sobrinho de Luiz, proprietário do Centro de Pilotagem Roberto Manzini)

- Foi o carro que êle fez sem junta de cabeçote e fêz o comando na mão. O meu pai fez a parte de chassi e suspensão. A carroceria ficou para o meu tio que era funileiro. Era uma equipe. Como junta foi usado um papel de jornal. Se estiver perfeitamente plano não vaza.

E como foi acertado o assento do cabeçote no bloco?

- Era de ferro fundido. Acertaram com carborudum, na mão. Lapidaram as faces do cabeçote e do bloco, um no outro. Eu já fiz com tinta de alta temperatura. Para deixar o cabeçote no ponto certo demorou quase tres dias, lapidando até que sumissem as marcas das falhas.

- E o comando?

- O meu pai encheu o comando com solda de anel de segmento. Depois dá acabamento e tempera no maçarico. Aquece até ficar vermelho e joga no óleo. Fica muito duro e precisa revenir, também no maçarico.

- Quando eu fiz a primeira vez, desbastei no esmeril pelas costas para dar levantamento. Depois de desbastado dava abacamento com lima e lixa. A intenção era não mexer com a dureza da peça. Eu tinha aprendido com o meu pai a fazer com um molde. (chapa recortada com o formato desejado, conhecida como chapelona, e que era utilizada para ajuste da forma).


Quanto tempo demorava para fazer um?

- Uns dez dias, porque não ia direto. Fazia um pouco, parava, voltava.

Luiz conta outra passagem que envolve um italiano muito conhecido em Santo Amaro. Mário Bertoni, fundador da Retífica Santo Amaro, falecido há poucos anos. Mário Bertoni era ferramenteiro quando inaugurou a sua retífica. Um dia pegou um Hudson 1938 de um italiano para retificar o motor. Ao invés de retificarem os tuchos, passaram no esmeril. Por isso acabou arredondando o comando de válvulas, com o uso. Levaram o carro na oficina de João Batista Manzini. O carro esquentava e não andava.

- Meu pai ouviu o motor, mediu o levante das válvulas e viu que o comando estava gasto. O meu pai pediu quinze dias para resolver o problema. Refez o comando na mão. Êsse carro rodou quase oito anos na mão do dono.

Como muitas pessôas que tiveram envolvimento com oficinas mecanicas, Luiz tinha o sonho de ser piloto. Fora a mecânica, as três coisas que mais tinha vontade de fazer eram nadar, guiar bem e dançar. Queria ser pilôto. O pai dizia que era louco e que para morrer não precisava nada disso.


Luiz Manzini - Mãos na graxa.


Você entra no estabelecimento e avista o dono, seu amigo, e antes de mais nada solta uma piadinha como forma de se anunciar. O retorno é uma resposta, muitas vêzes hilária, os tradicionais cumprimentos e apertos de mão, e na sequencia o convite para um cafézinho. Durante o café êle vai te perguntar o motivo da visita. No meio do caminho você passou por um corredor ao lado de bancadas sujas, porcas e pedaços de carros jogados no canto da parede e ficou olhando para o chão afim de saber se não iria tropeçar em algo ou plantar o pé numa mancha de graxa.

Você está numa oficina de bairro nos seus mais tradicionais moldes. É mais ou menos como andar vários anos para trás num mundo que alimenta a imaginação e traz também umas lembranças. Lembranças de coisas e também de costumes provincianos se considerarmos as mudanças que se deram até os dias de hoje.

Num mundo onde a imagem tem um pêso muito grande nas relações com o público, nessa oficina não se encontram os elementos atuais de um lugar desses, tais como recepção, cadeiras ou poltronas, máquina de café e bebedouro, uma menina atrás de um computador com um sistema de cadastro, e por aí a fora. Há apenas a oficina, o dono, um telefone e o café. Isso basta. E no caso do meu amigo, que é tema desse e dos próximos posts, basta ha 4 gerações. Êle mesmo diz com bom humor que a família é uma gangue de mecânicos.

Nos próximos 4 posts (um por dia)com o título ´Luiz Manzini - Mãos na graxa´, vou falar de um santamarense que tem o sobrenome numa das avenidas locais, cuja família é parte da história do bairro que já foi munícipio ha muitas décadas. Luiz Manzini é a bola da vez, contando estórias da família que remetem a um passado onde as oficinas tinham como recurso principal os seus mecânicos e as ferramentas tradicionais. Um tempo em que elas não precisavam ter título e nem placa na fachada para serem identificadas. Vamos lembrar o que as dificuldades levavam os mecanicos a fazer para colocar os carros de seus clientes andando, e vamos conhecer mais uma estória típica de família de sapateiros onde o pai passou para o filho, o neto, e nesse caso aqui ao bisneto também. O último post com algumas fotos curiosas de objetos de com várias décadas de existência.


Kart São Paulo esteve presente na 500 Milhas de Kart Amador.

O Kart São Paulo marcou a sua presença na 500 Milhas de Kart Amador. A Equipe Kart Mogi Team chegou em 12o. lugar e os seus integrantes foram Otto Resende, Carlos Hayashi, Cláudio Abdo, Eder Santos e Michel Ferraz. Os dois primeiros, respectivamente o organizador do KartSP e o 3o. colocado do grupo Master, disputam a segunda colocação no campeonato com uma diferença de 9 pontos, que deve se alterar na próxima e penúltima etapa a ser relizada dia 11/11. Carlos Hayashi está mais atrás no campeonato porque não participou de tres etapas.

Num país onde apenas a glória da vitória é festejada, é comum que as outras participações nem sejam citadas, a não ser entre amigos.

Apenas para lembrar, a primeira edição da 500 Amador teve 42 equipes inscritas, mais de 240 pilotos, durou 12 horas sendo as primeiras sob sol escaldante. Assim a performance em pista depende de entrosamento da equipe, disposição física e psicológica.

O circuito onde se sucedeu a disputa tem 1400 mts, 300 a menos que a última prova do KartSP, o que dá uma diferença de 27%. A equipe marcou a sua melhor volta em 1:04.263. Na última prova do KartSP, no circuito 3 com 1100 mts, Otto marcou a melhor volta em 1:00.823, portanto uma diferença 6% no tempo para uma diferença de extenção de pista de 27%.

Isso se deve ao longo trecho de alta velocidade do circuito da 500 que passa pelas curvas 3 e 4, e na sequencia a hum sem chicane. Portanto, uma prova veloz. Sob sol forte e com o compromisso de voltar ao box apenas quando o combustível estiver no final, não é uma prova fácil. Eu já andei nesse circuito 2 vezes e sei que é de tocada técnica. A longa duração da prova completa o cenário aumentando a dificuldade a respeito da condição física e psicológica.

Posto tudo isso, eu penso que embora a equipe desejasse uma posição melhor que 12o., a atuação não foi má, especialmente considerando-se deixaram para trás 30 concorrentes. Fora os da frente que são parada dura.

Parabéns à Equipe Kart Mogi Team pela participação.

A mim, particularmente falando, resta uma única leitura. O lado positivo disso é que faço parte do grupo Light do KartSP, enquanto que o negativo é que ando 1,5s mais lento que o líder da Master.
Por enquanto.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Meteoro/Corredores X vencem a 500 Milhas de Kart Amador.

A prova de kart amador que deve dar o que falar daqui em diante, a 500 Milhas de Kart Amador, realizada no Kartódromo Internacional Granja Viana no último domingo, foi vencida pela Equipe Meteoro/Corredores X.


Diferentemente do que eu coloquei no post anterior, a prova teve um total de 578 voltas completadas em 12:00:47.769 hs, sendo a mais rápida creditada à Equipe Technofit com o tempo de 1:03.327.

As dez primeiras equipes foram:

Meteoro/Corredores X
KartGP
Sábia Racing
Speed
Nitro 500 II
Kartingas II
Em Cima da Hora APKA
Kartingas I
Kamikart
Lei Seca

A equipe vencedora tinha como integrantes, João Mauro, Miguel Castro, Peterson Nakamura, Rodrigo Sgarbi e Wendell Capraro. Um time vencedor que pilota junto ha muito tempo e tem muitas vitórias no currículum, seja este individual ou em equipe. Conheço os seus integrantes e sei da habilidade que esse grupo pode mostrar. Parabéns à Equipe Meteoro/Corredores X pela brilhante vitória.

O kartódromo mostrou que sabe organizar uma prova desse tipo, coisa que eu não estranho porque já participei de algumas etapas do Endurance Noturno que teve o seu formato alterado em 2009, e que até domingo era a disputa mais difícil do kart amador nesse kartódromo.

Em provas de longa duração as pequenas diferenças vão se somando e ao final é normal que surja uma diferença de várias voltas entre o vencedor e os outros participantes.

Mas ao contrário do que esse dado possa sugerir, há um equilíbrio bem compatível com os propósitos de uma corrida de karts alugados, seja em relação aos próprios karts, seja em relação à habilidade somada nas equipes.

Das 42 equipes inscritas, 16 marcaram as suas melhores voltas na casa de 01:03. É claro que para isso é preciso fundamentalmente habilidade, mas também karts cujas diferenças entre um e outro sejam pequenas e administráveis, uma vez que obter equilíbrio total com esse tipo de equipamento é muito difícil. Isso é um dado que comprova que as competições organizadas por esse kartódromo com os seus próprios karts não decepcionam no quesito equipamento.

Outro ponto a ser realçado é o número de participantes na primeira edição. De acordo com a lista divulgada pelo kartódromo, inscreveram-se 42 equipes que somaram 242 pilotos. Na verdade o número de pilotos é um pouco maior porque 2 equipes estão listadas sem o nome dos seus integrantes.

Isso colocou no kartódromo mais de 350 pessoas, já que muitos compareceram com esposa e/ou filhos. Eu mesmo registrei a presença de público assistente. Comparando-se isso com às tristes arquibancadas vazias no autódromo e no kartódromo de Interlagos, é algo que dá uma noção do atrativo dessas provas.

A Equipe Kamikart composta por José de Souza, Marcio Mesquita e o meu amigo Ricardo Talarico, o Tala, teve a sua participação assegurada pelo kartódromo pois é a campeã do Endurance da Granja de 2009. E a vencedora da 500 Amador, a Equipe Meteoro/Corredores X, está com a inscrição garantida para a 500 MILHAS DE KART GRANJA VIANA, de acordo com o regulamento. A KartGP, que finalizou em segundo, leva para casa um chassi MEGA.

Essas duas equipes devem estar presentes no próximo evento, a tradicional 500 da Granja, nos dias 4, 5 e 6 de Dezembro desse ano.


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

500 Milhas de Kart Amador - a força da modalidade.

O kartismo amador é uma modalidade de esporte a motor que cresce ano a ano. Basta verificar as reservas de qualquer kartódromo e se terá uma idéia da ocupação que essas pistas teem todos os meses.

A modalidade, que deu os primeiros passos em shopping´s há muito tempo, se tornou febre e é a alternativa ideal para quem não tem condições de ter kart próprio mas que tem capacidade de pilotagem e vontade de participar das provas e aprimorar a sua habilidade.

Entre outras coisas o kartismo amador tem o mérito de ser uma forma de um aspirante a piloto saber se realmente tem interesse em desenvolver a sua habilidade de pilotagem e tambem de adquirir sensibilidade de pilotar pneus slicks, o que não é tão simples assim para quem nunca fez.
 

Embora a modalidade seja de baixa performance, comparando-se com as categorias federadas de motores 2 tempos, isso não torna a pilotagem uma tarefa simples para os iniciantes. De qualquer forma será um aprendizado e uma forma de alguem poder avaliar o seu gosto e expectativa em relação ao esporte.

Também abre as portas para a participação tanto de pilotos muito jovens, como senhores de meia idade ou mulheres que muitas vezes são capazes de dar autenticos couros em marmanjos que se julgam ´bons de braço´.

O fato concreto é que a modalidade ganhou o status de esporte e as competições podem às vezes ser duras batalhas onde os concorrentes brigam por diferenças até na casa dos centésimos de segundo.

No ano de 2009 o kartismo amador teve dois momentos de destaque no Brasil.

O primeiro foi a realização do Mundial de Indoor na cidade de Macaé no Rio de Janeiro. A modalidade indoor se propagou mundo afora, não apenas no Brasil, e também nesse ambito já temos os nossos campeões. Por conta do trabalho e interesse de apaixonados do esporte, a quinta edição do IKWC veio para as nossas terras, numa demonstração de que não devemos nada aos pilotos estangeiros e que estamos em condições de sediar um evento que reúne os melhores do mundo de uma categoria, sem passar vergonha.

O segundo acontecimento de pêso no kartismo amador brasileiro ocorreu nesse domingo, 01/11/2009, no Kartodromo Internacional Granja Viana. Mais uma vez esse kartódromo inovou e criou uma alternativa para os pilotos correrem no mesmo circuito das 500 milhas mas a um custo bem inferior.

Realizou-se a primeira edição das 500 Milhas de Kart Amador. O circuito é o mesmo da 500 Milhas da Granja, uma delícia para pilotar. Se inscreveram 42 equipes, a maioria com mais de 5 integrantes. Para quem está acostumado com o Endurance Noturno onde havia um período máximo de 40 minutos em pista, o regulamento da 500 milhas prevê a troca de piloto sem essa limitação, o que faz com que o combustível seja o limitante da permancencia em pista. Isso já coloca a forma física e disposição psicológica à prova.

Nos boxes um autentico ambiente de provas de longa duração, onde se encontravam muitas cadeiras e tambem alguns colchonetes. Mesas cheias de garrafas d´agua, sanduiches, toalhas e tudo mais que se necessita nessas condições.

Com pouco tempo disponível, apesar de ser domingo, fui lá 4 horas depois da largada e encontrei vários amigos fazendo o que eu gostaria de estar fazendo também. Entre êles Ed Cordeiro que é uma das pessoas a quem o kart amador brasileiro deve uma reverencia. Sei da grande batalha dêle para que o mundial de indoor se realizasse em Macaé em 2009. Junto com ele, veio do Rio de Janeiro, Pedro Washington que nada mais é que o primeiro no ranking do indoor no mundo.

A prova teve duração prevista de doze horas, portanto com encerramento à 01:00 da madrugada, quando teriam sido completadas 644 voltas com o tempo de 01:04 cada uma.

Assisti a festa por algum tempo até que as luzes se acenderam e voltei para casa. No caminho uma lua bem visível em céu limpo avisava que não choveria no restante da noite.

Sem dúvida nenhuma o kartismo amador brasileiro teve um acréscimo substancial com a relização do mundial de indoor, e agora com essa prova de longa duração que era o sonho de muitos amadores.

Se há alguem que está trabalhando para tornar o kart amador cada vez mais procurado e disputado, esse é sem dúvida o Kartodromo Internacional Granja Viana. A modalidade amadora tem a sua força nos dias atuais e esse kartódromo tem participação imprescindível no seu crescimento.


domingo, 1 de novembro de 2009

F1 Abu Dhabi - Corrida chata, mas a festa deve ser um arraso.

O campeonato já havia sido decidido e assim a última corrida teria mais sabor de festa que ítem decisório, embora o vice-campeonato tivesse sido decidido hoje.


Deu Vettel em vice no campeonato e vitorioso em Abu Dhabi. É um nome da F1 de hoje. A essa altura do campeonato, já decidido, as considerações remetem mais para o ano de 2010 onde as regras serão outras. Mas mesmo que as regras mudem os carros, o resultado no próximo ano será uma evolução do conceito atual para algo que respeite as limitações das próximas regras. Assim sendo, Vettel e o seu carro são um conjunto que deverá estar disputando as primeiras posições no ano que vem.

Button fez um bom trabalho e terminou em terceiro brigando bastante com Webber nos últimos momentos. Cresceu na corrida, enfim.

Já Barrichello acabou como começou. É óbvio que a equipe daria uma grande atenção ao piloto que já está confirmado para 2010. Isso também já sugere que Rubens de fato está confirmado na Williams e portanto o seu resultado nessa corrida não seria tão importante assim. A equipe já é campeã e o vice era uma questão particular de Rubens. Chefes de equipe pensam como chefes e não como pilotos. Fora isso é provável que Rubens não se sentisse com tanto entusiasmo assim para partir para cima, como êle afirmou ha poucos dias.

Quem deu show na pista foi o japa Kobayashi. Entende do assunto e deu uma demonstração que a F1 é um carro possível de ser pilotado em alta performance mesmo com baixa experiencia. É um nome que vai causar muitos comentários quando tiver o seu posto definitivo garantido na F1. Muito diferente de Grosjean que conseguiu nesse campeonato ter a proeza de ser pior que Piquet. Para saber perfeitamente o que se passa com Grosjean seria preciso obter algo dele próprio, mas por enquanto mostra que é não está à altura dos outros.

No restante não há muito que criticar além do momento mais hilário da prova que foi a desastrada passagem pelos boxes do espanhol Alguerssari. Não tenho notícia, ou quem sabe lembrança, de algum piloto de F1 indo fazer pit na equipe concorrente, que nesse caso era a de Vettel. Errar a equipe no pit é no mínimo muito engraçado.

Quanto à pista é linda, maravilhosa, uma prova do que o rico dinheiro árabe pode realizar. Mas não é nada mais que um show. A saída de box é simplesmente um desastre. Estreita, em decida e sem nenhuma visibilidade. Ninguem bateu ali porque devido à dificuldade é claro que os pilotos tiraram o pé. Mesmo sendo uma dificuldade comum à todos, é um ítem da pista incompatível com os propósitos de uma categoria como a F1.

As zebras serão repensadas para o ano que vem. Sutil por exemplo deixou um pedaço da asa numa subida na zebra. Eu esqueci de ver um dado dessa pista antes de começar a prova. Parecia que os trechos de baixa eram desproporcionais aos trechos de alta. Ou seja, perde-se tempo demais nesses lugares que são seguidos de trechos de velocidade muito alta. No entanto a diferença que há entre a extenção dessa pista e a de Interlagos, e a diferença de média horaria entre as duas é proporcional. O tempo total cresceu na mesma proporção que o comprimento da pista. Curiosamente, nesse aspecto não é nem melhor nem pior que Interlagos. O que não a coloca entre as melhores porque Interlagos, como todos sabem, já não é mais a mesma pista.

Os engenheiros que supervisionaram a criação dessa pista sabiam o que queriam e fizeram um trabalho muito melhor do que o que foi feito na China. Apesar de alguns muros presentes no traçado, há áreas de escape adequadas às condições. As escapadas do asfalto acabaram resultando em retorno ao mesmo. Isso também porque o piso da área de escape parece ter aderencia suficiente para tal.

O horário é que foi dificil de entender. Começou com sol na cara e terminou com luzes na pista. É claro, sendo a corrida inaugural da pista e a última do campeonato, depois de pódium, entrevistas e o diabo que seja, segue-se uma mega festança patrocinada por dólares de bilhardários e que só acabará com certeza na final da madrugada ou com o sol nascendo amanhã. Gostaria de estar nessa festa a convite. Fico imaginando a quizumba que vai ser.