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domingo, 23 de novembro de 2014

Hamilton - Primeiro negro na F1 é bi-campeão


Num cenário bastante favorável desde o início da corrida, Hamilton consquistou hoje o seu segundo título na F1 e o primeiro da Mercedes depois de Fangio. Fez história, além de uma bela corrida e muita festa. Não bastasse isso contou tambem com os cumprimentos do seu mais duro adversário nesta temporada, o seu companheiro de equipe Nico Rosberg.

Não foi o que se pode chamar de uma vitória brilhante pois a corrida foi se tornando aos poucos um passeio para ele. Na largada Rosberg perdeu a primeira posição para Hamilton e pouco tempo depois o carro começou a manifestar um decrescimo de performance tal que, Rosberg chegou a virar retardatário nas ultimas voltas. Portanto, a vitória de Hamilton não se deu na condição de disputa direta com o único que lhe poderia tirar o título.

Isso não lhe tira o merecimento tanto da vitória na corrida como da vitória no campeonato. Mereceu as duas e tambem deixou claro que mesmo tendo condições de aliviar o ritmo continuou fazendo a sua corrida na performance que lhe traria a vitória. Nas voltas finais viu Massa se aproximar bastante e mesmo que o brasileiro tivesse chegado a encostar, duvido que Hamilton não disputasse a posição apesar de já ser o campeão nesse momento.

O garoto mostrou que é um piloto muito eficiente, que sabe usar tudo o que o seu carro pode oferecer, e que sabe buscar o caminho da vitória. Embora a corrida de hoje não tenha lhe oferecido dificuldades, o campeonato não foi precisamente assim para ele, e nessa condições soube dar sempre o máximo de si tendo a meta de ser campeão bem nítida e administrada.

A Rosberg faltou sorte dessa vez, mas tambem pontos nas corridas anteriores. É uma pena que o seu carro lhe deixou na mão dessa vez. A largada ruim já pode ser lida como um indício de problemas que se agravaram depois. Caso não tivesse enfrentado os problemas com a sua máquina, ainda que perdesse o campeonato, o faria depois de uma disputa pela vitória em alta temperatura. O cenário que não teve tanta graça assim para Hamilton, foi de profunda decepção para Rosberg. Perder faz parte, mas é dificil demais perder sabendo-se que é capaz de ganhar.

Como dizia outro grande campeão da Mercedes, Fangio, corridas são corridas. Deu Hamilton porque era assim que deveria ser este ano e ponto final. O campeonato está definido e agora resta aguarda o início do próximo.

Para Massa a sensação pode ser comparada a uma de vitória. Decididamente a Williams dessa temporada não é páreo para a Mercedes, mas nessa corrida chegou muito perto da primeira colocação. Como o campoenato estava resumido aos dois da Mercedes, atrás deles havia uma segunda disputa. Massa, que começou o ano  mal, foi se recuperando e ficou na frente do que eu chamaria de segundo pelotão, andando forte e subiu ao pódio novamente, hoje em segundo lugar. Trouxe junto o seu companheiro Bottas, que largou mal e terminou um tanto distante de Felipe na prova.

A F1 teve hoje uma baixa no grid para o ano que vem. Tão logo a corrida terminou, na volta de desaceleração Button, que terminou em quinto, fez um zerinho, o que deixa claro que está mesmo de saída da McLaren e da categoria. Fica tambem muito mais óbvia assim, a possibilidade de ser Alonso o ocupante da sua vaga em 2015 na McLaren.

Falando-se de mudanças, Alonso terminou uma posição atrás de Vettel, que finalizou em oitavo. Gostaria de saber o que se passa na cabeça de Vettel, sabendo que será este carro que ele vai pilotar em 2015. Respondo que passam coisas que não sabemos pois ainda não ouvi falar de um campeão que tenha preferencia por andar em um carro bem menos efeiciente do que aquele que tem a disposição hoje. Enfim, é provável que a Ferrari seja outra em 2015. Ou não. Tudo é possível.

Congratulations Mr. Lewis Hamilton!

sábado, 11 de outubro de 2014

Kartismo paulistano - uma justa homenagem


No dia 1 de Outubro último, apenas a alguns dias de se completarem 40 anos do bi-campeonato de Emerson Fittipaldi na Formula 1, o kartismo paulistano foi homenageado na Camara Municipal de São Paulo. A sessão solene foi presidida pelo Vereador, e Deputado Federal eleito, Floriano Pesaro. Ele é o autor da lei 16053/2014 que inclui esse importante esporte formador no calendário oficial de eventos do município de São Paulo.

A iniciativa é muito justa, levando-se em consideração o que a modalidade representa para o esporte a motor do país. Nossos 3 campeões de F1 foram kartistas, assim como outros barsileiros importantes como Rubens Barrichello, Felipe Massa, Tony Kanaan, Helio Castroneves, Bia Figueiredo, só para citar alguns muito conhecidos. O kartismo foi, e ainda é, um celeiro de pilotos. E os irmãos Fittipaldi tambem têm uma participação muito especial no nosso kartismo.

Em Agosto de 1960, Wilson Fittipaldi Jr. disputou a primeira corrida oficial de karts do país no bairro Jardim Marajoara, ao mesmo tempo que o seu irmão Emerson assistiu tudo do lado de fora pois não tinha a idade mínima aceita para ingressar na prova. Um dos participantes dessa prova antológica foi Paulo Manoel Combacau, o Maneco, possuidor de uma memória fantástica dessa época, bem como uma lista de amigos de fazer inveja. Ele foi um dos homenageados na Camara Municipal, ao lado de Wilson Fittipaldi Jr., Lúcio Pascual Gascòn, o Tchê, Carol Figueiredo, Chico Lameirão, Mário de Carvalho, e muitos outros que tiveram participação ativa no kartismo, seja como piloto, seja como preparador.

O ano de 2014 não foi dos mais memoráveis para o kartismo pois perdemos dois nomes importantes desse esporte. Dionisio Pastore, incrivel piloto campeão que dividiu curvas com uma geração inesquecivel, e Rino Genovese, lendário preparador apaixonado pelo que fazia e sempre disposto a contar as suas histórias. Mas apesar disso terminamos o ano com a boa notícia da inclusão desse esporte na lista de eventos oficiais, o que significa garantia de calendário e iniciativas de melhora da infraestrutura do kartódromo de Interlagos, o nosso maior emblema nesse esporte.

A sessão contou com a presença do presidente da FASP, José Aloízio Cardozo Bastos, o vice Élcio de São Thiago, Wilson Martins Poit, presidente da SPTuris, João Miralle, administrador do autódromo e kartódromo de Interlagos, e José Eduardo Avila, promotor do Campeonato Paulista de Kart.
Outra presença importante foi o cineasta carioca Perdro Martins Rodrigues, que até o momento foi o único a ter a idéia de produzir um documentário sobre o kartismo. Durante a sessão de homenagens foi exibido o teaser do filme Kart História de Campeões, que conta com depoimentos de ícones da modalidade, bem como imagens da época.

Parabéns aos kartistas e preparadores que fizeram a história desse esporte no nosso município.
Parabéns ao Vereador Floriano Pesaro pelo interesse demonstrado por esse esporte.
Viva o nosso kartismo!

Abaixo, algumas fotos do evento.



domingo, 27 de julho de 2014

Hungria - Pista velha é que faz corrida bôa



Foi assim que Alessandra Alves, comentarista das transmissões da F1 na Band News, definiu antes mesmo da corrida o que realmente se deu na prática - uma corrida bôa, dessas que dá gosto assistir.
A começar pelo tempo a pista apareceu molhada mas sem chuva, uma condição que os pilôtos não gostam pois, se assim permanece, em poucas voltas forma-se um trilho sêco do qual os carros não podem sair pois encontram asfalto molhado em seguida. E foi justamente essa condição que movimentou a prova no início.
Na volta de apresentação Kyviat apagou o motor e teve que largar dos boxes, juntando-se a Lewis Hamilton que teve o carro incendiado ontem na classificação. Na primeira volta Rosberg manteve a primeira posição seguido por Bottas, Vettel e Alonso. Massa caiu para oitavo e Hamilton escapou logo no meio da volta incial. Não parecia um começo simples para ele. O rendimento das Mercedes como sempre era um destaque e mesmo nas condições da pista Rosberg abriu mais de 6s sobre Bottas até a 6a. volta, uma performance tipica das Mercedes nesse ano e que sinalizava mais um passeio da equipe. Até que.....

Ericson bate e entra o safety car na pista, ao mesmo tempo que inciam os pit stop's. Massa foi um dos que veio para os pit's imediatamente, o que lhe conferia uma vantagem em relação aos demais, Por incrivel que pareça durante a as voltas com safety car Grosjean bateu e isso mudou um pouco mais o panorama da corrida. A bandeira amarela na pista se prolongou e isso significou mudança de estratégia no uso dos pneus e combustivel. De fato, a corrida começou a se tornar boa, ao menos para quem não tinha batido.
Na relargada Ricciardo estava na ponta seguido por Button. Não durou muito e Button assumiu a liderança, enquanto Massa aparecia em terceiro. Finalmente Massa estava à frente do seu companheiro de equipe. Mas Button ainda precisava fazer o seu pit stop e assim Ricciardo assumiu a ponta novamente, deta vez seguido por Massa e Alonso.
E Sergio Perez coloca novamente o safety car na cena ao rodar e bater violentamente na reta dos boxes. Mais redução no consumo de combustivel e pneus. Definitivamente a prova ia se tornando imprevisivel. Ricciardo, Massa e Bottas seguem para mais um pit stop. Na relargada Alonso veio na ponta seguido por Vergne, que fazia uma bela prova, Rosberg e Vettel. Massa voltou em sétimo, uma posição atrás da sua posição de largada, ainda antes do meio da prova. O azar atribuido a Massa parecia ser apenas uma lembrança ruim.

A essa altura a pista estava completamente sêca e embora houvesse nuvens não caía uma gota de água. A escolha de pneus foi óbvia - slicks soft. Com a velocidade aumentando os riscos tambem aumentam e por muito pouco Vettel não provoca mais um safety car. Subiu na zebra na entrada da reta, rodou e raspou o muro com a roda traseira esquerda. Mas continuou na prova normalmente. Hamilton, que havia largado das catacumbas do grid estava agora em segundo lugar. e à frente de Rosberg que passou a andar num ritmo inferior ao seu habitual, aparecendo agora na 10a. colocação depois do seu pit stop. Ricciardo vai para a troca de pneus e Hamilton assume a ponta, com Alonso em segundo. Ricciardo volta na terceira colocação e atrás dele Felipe Massa.

Logo em seguida Alonso vai para o pit e depois dele Hamilton. Ricciardo assume a liderança e Massa vem em segundo. Mas Massa ainda deveria fazer ao menos mais um pit. Voltou na sexta colocação depois dessa troca mas atrás de Bottas. Enquanto os da frente usavam os soft's, Massa voltou a pista com o intermediario numa clara intenção de terminar a prova sem retornar aos boxes novamente. Restava saber o que se daria com Bottas que ainda deveria fazer mais uma troca.

Ricciardo vai para mais um pit e Alonso assume a ponta novamente, seguido por Hamilton e Rosberg. Ricciardo volta do seu ultimo pit em terceiro na volta 54. Aí a corrida começou a tomar o seu contorno final e quem estava na frente nessa hora tinha ao menos combustivel de sobra para usar. Foi nesse cenário que Hamilton fez o que o público quer ver - disputou posição com o companheiro de equipe contrariando as ordens da equipe para dar passagem a Rosberg. Fez o correto, é isso que dá brilho a categoria, e que nós já vimos em outras épocas da F1. Assim, com Rosberg tendo que fazer outro pit, não apenas não ultrapassou Hamilton com tambem perdeu um bom espaço em relação à este. Resumindo, Hamilton venceu a parada interna na marra.

Massa tinha um jogo de pneus que deveria administrar até a bandeirada de chegada, coisa que não é bem o que estamos habituados a ver nas suas participações. Bottas foi para o seu ultimo pit e Massa subiu para a quarta colocação. Outra questão interna sendo resolvida na pista, muito embora nesse caso não se trate de qualquer rivalidade. Massa se mantinha à frente de Bottas na prova, muito embora esteja bem atrás na pontuação.

Mas atrás de Massa vinha a Mercedes de Rosberg nas voltas finais e com pneus novos. Rosberg passou e Massa caiu para quinto. Ele não conseguiria segurar a performance da Mercedes. Lá na frente estavam os tres que iriam para o pódio. Alonso, um dos tres, saiu de frente e atravessou a chicane mas manteve a posição, o que gerou imediatamente questionamentos dos piltotos pelo rádio.

Já no final da prova as disputas estavam entre Alonso, Hamilton e Ricciardo, estando os tres a uma pequena distancia um do outro. Então o vencedor da prova resolveu trabalhar duro. Ricciardo passou Hamilton numa bela manobra, e em seguida passou Fernando Alonso. De terceiro pulou para líder e venceu a prova. Em seguida vieram Alonso, Hamilton, Rosberg, Massa, Kimi, Vetel e Bottas. Uma Red Bull, uma Ferrari e uma Mercedes num pódio onde as duas primeiras colocações vinham sendo da Mercedes.
Sim, realmente pista velha pode fazer corrida bôa.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

GP da Alemanha - festa alemã em casa sem a presença de brasileiros, outra vez.



Para quem é torcedor fanático de F1 e futebol o ultimo GP de F1 deixou uma sensação de que veríamos um brasileiro mostrar uma performance melhor que a nossa pobre seleção de futebol, que sequer disputou a final da Copa. Felipe Massa marcou o terceiro tempo no treino classificatório e estava assim com uma chance imperdível de subir ao pódio, ainda que isso de desse atrás do seu companheiro de equipe.

As esperanças viraram de cabeça para baixo na primeira curva da corrida, quando Felipe colidiu com Kevin Magnussen e capotou em consequencia disso. A organização da prova definiu o evento como típico incidente de corrida, o que de fato foi. Felipe não atirou o seu carro propositadamente sobre Magnussen e este não entrou com o carro na linha de tangencia do brasileiro com o intuito declarado de faze-lo voar pela Williams. Pilotos de F1 não fazem isso pois sabem das consequencias. A realidade é que os dois se encontraram num espaço muito pequeno, com a visão lateral comprometida, e na hora mais propença da corrida a esses acontecimentos.

Portanto, de fato ninguem é culpado de alguma coisa. Mas para Felipe o evento se soma a outros e não soma pontos para a equipe. Aí está a grande questão, a ausencia de pontuação na metade do campeonato não é coisa que agrade a Williams. Não bastasse isso, Bottas fez uma sensacional corrida terminando em segundo lugar, o que deixa claro que Felipe tinha carro para uma boa apresentação.

Azar? Falta de sorte? Falta de competencia? Acretido mais em falta de paciencia, tendo em vista a condição em que ele se encontra no campeonato. De uma forma resumida Felipe perdeu o direito de dar, ou tomar, mais pancadas até o final da temporada. Convenhamos que isso é uma condição que não faz parte habitualmente do mundo da F1. Felipe terá que se virar para conseguir acabar as corridas pontuando na melhor posição que puder. E vai começar a temporada de 2015 (o contrato é de 3 anos) em desvantagem no retrospecto comparado com Bottas. Desejo sorte ao Felipe. Está precisando mesmo.

A corrida em si chegou a ser sonolenta no início. Na relargada estavam à frente do comboio Rosberg, Bottas, Vettel, Alonso, Hulkenberg, nesta mesma ordem. Todos largaram com pneus supermacios e as trocas não deveriam demorar muito. Ricciardo perdeu posições na largada e com isso o seu companheiro Vettel permaneceu à frente dele na corrida até o final.

As coisas começaram a ser mais emocionantes quando se deu a melhor ultrapassagem da prova. Hamilton disputou posição ao mesmo tempo com Ricciardo e Kimi e levou os dois numa só curva. Hamilton fez uma corrida de recuperação pois largou na vigésima posição. Tendo carro para ultrapassar os concorrentes com facilidade foi ganhando posições uma atrás da outra, mesmo estando com penus médios.

Mais outra disputa deu um brilho na prova. Kimi, Alonso e Vettel vinham andando colados e o espanhol levou a melhor. Kimi, claramente não tentou recuperar a posição e fez o jogo de equipe que é muito comum ser visto na Ferrari.

Hamilton chegou na segunda posição na 17a. volta. Mostrou outra vez que a Mercedes é um carro muito acima dos outros, mesmo com a alterção imposta na equipe no equilibrio da suspenção nas frenagens. A Mercedes está muito acima dos concorrentes e deve manter-se nessa condição até o final da temporada.

No final da corrida um evento fez lembrar o trágico fim de Tom Pryce há muitos anos. Sutil rodou e o motor apagou. Como ele estava no lado de dentro da pista a direção de prova optou por não entrar com safety car. Por incrivel que pareça, depois de tantas mudanças visando segurança na categoria, em dado momento 3 fiscais de pista atravessaram a pista na correria e conseguiram tirar o carro da posição em que se encontrava. Qualquer coisa que desse errado nessa hora poderia se tornar tragédia. Felizmente deu tudo certo. Tiveram a sorte que falta ao Massa, essa é a verdade.

Rosberg faturou mais uma vitória seguido por Bottas, Hamilton, Vettel, Alonso e Ricciardo. No pódio um carro alemão, conduzido por um finlandes nascido na alemanha, numa prova na Alemanha. Podolski, que estava presente na prova deve ter dado outros tantos pulos de alegria por ver outra festa alemã num esporte de alto nível. Isso, apenas alguns dias depois de a Alemanha ter faturado o tetra nas nossas terras. Sim, os alemães merecem os louros pela competencia. Não há dúvidas.

domingo, 6 de julho de 2014

Silvastone - Festa inglesa no pódio: Hamilton vence e Williams chega ao pódio.



Silverstone, a pista inglesa que já foi apelidada por alguns de Silvastone por conta das performance de Ayrton Senna, foi o palco deste final de semana que fez os ingleses esquecerem a participação na Copa. Venceu um ingles e em segundo chega uma equipe nascida no tempo dos garagistas. Isso tudo num final de semana com uma atração bem ao estilo ingles - um desfile de carros clássicos da F1 pilotados por Emerson, Barrichello, John Surtees e outros mais. Uma festa inglesa de ponta a ponta.

Rosberg largou na pole e manteve a posição, ao mesmo tempo que Vettel que largou em segundo perdeu posições logo na primeira volta, indo parar em quinto. Na primeira curva tudo correu bem e se a volta tivesse terminado assim as chances da Williams poderiam ter sido até melhores.

No meio da primeira volta Kimi Raikkonen saiu da pista e perdeu o controle do carro no retorno. Bateu e atravessou a pista de forma perigosa. Massa viu um caminho obstruído e muito pouco espaço para uma reação. Freou, rodou e bateu a traseira no carro de Kimi. Bandeira vermelha na prova e fim de prova para Felipe Massa. Considerando-se os acontecimentos desde a sexta-feira na Williams, a equipe teve um inicio bem decepcionante.

Como a batida de Kimi danificou o guard rail, a prova só reiniciou depois de reparada devidamente a proteção. Na relargada, que em 2015 será parada nessas condições, Rosberg continuava na frente seguido por Button, Magnussen e Hamilton. Bottas que tinha largado em 17o. estava agora na 9a. colocação e vinha forte passando os seus concorrentes com clara facilidade. Mais uma volta e Bottas aparece em 7o., uma recuperação fantástica.

Como as Mercedes são os carros mais eficientes desta temporada não foi surpresa ver Hamilton se aproximar de Rosberg e formar mais uma vez a linha de frente que tem resultado em dobradinhas da equipe. Vettel inaugurou os pits na 10a. volta, o que sugere a estrategia de 3 paradas, uma vez que a corrida tinha 52 voltas. Com as trocas se iniciando Bottas subiu para terceiro enquanto as Mercedes disparavam na frente.

Rosberg fez o seu primeiro pit na volta 17 e Hamilton na 24, mantendo as posições de primeiro e segundo como vinham até então. Até que, Rosberg tem problemas no cambia e abandona a prova. A situação inesperada deixou Hamilton em primeiro com uma enorme vantagem. Com 40s de sobra para o segundo colocado, Hamilton foi para o seu ultimo pit e retornou em primeiro para vencer a prova. Em segundo chegou Bottas, em terceiro Ricciardo, em quarto Button, Vettel em quinto e Alonso em sexto.

Como tem sido comum nessa temporada as corridas merecem ser observadas mais da terceira posição para trás. Foi na briga pela quinta colocação que Vettel e Alonso travaram uma longa e dificil batalha, com direito a reclamações mútuas que se deviam muito mais aos egos de dois campeões do que a manobras indevidas. A dura disputa foi vencida por Vettel numa ultrapassagem suada. Tambem por este lance a corrida valeu ser acompanhada do começo ao fim. Tomara que a F1 possa mostrar mais disputas como essa. É por elas que ligamos a tv.

domingo, 22 de junho de 2014

Austria - Rosberg vence novamente. Atrás dele Hamilton e duas Williams vendo tudo.



Foi assim que terminou o GP da Austria de hoje. As Williams perderam a vantagem conseguida na classificação e outra vez a Mercedes fez dobradinha. Porem, dessa vez foram seguidos de perto pela Williams, que mostrou que neste ano é uma equipe bem superior à do ano passado.

Na mesma pista onde Rubens Barrichello foi um dos atores de um final dos mais melancolicos da categoria, as esperanças do torcedor brasileiro de F1 começaram em alta e acabaram em críticas. Felipe Massa largou na pole position mas terminou apenas em quarto. As Mercedes mostraram mais uma vez que são a equipe mais dificil de superar e isso deve seguir assim até o final da temporada. Portanto, não vejo demérito para a Williams ter perdido a liderança no curso da corrida.

Já a torcida brasileira não poupou criticas a Felipe Massa. O que se esperava de Massa era finalizar à frente de Bottas mas as críticas da torcida não levam em consideração que na Ferrari o desempenho dele era bem pior. Hoje mesmo durante a transmissão houve quem sugerisse a substituição de Massa por Felipe Nasser.

Com sol e pista mais quente, e com mínima previsão de chuva, a largada deu-se sem acidentes e Massa manteve a ponta, enquanto Rosberg ganhou a posição de Bottas que a recuperou ainda na mesma volta. Hamilton fez uma largada fenomenal e veio lá de trás para ocupar a quarta posição já na primeira volta. Na volta seguinte Vettel outra vez atestou o ano de azar ao praticamente parar o carro na pista. O que pareceu ter sido um problema eletronico, deixou de se manifestar e Vettel retornou ao ritmo normal mas sem quaisquer chances. E mais tarde ainda abandonou a corrida.

As trocas de pneus começaram na volta onze, pouco mais de 10% da corrida toda. Na volta 15 Massa foi ao box pela primeira vez, ainda na liderança. E a partir daí começaram os seus problemas na corrida. Segio Perez passou a ser o líder seguido por Nico Rosberg. A pit de Massa foi visivelmente mais lento do que o do seu companheiro Nico que entrou para a primeira troca na sequencia.

Na volta Massa ficou em 5o. sendo ultrapassado por Hamilton quando se encontraram na saída dos boxes. Nesta temporada ser ultrapassado por uma Mercedes significa não conseguir retomar a posição, coisa que se confirmou para Massa até o final da prova. Perez só veio para o seu primeiro pit na volta 29. Estava na liderança tendo largado na 16a. colocação. Uma performance notável, muito embora não tivesse carro para andar à frente das Mercedes, condição que pelo visto se estende à todo o restante do grid.

Vettel abandonou na volta 36 depois de uma corrida totalmente azarada com direito até a toque e quebra do bico dianteiro. Rosberg seguia na frente com Bottas em 2o. seguido por Hamilton e Massa. Quando Rosberg foi para o seu pit Bottas ocupou momentaneamente a liderança, a qual passou a ser de Massa quando Rosberg foi para o pit. Na volta 42 Alonso se tornou o lider durante o pit stop de Massa que retornou à pista apenas na 5a. colocação. Restavam aí mais de 20 voltas para terminar a corrida a os penus e a estratégia iriam prevalecer nas definições. É bom lembrar aqui que o fluxo de combustivel é um fator limitante e isso pode ter ditado a performance das equipes na primeira metade da prova.

Bottas apareceu em 3o. após o seu ultimo pit e Massa em 5o. com Perez na frente dele. Massa tinha dificuldade de se aproximar de Perez e isso iria se tornar um problema maior ainda quando Perez fizesse o seu ultimo pit. Dessa forma Massa ficaria na pista a uma tal distancia do seu companheiro que não poderia, pelas regras, usar o DRS.

Após o retorno de Perez à pista a corrida terminou como se configurava nesse momento, com Rosberg na liderança, Hamilton em 2o., Bottas em 3o. e Massa em 4o.

Duas coisas me parecem importantes serem citadas. No Canada a Mercedes teve problemas com os freios e nos instantes finais da corrida perdeu a possibilidade de vitória. Hamilton abandonou sem freios e Nico se segurava na pista com o que restava de condições dos seus freios. Hoje Hamilton recebeu um aviso pelo rádio de que os seus freios estavam trabalhando no limite. E nessa corrida, mais uma vez a Mercedes finalizou vendo nos seus retrovisores os concorrentes. Por isso penso que os freios das Mercedes podem acabar sendo vistos como um ponto fraco. Coisa que a equipe solucionaria no correr do campeonato, caso haja mesmo um deficiencia nesse item.

Outro ponto significativo foi a entrada da Williams na disputa das posições mais à frente. Se estivessemos falando da McLaren ou das duas Red Bull, seria previsivel. Mas a Williams não começou nesse campeonato mostrando condições para estar na frente das grandes. E esteve ela própria nessa prova. Acho que aqui vale o que coloquei num post anterior sobre observar as disputas a partir da terceira posição em cada prova. Aí está a briga que vai dar a cara final do campeonato. Ninguem pensa na Mercedes perdendo a liderança e assim as outras disputas ganham espaço em quaisquer analises. Desse ponto de vista eu diria que a Williams deu um concreto passo à frente nesse final de semana. Nada impede que ela continue assim. Ao contrário da Ferrari que terminou com Alonso em 5o. e Raikkonen em 10., uma típica formação da Ferrari em final de corrida nos ultimos anos. Não há duvidas de que hoje Felipe está num lugar melhor.

domingo, 8 de junho de 2014

Canada - Ricciardo vence pela primeira vez, de forma surpreendente



Se atualmente ninguem mais lembra de Mark Webber, Daniel Ricciardo não apenas apareceu como quem o substituiu com vantagens como tambem tem se mantido continuamente à frente do seu companheiro Vettel. E de sobra, num ano de pouca sorte de Vettel a estrela de Ricciardo parece brilhar mais que a do alemão.

Sensacional é o adjetivo mais bem aplicado à corrida de hoje. Foi a melhor corrida do ano e dos ultimos tempos da F1. Para quem pensa que a ausencia do som dos V8 tirou o brilho da categoria, é bom lembrar que não é apenas com barulho que se faz grandes corridas. E quem se lembra da era dos turbos na F1 sabe que foi período de disputas intensas, precisamente o que se viu hoje e que tanto se espera ver numa corrida.

Na largada, mais uma vez o safety car entrou na pista na primeira volta depois de uma colisão entre Bianchi e justamente o seu companheiro de equipe Max Chilton. Melhor para Guetierrez que largou do box e assim iniciou a corrida junto com os outros carros em movimento. A essa altura Massa ocupava a 5a. posição tendo Bottas à sua frente. Na ponta vinha Rosberg seguido de Vettel e Hamilton.

Somente na oitava volta o safety car saiu da pista. Na volta seguinte Hamilton ultrapassa Vettel e as duas Mercedes passam a ocupar a posição habitual. Nesse inicio de prova as Mercedes não abriam dos concorrentes como de costume. Na volta 14 Ricciardo foi o primeiro a trocar pneus voltando para a pista com os macios, os amarelos. Na volta 18 foi a vez de Rosberg e na seguinte a de Hamilton. A partir daí as Mercedes começaram a abrir espaço para os concorrentes da forma como habitualmente se dá.

Sergio Perez, que apesar da brilhante corrida terminou num acidente com Massa, foi o ultimo a ir ao box para a troca na volta 34, uma volta antes de se completar metade da prova. O novo jogo de pneus deveria suportar o restante da prova. Bottas e Massa já tinham realizado o seu primeiro pit e mais uma vez Massa perdeu tempo na troca por um atraso na roda dianteira esquerda. Na volta 36 veio Bottas para o segundo pit ao mesmo tempo que Massa seguiu em frente. Uma situação bastante diversa entre os pilotos já que Massa decidiu retardar ao maximo o segundo pit.

Para quem esperava mais uma vitoria da Mercedes pareceu estranho Rosberg ir novamente para a troca de pneus na volta 44. Massa estava na terceira colocação nessa hora e Rosberg voltou para a pista em quarto. A situação ficou bem mais favorável para Massa e a equipe pediu para que prosseguisse com o mesmo jogo o quanto pudesse. Foi o que fez Massa liderar a corrida na volta 46 quando Hamilton foi para mais um pit stop.

As coisas ficaram mais emocionantes para o brasileiro e para a Williams quando Hamilton abandonou a corrida na volta seguinte com problema nos freios traseiros. Para a Mercedes restava Rosberg na ponta, coisa que sugeria claramente uma vitória. Massa voltou aos boxes para a ultima troca e o que estava se tornando mais visivel nessa fase da prova era uma diminuição do rendimento da Mercedes. Foi a primeira vez no ano em que a Mercedes foi seguida de perto pela concorrencia e o problema nos freios de Hamilton pareceu ser um ponto fraco do carro, coisa que qualquer carro tem.

Na frente estava Rosberg seguido de perto por Perez, que vinha fazendo uma corrida sensacional, seguido de Ricciardo e Vettel. Massa vinha atrás de Bottas, que na volta 57 errou e Massa passou a ser então o quinto colocado. Ainda havia voltas suficientes para Massa tentar um pódio.

Como ninguem é perfeito, na penultima volta Rosberg tambem erra e Ricciardo que vinha colado não teve dificuldade para tomar a ponta. Isso por si só já tornou a prova surpreendente. Mas ninguem esperava que na ultima volta Massa e Perez se encontrassem na curva e saíssem os dois deixando pedaços na barreira de pneus e encerrando as chances de pontuação.

Segundo li a FIA considerou Perez culpado. Não me parece caso de culpar ninguem. Uma disputa na ultima volta em condições tão próximas como aquelas é situação em que arrisca-se o que for possível. Nem sempre os riscos geram ganhos. Nesse caso gerou perdas e me parece que tudo fica nesse plano, o da disputa apetada. Os ganhos ficaram para o público que assistiu uma corrida dessas que não acontecem sempre.

domingo, 25 de maio de 2014

Indy 500 - Ryan Hunter-Reay vence na ultima volta.


Final de semana com dose dupla de automobilismo, em condições semelhantes. Se em Monaco a primeira metade da corrida foi sonolenta e o final muito ansioso, na Indy 500 foi mais ainda. A primeira metade da prova correu sem nenhuma surpresa na pista, sinalizando a possibilidade de ser uma prova sem yellow flag, coisa muito dificil de se dar, ainda mais na Indy 500.

Para os brasileiros a primeira decepção foi um trabalho bem abaixo do nível da equipe de Tony Kanaan. No pit stop o carro simplesmente não pegou e Tony, o campeão dessa mesma prova no ano passado, amargou 17 voltas parado no box vendo as suas chances simplesmente serem extintas, ao mesmo tempo que retornaria à prova na tentativa de somar pontos.

Na frente os mais rápidos mantinham as suas posições volta a volta, alteradas apenas pelos pits. Depois de mais de meia prova realizada um acidente, na volta 150, deu origem à primeira bandeira amarela. Nos comentários, Felipe Giaffone disse que é habito pensar que uma bendeira amrela chama outra. Nesse caso não chamou outra, mas outras mais, incluindo uma vermelha a poucas voltas do final.

Aí a sorte de Helinho Castroneves começou a ser definida. As chances de vencer pela quarta vez eram muito claras. Mas quem está disputando vitória precisa contar com a possibilidade de uma relargada e nem sempre isso é bem vindo a poucas voltas do final. Na ultima relargada, restando apenas 6 voltas para o fim Hunter-Reay estava na frente seguido bem de perto por Helio Castroneves e Marco Andretti. Na prática os tres tinham chances de disputar a primeira posição e começou aí uma disputa muito acirrada.

Caso tal situação tivesse se configurado a dez voltas ou mais do fim, a possibilidade de brigar pela ponta seria mais favoravel para Helinho. Dificil seria abrir espaço para o concorrente. A poucas voltas da quadriculada o vácuo faz o seu papel nas ultrapassagens, ida e volta. Quem tem o vento na cara não consegue abrir de quem está colado atrás. E assim foi que as ultimas voltas se tornaram as mais eomcionantes numa disputa muito apertada entre Castroneves e Hunter-Reay. Bem que Marco Andretti tentou se aproximar mas não conseguiu. Se tivesse ultrapassado Helinho teria o vácuo de Hunter-Reay à sua frente. Mesmo estando na liderança, Helinho foi ultrapassado por fora por Hunter-Reay na ultima volta.

Festa para o americano e lágrimas para o brasileiro dentro do cockpit, a uma distancia de simples 0.06s. Por conta de um espaço tão ínfimo Helio não conseguiu dessa vez a respeitável marca de 4 vitórias na prova. Mas afirma que vai chegar lá.

Tony Kanaan, que teve a corrida inteiramente comprometida pela equipe, acabou abandonando nas ultimas voltas. A prova teve a participação de Juan Pablo Montoya e Jacques Villleneuve, que temrinaram em 5o. e 14o. respectivamente. A única mulher a participar da prova foi a britanica Pippa Mann, que ficou com a 24a. colocação. Segue abaixo o resultado.

1 - Ryan Hunter-Reay (EUA)
2 - Helio Castroneves (BRA) - 0.0600
3 - Marco Andretti (EUA) - 0.3171
4 - Carlos Muñoz (COL) - 0.7795
5 - Juan Pablo Montoya (COL) - 1.3233
6 - Kurt Busch (EUA) - 2.2666
7 - Sebastien Bourdais (FRA) - 2.6576
8 - Will Power (AUS) - 2.8507
9 - Sage Karam (EUA) - 3.2848
10 - J.R. Hildebrand (EUA) - 3.4704
11 - Oriol Servia (ESP) - 4.1077
12 - Simon Pagenaud (FRA) - 4.5677
13 - Alex Tagliani (CAN) - 7.6179
14 - Jacques Villleneuve (CAN) - 8.1770
15 - Sebastian Saavedra (COL) - 8.5936
16 - James Davison (AUS) - 9.1043
17 - Carlos Huertas (COL) - 12.1541
18 - Ryan Briscoe (AUS) - 13.3143
19 - Takuma Sato (JAP) - 13.7950
20 - Jack Hawksworth (GBR) - 13.8391
21 - Mikhail Aleshin (RUS) - +2 voltas
22 - Justin Wilson (GBR) - +2 voltas
23 - Martin Plowman (GBR) - +4 voltas
24 - Pippa Mann (GBR) - +7 voltas
25 - Townsend Bell (EUA) - +10 voltas
26 - Tony Kanaan (BRA) - +23 voltas
27 - Ed Carpenter (EUA) - +25 voltas
28 - James Hinchicliffe (CAN) - +25 voltas
29 - Scott Dixon (NZL) - +33 voltas
30 - Josef Newgarden (EUA) - +44 voltas
31 - Charlie Kimball (EUA) - +51 voltas
32 - Buddy Lazier (EUA) - +113 voltas
33 - Graham Rahal (EUA) - +156 voltas

Monaco - "You are amazing" (Nico Rosberg)



"Voces são incríveis", foi a frase usada por Nico Rosberg no rádio para comemorar com a equipe a vitória no GP de Monaco hoje. Fez barba, bigode e cabelo na prova mais tradicional da categoria, onde milionários estacionam seus iates na baía e assistem à corrida em cima do heliponto do barco. Monaco é uma festa na categoria e não tem as caracteristicas tradicionais de uma pista de automobilismo, mas conta pontos no campeonato e é muito importante não apenas classificar bem mas tambem não se envolver em acidentes. O safety-car é uma constante nas provas em Monaco e neste fim de semana não foi diferente.

Na volta de apresentação Pastor Maldonado não conseguiu largar e voltou para o box, onde ficou sem ter participado da prova. Isso já fez Massa herdar uma posição antes da largada. Na primeira volta Rosberg manteve a ponta seguido de Hamilton, Vettel, Kimi, Ricciardo e Alonso. Ja na primeira volta Perez bateu na Mirabeau o que resultou na entrada do safety-car pela primeira vez. Assim Massa herdou mais uma posição e fechou a volta em decimo terceiro.

Com a corrida reiniciada Vettel foi o primeiro a ter problemas de potencia e abandonou a corrida prematuramente após uma parada no box. Ao todo 8 carros saíram da corrida.

Na volta 25 as coisas começaram a mudar de verdade com a entrada novamente do safety-car. Ao mesmo tempo que os da frente optaram por ir aos box trocarem pneus, Massa continuou com o mesmo jogo. Na relargada Kimi se toca com uma Marussia e volta ao box novamente. Massa aparece em quinto lugar na prova e à frente do seu companheiro Bottas.

Daí em diante a monotonia foi uma constante e só no final a corrida se tornou mais tensa, muito por conta do estado dos penus. Na volta 42 Rosberg era o líder, seguido de Hamilton e Ricciardo, formação que acabou sendo o pódio da prova. Na sequencia vinham Alonso e Massa. Somente na volta 46 Massa foi para o box e saiu de lá com pneus macios e em condição de terminar a prova sem nova troca.

No seu retorno dos pits Massa apareceu em 11o., tendo à sua frente Kimi em 10o. e Bottas em 9o. O que foi interpretado como azar de Massa na classificação virou sorte para ele e azar para Bottas que perdeu o motor na Lowes e saiu da corrida. Mais tarde Gutierrez roda e bate na Rascasse, ponto onde não há guincho, e foi o ultimo a abandonar a prova. Na frente as posições continuavam as mesmas com as duas Mercedes na frente abrindo sempre mais dos seus concorrentes, num desempenho sem comentários. Logo atrás vinham Ricciardo, Alonso e Hulkenberg.

A essa altura os pneus eram uma dúvida e restava esperar as ultimas voltas para ver o comportamento das Mercedes, assim como de Ricciardo que vinha perto de Hamilton. Na volta 73 uma ultrapassagem mostrou o que é provavel que se torne comum nas corridas que restam no campeonato - Kimi tomou uma volta de Rosberg, ocupando na hora a 8a. colocação. Definitivamente não foi o final de semana desejado por Kimi que acabou se enroscando na Lowes com Manussen e acabou indo para os boxes. Assim Massa passou a ocupar a 7a. colocação, a mesma na qual finalizou a prova.

Nas voltas finais houve uma intensa perseguição de Ricciardo a Hamilton ao mesmo tempo que Rosberg continuava na liderança sem ser ameaçado. Cruzou a chegada em primeiro, repetindo o resultado do ano passado. Mostrou uma performance sem ressalvas, pilotando a prova toda com o seu companheiro visivel no espelho. Passou a ser o líder do campeonato e inaugurou de fato uma disputa interna que promete ser muito acirrada.

A Mercedes mostra com esse resultado ser um carro capaz de se adaptar bem a condições variadas e dificilmente deve ter problemas nesse aspecto em qualquer das outras pistas do calendário. A Ferrari seria a minha aposta para vice-campeã do ano, já que nem sempre o azar de Vettel deixa a Red Bull contar com ele até o final da prova.

E por fim coloco uma questão. Faz um longo tempo que se fala que Massa não consegue lidar muito bem com os pneus. No meu entender foi ele quem fez isso melhor na corrida de hoje. Será que ele realmente não sabe lidar com pneus? Será que o desempenho de hoje não tem a mão do Rob Smedley?

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sir Jack Brabham, uma lenda inigualável - (1926 - 2014)



Jack Brabham (foto: Wikipedia)

O mundo da F1 perdeu hoje uma lenda inigualável. Faleceu hoje o australiano Jack Brabham aos 88 anos. Segundo a nota divulgada pela família, faleceu em casa de causas naturais.

Jack Brabham, que ingressou na F1 no ano em que nasci, foi uma referencia na categoria. Fora ter sido tri-campeão na categoria mais sofisticada do automobilismo mundial, faturou o seu terceiro título a bordo de um carro próprio. Isso não é coisa para poucos, é apenas para ele, já que ninguem mais repetiu dita façanha e nem repetirá pois a F1 atual é um outro mundo comparado com o dele.

Na sua época, quando pilotou pela Cooper, as coisas corriam pelas mãos das pessoas, dentro e fora dos carros. A ousadia e determinação, e tambem a genialidade, eram as ferramentas mais utilizadas no projeto de um carro de F1. Era um grande conhecedor de mecânica e ao pilotar o seu próprio carro combinou uma grande capacidade de pilotar rápido com um profundo saber da máquina que conduzia. Isso é uma formula de sucesso do tempo em que pilôtos eram caras que habitualmente estavam sujos pois se envolviam com tudo que dizia respeito aos ajustes e desenvolvimento dos carros.

O mundo de hoje não verá mais pilôtos que tenham tal nível de envolvimento com as suas máquinas e assim Jack Brabham vai permanecer na história desse esporte como alguem cuja trajetória jamais será repetida no mesmo formato. Tiveram a honra de serem pilôtos da Brabham, mas nas mãos de Bernie Ecclestone, Wilson Fittipaldi Jr. e Nelson Piquet. Por sinal dois brasileiros apaixonados pela mecânica e que tambem meteram as suas mãos na graxa.

domingo, 11 de maio de 2014

Espanha - Mercedes, soberba, sequer precisa se preocupar com pneus.



Numa pista onde o desgaste dos pneus pode por fim a uma corrida ganha, a Mercedes deu uma lavada nos concorrentes a ponto de colocar uma volta sobre o 7o. colocado - Kimi Raikkonen da Ferrari - na última volta. Nem mesmo o desgaste intenso de pneus fez a equipe ter dificuldades para vencer. Outra vez Hamilton vence com o seu companheiro de equipe em segundo totalmente visível no espelhinho. Com um carro desses mesmo que De Cesaris estivesse no lugar de Hamilton ainda assim venceriam o campeonato, situação com a qual já se conta ainda na quinta etapa da temporada. É uma performance espetacular que o alemão Schumacher não está podendo ver. Justamente ele que ingressou na equipe como parte time de desenvolvimento.

Na largada Hamilton e Rosberg mantiveram as suas posições e Bottas ganhou a posição de Ricciardo, fechando a volta inicial respectivamente em 1o., 2o., 3o. e 4o. Fiquei na hora com a sensação de que a Williams poderia ter um dia de felicidade que afinal não se confirmou. Embora a Williams desse ano seja bem melhor que a do ano anterior ainda não é veloz o suficiente para almejar um pódio.

Um pouco mais atrás vinham Kimi, Alonso e Massa (6o., 7o. e 8o.), o que prometia ser uma disputa muito interessante. O decorrer da corrida mostrou que as ultrapassagens nessa pista são mesmo dificeis e nessa briga restaram apenas Kimi e Alonso no final. Posição de largada sempre fez diferença em qualquer corrida e isso poderia ser a razão de um péssimo final de semana para Vettel, que fechou a primeira volta em 14o., mas alem de ter alcançado o seu companheiro de equipe, mesmo não tendo o ultrapassado marcou tambem a volta mais rápida da prova. Será que Vettel 'acordou' para o campeonato ou a sua 'sorte' está voltando para dentro do cockpit? Caso a se conferir nas próximas corridas.

Na decima volta Maldonado ganhou mais um pontinho na carteira de habilitação porque na primeira mostrou que petro-dollares podem colocar alguem na pista mas não vão pilotar, isso vai ficar por conta do piloto. Foi punido com 5s por ter sido agressivo demais na disputa com Ericson.

Vettel inaugurou as trocas de pneus na volta 12, tendo feito antes disso a volta mais rápida marcando 1:31.876 pouco antes. Na sequencia vai ao box o seu companheiro Daniel Ricciardo ao mesmo tempo em que a Mercedes já disparava lá na frente. Depois vem Massa e dessa vez a Williams trabalhou muito bem na troca, enquanto Bottas seguia bem mais à frente dele.

Na volta 20 Rosberg marca a volta mais rápida com 1:31.6 e Hamilton responde em seguida com oito décimos a menos. A performance de Hamilton era tal que na volta 22 ultrapassou o primeiro retardatário na corrida. Mantendo-se esse ritmo era de se esperar que atrás dele terminasse um comboio de retardatários, o que afinal acabou acontecendo.

Mais atrás, Kimi continuava na frente de Alonso e acabou colocando Grosjean entre eles. Não parecia que Alonso pudesse superar Kimi com facilidade pois o finlandes mantinha um ritmo bem forte mesmo depois de uma breve aposentadoria da categoria, situação na qual não se espera um retorno competitivo. Acho sinceramente que Alonso tem em Kimi o que pode ser uma pedra no sapato no quesito performance.

Na segunda troca de Alonso, deu para entender que a Williams ainda precisa remar um pouco mais. Alonso saiu do box na frente de Massa e mesmo com os pneus frios e com Massa encostado nele, abriu do brasileiro sem dificuldades nessa mesma volta.. Lá na frente a Mercerdes andava tanto que, na metade da corrida Rosberg estava 29s à frente de Ricciardo. Seria perfeitamente possivel fazer um pit e sair à frente de Ricciardo nessas condições. Button tomou uma volta de Hamilton quando era o 13o. colocado e ainda tinha muita prova pela frente. A lavada sobre os adversários estava visível.

A Ferrari mostrou nessa corrida que não apenas a equipe pode definir o resultado, como tambem os carros são rigorosamente iguais. Kimi veio para a troca de pneus e, imagine, foi mais lento que as trocas de Alonso e voltou atrás do espanhol. Mas depois as coisas mudaram um pouco e Kimi, outra vez na frente, vendeu bem caro a ultrapassagem na pista.

Na volta 48 Alonso aparecia em 4o. com Vettel em 5o. Considerando-se as posições de largada, Vettel mostrou uma performance superior, coisa que foi confirmada no final da corrida. A essa altura os carros estavam mais leves (lembre-se que não há mais reabastecimentos) e quem tinha pneus iria andar rápido. Nessas condições Rosberg marcou 1:29,236. Na Mercedes tinha sobra de pneus, carro e pilôto. Mas isso não quer mais dizer que isso venha a ser privilégio deles. As Red Bull e as Ferrari vinham baixando seus tempos tambem. E aí a corrida passoua ter duas instancias bem definidas sendo, lá na frente a Mercedes numa disputa particular e mais atrás outras disputas entre Red Bull e Ferrari, de tal forma que o final da corrida tinha que ser apreciado em dois momentos separados.

Alonso foi novamente para os pits na volta 54 e isso explica então porque teve que disputar posição com Kimi na pista. Na saída Vettel se manteve à frente em 6o., seguido do espanhol. Bottas estava em 4o., uma bela performance diga-se de passagem, e à sua frente Daniel Ricciardo em ritmo bem consistente embora muito distante das Mercedes. Nessa situação Vettel marcou a volta mais rápida do dia - 1:28.918. Vettel precisava andar muito forte enquanto as Mercedes precisavam administrar a vantagem. Isso deixa claro que as Red Bull são um tipo de líderes de um segundo pelotão que veremos durante essa temporada toda.

Vettel ainda ultrapassou Alonso, Kimi e Bottas e terminou assim na 4a. colocação, tendo saído quase no final do grid. Ainda restavam mais duas disputas que mereceram ser acompanhadas curva a curva. Lá na frente Rosberg vinha chegando em Hamilton e na volta 60 encostou no companheiro. Esatava claramente mais rápido mas a disputa estava aberta no ambito das ordens da equipe. Restava ultrapassar, o que vem a ser a parte mais dificil de todas. Enquanto eles duelavam lá na frente, Alonso finalmente conseguiu ultrapassar Kimi na volta 64, apenas duas antes do fim. Por isso penso que Alonso tem no seu companheiro um concorrente dificil. Nessa hora com certeza o atraso na troca de pneus de Kimi Raikkonen fez a diferença. Alonso tinha mais pneus que Kimi mas precisou pilotar para ganhar a posição.

E Hamilton faz de Kimi (7o. colocado) mais um retardatário na ultima volta da corrida, mesmo disputando posição com o seu companheiro de equipe que o seguia bem perto. Venceu Hamilton, seguido de Rosberg, Ricciardo, Vettel, Bottas, Alonso, Kimi, Grosjean, Perez e Hulkenberg. Na ordem são 2 Mercedes, 2 Red Bull, 1 Williams, 2 Ferrari, 1 Lotus e 2 Force-India. Estas são as equipes que vão patrocinar as disputas nessa temporada, sendo a Mercedes um caso destacado. Massa fez uma corrida para ser esquecida, terminando apenas em 13o. mas tem carro para se juntar a esse bolo.

A próxima etapa é em Monaco e as Mercedes devem se manter na frente. Será muito interessante ver o que as outras que citei agora poderão fazer. E com certeza elas disputarão duramente as suas posições. Temos o que ver pela frente, com certeza.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Senna. Vinte anos depois.......



Vinte anos depois que Senna faleceu ele ainda é um herói para o brasileiro e mesmo que tenhamos outro campeão nas pistas Senna continuará na distinção máxima. Essa admiração acima da média é hoje uma história pronta, fechada, que não mudará mais e que foi interrompida no auge da performance. Senna teve tal impacto na vida do brasileiro que, talvez seja o único brasileiro que despertou numa criança o desejo de ser como ele e não como Pelé.

Para um garoto que conta hoje com 20 anos e que ,portanto, veio ao mundo no mesmo ano em que Senna se foi, o pilôto é parte de um imaginário que pode ser compreendido pela existencia de uma imensa quantidade de matérias jornalísticas e filmes postados na internet. Para reforçar um pouco mais essa admiração que existe de forma muito visivel entre os mais jovens, há ainda os comentários do pai e as matérias de televisão com pessoas que conviveram com Ayrton Senna.

Mesmo após a sua morte e sete títulos de Schumacher na categoria, Senna permanece na condição de mito. De tal forma que até mesmo na Europa há pessoas que entendem que Senna era superior ao alemão Michael Schumacher. Nos ultimos dias Senna esteve tão evidente na mídia quanto as tensões na Ucrania. E a razão disso não é a mídia isoladamente que, de fato, se apropria da oportunidade que o tema oferece para mais publicações. A razão é, na prática, o próprio pilôto, o seu estilo profissional, as suas marcas e o seu estilo pessoal.

Em resumo, Senna é uma figura singular no meio, totalmente distinguível. A mídia, óbviamente, vai dar destaque aos que estão ou estiveram no tôpo. Alguem hoje, por exemplo, lembra de Scot Speed, um americano que chegou na F1 com muitas palavras mas não sabia escolher que pneus usar num GP?

Senna se destacou e permanece nessa condição em função dos seus próprios êxitos. De uma certa forma é possível dizer que Ayrton Senna ofuscou outros grandes nomes do nosso esporte. Para fazer uma comparação mais atual, Senna tem mais importancia no imaginário dos mais jovens do que o tenista Gustavo Kuerten, outro dos nossos nomes brilhantes do esporte, que um amigo meu disse ser o Senna da raquete no dia da histórica e surpreendente vitória em Roland Garros..

Para quem como eu está perto dos 60 anos, essa visão tem ingredientes a mais que reforçam a minha noção de que Senna é, e sempre será, visto como o mais destacado esportista brasileiro. Temos nomes no esporte que tiveram grande e merecido destaque nas suas épocas e foram citados com verdadeiras honras. Por exemplo, temos expoentes como Maria Ester Bueno, Adhemar Ferreira da Silva, Pelé, Mané Garrincha, Éder Jofre, Miguel de Oliveira, Oscar Schmidt, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Gustavo Borges, e mais um lista significativa capaz de mostrar que o Brasil tem mesmo do que se orgulhar no esporte. Senna é visto no tôpo da lista.

Para quem, como eu, se lembra do hino dos canarinhos quando eu tinha tão somente 7 anos de idade em 1962 e não entendia bem porque o brasileiro era o melhor de um mundo esquisito em que comunistas comiam criancinhas, o entendimento da admiração da qual Senna desfruta hoje entre os brasileiros, tem causas adicionais.

Em 1966 Pelé travou praticamente sozinho uma duríssima batalha com nossos adversários, sendo parte de um time bem desorganizado que voltou para casa de cabeça baixa e vaiado, mesmo sendo já duas vezes campeão no futebol. O Brasil melhor do mundo se tornou um dos piores e a sensação de decepção foi expressa literalmente na forma de tristeza e mandou a nossa autoestima para um dos níveis mais baixos até então.

Em 1970 me lembro muito bem da inversão dessa sensação de uma forma sem precedentes na nossa história até hoje. Estávamos curados da nossa suposta inferioridade. Dois anos depois Emerson Fittipaldi fez o que certa vez Nelson Piquet classificou como colocar o ôvo em pé. Ganhou um título que ninguem cogitaria, em terras alheias, sendo parte de um time que não era nosso, brigando com gente que nunca acreditaria num brasileiro para essa distinção, num esporte no qual não tinhamos uma várzea reveladora de talentos.

Emerson se tornou o máximo naquele dia em Monza. E no retorno ao Brasil desfilou nas ruas em carro do corpo de bombeiros, assim como a seleção dois anos antes, e com muita gente acenando para o novo representante da nossa superioridade. Assim, deu um surpreendente pontapé inicial num jogo que passamos a assitir todos os domingos pela manhã.

Ao mesmo tempo que o nosso maior futebol do mundo ficava gripado, tendo chegado depois à pneumonia, o automobilismo se tornou o nosso mais potente analgésico. Até 1994 o brasileiro teve motivos para continuar engolindo com menos dificuldade uma seleção de 'fim de grid', ao mesmo tempo que fazia festa com frequencia para vitórias em corridas e campeonatos. O automobilismo nesse período teve a capacidade de fazer o brasileiro ir mais cêdo para a cama no sábado e deixar para mais tarde a pelada de domingo, muito comum antigamente nas manhãs.

Senna chegou no tôpo dessa trajetória alimentando a ansiedade do torcedor num cenário de disputas que lembrava muito bem o nervosismo que o brasileiro sentia numa partida da seleção nos anos 1960. Ele deu continuidade a esse desejo de vitórias e bandeira brasileira visível para o planeta. Tivemos Emerson e Nelson e na falta deles tínhamos Senna. E para potencializar mais a admiração, entram no computo números recordistas não imaginados na época.

A interrupção trágica de uma trajetória que ainda tinha outros capítulos mais, imediatamente deixou no torcedor fanático a sensação de apito final. A festa acabara e restava esperar que alguem o substituisse pois ele mesmo já tinha feito esse papel com brilhantismo, e assim sendo outro brasileiro viria na sequencia. Nos anos que se seguiram o futebol curou-se da gripe prolongada, viramos os melhores do mundo outra vez, e hoje nos próprios estádios de futebol Senna é lembrado e ovacionado.

Mas nunca foi substituido à altura. E, por enquanto, nada aponta para a possibilidade de que venha a ser. Hoje quando se completam 20 anos da sua morte a Copa do Mundo terá início justamente no estádio do seu time. Se estivesse vivo, com toda ceteza estaria presente no estádio torcendo para a nossa seleção da mesma forma como fizemos no passado, fosse numa partida de futebol ou numa corrida de F1.

Embora a tragédia tenha interrompido uma carreira no auge da performance, e marcado a sua imagem para sempre nas lembranças de quem o viu pilotar, Senna será sempre reverenciado como o nosso maior pilôto de automobilismo, ainda que algum dia tenhamos mais outro campeão de F1. Assim como o futebol se recuperou e ganhou novamente, no automobilismo nada impede que isso venha a acontecer e com certeza Senna será para um pilôto brasileiro a referencia de superioridade, de combatividade. Quando veremos isso novamente é dificil imaginar. Pode ser que nunca aconteça enquanto estivermos vivos. Pode ser que a nova geração que está dando as caras hoje, comece outra etapa em que vai valer mais a pena acordar cêdo num domingo e cancelar a pelada do fim de semana. Tudo é possível.

domingo, 20 de abril de 2014

China- Hamilton vence em Xangai a bordo de um carro deste mesmo planeta



Quando Ayrton Senna, ainda na McLaren, referiu-se à Williams como o carro do outro planeta, não se esperava a possibilidade de dito bólido ser derrtotado pelos seus concorrentes aos quais dava poeria com facilidade. Mas a verdade é que a Williams da época foi projetada e fabricada aqui mesmo neste planetinha.

Hamilton marcou a pole mais de 1s à frente do seu companheiro de equipe. Largou mantendo a liderança e assim foi até o final. Fora isso considere-se que a classificação se deu em pista molhada e a corrida no sêco. Carro super eficiente pilotado com maestria por um campeão, os dois capazes de dar otimo rendimento em condições diversas. Os de trás não conseguiram alcançar tal performance, mas isso não é para sempre. Pode ser no máximo por esse ano.

Pilotando um carro terreno, este piloto que nada tem de ET, abriu tal vantagem aos seus concorrentes que na sua troca de pneus ainda saiu do box na liderança. Portanto a corrida aconteceu mesmo do segundo colocado para trás, enquanto Hamilton guiava sózinho na liderança mostrando uma invejavel capacidade de guiar rápido e preciso.

Para quem sucumbiu ao sono da madrugada, diria que vi (e ouvi) a parte da corrida que me deixou a clara noção de que seria uma prova sonolenta. Começou muito bem com um ótima largada de Felipe Massa e de Alonso, que antes da primeira curva se tocaram lado a lado num incidente típico de disputas e não intencional. Mesmo tendo Massa conseguido ganhar uma posição, Alonso levou a melhor pulando de 5o. para 3o.

Mais tarde Massa teria a sua corrida jogada às traças durante um dos piores pit stop da historia da F1, quando a Williams trocou os pneus do brasileiro num autentico procedimento de borracharia de bairro. Massa foi parar em último e mesmo com um carro confiável pôde remar no máximo até a 15a. colocação. Particularmente, eu julgava uma boa prova de Massa a manutenção da sua mesma posição de largada numa pista úmida, situação na qual a Williams não mostrou um bom desempenho. Com pista sêca ganhar posições seria um cenário muito provável e o pódio um final a se considerar. Que tenha mais sorte na próxima.

Alonso não mostrou que a ausencia de Domenicali seja motivo para a Ferrari ir ao pódio. Mostrou sim que o carro e a equipe não são páreo para a Mercedes mas que isso não significa festejar tristes nonos lugares, tal como se deu na prova do Bahrein. A Ferrari 'está a caminho' e deve ter a sua disputa durante o ano com a Red Bull, mais especificamente com Daniel Ricciardo que terminou nada menos do que 24s à frente do campeão Vettel, seu companheiro. A performance da Ferrari hoje mostra que terá chances concretas em pistas como Spa ou Monza.

Mesmo tendo ido ao pódio, Alonso, que ocupou a segunda colocação na corrida, viu passar sem muitas dificuldades a Mercedes de Nico Rosberg, o segundo colocado na prova. Nico é o piloto que tem nas mãos a chance de por fim às esperanças das outras equipes sempre que repetir a dobradinha de hoje. Acho dificil que venha a superar Hamilton mas acho possivel que consiga andar sempre perto do seu companheiro de equipe. Coisa que Vettel dá a impressão de que seja um tipo de sonho, ou até pesadelo, para ele. Vettel mesmo admitiu nessa semana que ele precisa dar resposta à performance do seu companheiro de equipe, claramente superior à dele.

Bottas acabou confirmando o que eu esperava, embora em condições de pista diferentes da classificação - terminou na mesma colocação na qual largou. A Williams não é um carro de ponta mas é claramente melhor que a versão anterior e ainda há todo um campeonato para evoluir e ser parte do campeonato que corre atrás das Mercedes. A equipe derrapou hoje mas isso com toda certeza já á passado e caso já discutido e acertado, visando as próximas etapas.

Por fim, que registre-se que desde que acompanho a F1 (desde os idos da minha adolescencia), o GP de hoje deixou uma ótima lembrança para mim. Nunca contei com a possibilidade de ser citado num 'abraço radiofonico' durante uma transmissão de F1, uma saudação muito amistosa de um dos meus melhores amigos - Jan Balder.

Grande abraço pra ti, Omelete!

Luciano do Valle - uma voz nunca se esquece


Luciano do Valle
(imagem: reprodução wikipedia)

No ano passado, após mais de quatro décadas sem ter notícias, falei com um antigo vizinho do meu período da infancia, por sinal uma época inesquecivel da minha vida. Tendo retomado o contato com a família pela internet, um dia liguei para ele e ouvi a mesma voz que ouvi na minha infancia. Parecia que estava frente a frente com ele.

Assim é a voz, é a mais genuina identificação do ser humano. Voce pode esquecer a pessoa, a fisionomia, muitas coisas, mas a voz fica gravada para sempre.

Ontem o jornalismo esportivo brasileiro perdeu uma voz que nunca será esquecida, muito especialmente pelos torcedores de futebol. Luciano do Valle faleceu vítima de infarto, a caminho de Uberlandia. Sentiu-se mal durante o vôo, foi atendido na chegada mas não resistiu.

Luciano foi o primeiro brasileiro a narrar na tv um GP de F1, tendo narrado a histórica vitória de Emerson Fittipaldi em Monza. Foi ele quem narrou uma vitória da qual guardo lembrança como a mais emocionante de todas no automobilismo - a primeira vitória de Emerson Fittipaldi na Indy. Tambem narrou as subsequentes do campeão no mesmo ano, o que lhe rendeu tambem o título da categoria. Sem contar as inúmeras outras narrações em outros esportes como o futebol, basquete ou boxe.

Luciano do Valle tinha uma voz absolutamente distinta de todos os seus colegas e sabia emprega-la de maneira muito marcante. Sabia levantar a temperatura no momento da vitória iminente e narrar com bastante equilibrio uma derota consumada. Foi um grande profissional da voz e a sua voz jamais será esquecida pois uma voz nunca se esquece.

domingo, 6 de abril de 2014

Bahrein - um ruído claramente distinguível


Para quem reclamou um bocado do ruído dos atuais motores da F1, na prova de hoje vencida brilhantemente por Hamilton, sob o brilhante ataque do seu companheiro Nico nas voltas finais, é curioso notar que um dos destaques da corrida foi o ruído do safety-car.
Logo em seguida a mais uma demonstração de Maldonado de que não está à altura dos outros pilotos da categoria, o safety-car entrou na pista e, alem de ter atrapalhado a vida da Williams e tornado mais difícil a vitória de Hamilton, deu seu showzinho particular ao deixar evidente que um carro de turismo a pleno na pista tem o seu ruído claramente distinguível, à frente de duas dezenas de carros de F1. Até onde sei esta terá sido a única ocasião em que isso ocorreu de tal forma a ser bem notado na própria transmissão.
Só para não esquecer, Maldonado foi punido durante a prova e consta agora na 14a. colocação e tem punição determinada para o próximo GP. Deixo a dúvida no ar: ele deveria ter sido desclassificado ou isso é tão sómente uma barbeiragem de quem deve ser vaiado? Afinal ele mandou para fora da pista em situação de capotagem a Sauber de Gutierrez após te-la atingido bem no meio.
A Mercedes parece que vai correr um campeonato particular. Não vejo o que possa tirar a equipe da disputa pela vitória. Estão tão à frente dos outros que a disputa interna entre os pilôtos vai acabar beneficiando a própria equipe. Se ficar na frente o que estiver andando mais, mais ainda a equipe vai se distanciar dos outros. Caso Maldonado entre na cena, como hoje, essa vantagem desaparece momentaneamente e reaparece rápidamente. São os campeões do ano, não há mais dúvidas.
A corrida foi cheia de belas disputas mas uma quase-barbeiragem virou ponto alto fora das pistas. Em determinado momento Reginaldo Leme referiu-se ao pilôto da Williams como 'Bos...' e imediatamente, percebendo a derrapada corrigiu: 'Bottas'. Ao que se seguiu um breve silencio na transmissão quando eu ri um bocado aqui ao mesmo tempo que eles mesmos devem ter soltado gargalhadas na cabine de transmissão pois a ocorrencia foi realmente hilária.
Levando-se em consideração a posição em que Massa largou, mais a sua brilhante largada saltando para 3o. na primeira volta, mais o infortúnio que representou o safety-car nas ultimas voltas, diria que fez uma bôa prova terminando na frente do seu companheiro que largou 4 posições à frente. Mas fiquei com uma dúvida que apenas alguem do meio poderia resolver. A Force India tem mais chão que a Williams ou a Williams gasta mais pneus? Dificil dar uma resposta convincente para essa questão. Mas se for verdade a segunda possibilidade a Williams pode mostrar no restante do ano que ainda tem bastante a melhorar. Ainda assim não diria que é caso de desilusão. A equipe esteve na terceira posição hoje, à frente de outras que frequentavam no ano passado a dianteira da fila com frequencia.
Caso oposto da Ferrari onde Alonso parece ter comemorado o nono lugar de hoje. Caso para comemorar mesmo porque seria perfeitamente viável dizer que no quesito performance a Ferrari trocou de lugar com a Williams, o que vem a ser um tipo de ofensa grave para os torcedores italianos que acredito que venham a dizer coisas pouco amistosas a respeito da equipe nos proximos dias.
A McLaren por sua vez pode comemorar apenas estar inscrita. Já declararam um dia desses que foram prejudicados pelo atraso no desenvolvimento do carro. Será para eles um ano sabático.
Mas quem deve estar adorando esse novo panorama é Mark Webber. Entre as bôas disputas da corrida de hoje, a de Ricciardo e Vettel deve ter feito Webber respirar com ar de satisfação lá com a sua vizinhança de cangurús. Quem diria que o tetra-campeão passaria a andar lá atrás e disputando posição com um novato? E pior, perdendo. Ah, é bom lembrar que Ricciardo disse ao Barrichello que a pronuncia correta do nome dele é mesmo Ricardo. Com pronuncia correta ou não, a verdade é que o garoto acelera pra valer.
A próxima prova é na China e o clima lá não é tão amigável assim. Isso pode acabar sendo fator de influencia bem significativo no resultado. A McLaren ganha de novo, sem dúvida. Quem poderia chegar em seguida?

sábado, 5 de abril de 2014

Assim em Interlagos como no céu




Há vida após o automobilismo? Sem dúvida pois o automobilismo se foi e nós continuamos aqui reclamando justamente disso. Ao mesmo tempo lá no céu, pilôtos que já andaram no antigo circuito de Interlagos, hoje devem estar olhando cá para baixo com a mão no queixo com expressão de incredulidade. Não podemos pensar que o automobilismo que cultuamos quase como uma religião no passado sobreviva e se fortaleça no panorama atual do país. Seria demais querer fazer equivaler à situação do nosso automobilismo o significado da famosa frase religiosa 'Assim na Terra como no céu', carregada de esperanças.

O que resta de automobilismo no país se resume a poucas categorias, nenhuma delas formadora. A maior categoria do automobilismo atual é a ante-sala da aposentadoria, muito embora a simbologia dela resista ao tempo após décadas, a Stock Car. Fora isso nada há que se assemelhe ao passado. Por exemplo, não temos mais a prova que eu considero a mais importante da nossa história, a Mil Milhas Brasileiras, que no meu entender tem importancia histórica superior à F1.

E o que fazer com um autódromo num país onde não há automobilismo? No caso de Interlagos que é de propriedade do município pode-se pensar em locar para outros eventos. Vai longe (e muito) o tempo em que passei nas imediações de Interlagos, ou que tenha ido lá diretamente, e tenha visto um treino de carros ou motos num sábado. Era coisa comum. Hoje mudou tanta coisa que não é de se estranhar um evento como um show do Lollapalooza lá nas dependencias da nossa mais famosa pista.

O autódromo é um ônus para a prefeitura e é perfeitamente compreensível, e necessário, que ela tente repor um tanto dos seus gastos abrigando eventos no autodromo de outra natureza que não as competições automobilisticas. Num país onde sepultamos um autódromo como Jacarépaguá, é um milagre termos ainda em pé e em ótimas condições a nossa primeira pista fechada.

Mas ao mesmo tempo que vemos muitos eventos e quase nenhum automobilismo, quando caras da minha idade não podem mais ver uma coisa como Mil Milhas porque simplesmente não existe mais, voce fica tentando entender o que terá gerado uma situação dessas. E é perfeitamente possível afirmar que culpar federações apenas, não é uma explicação convincente. Há bem mais a ser considerado.

Independentemente do que seja me dá uma sensação de fim de feira passar perto do autódromo e ver uma multidão se encaminhando para um show e ver o autodromo vazio em dias de corridas. Fica a esquisita impressão de que as corridas são eventualmente permitidas num lugar destinado precisamente à este fim. E quando vejo público num evento e nenhum no outro no mesmo lugar, passo a entender que o próprio público não tem mais interesse pelo automobilismo. Após tantos anos de decadencia acho bem difícil esse interesse ser resgatado.

Não tenho nada contra o uso do autódromo para eventos que não sejam do tipo a que ele é destinado. Mas acho que passou demais da hora de surgir alguma iniciativa que coloque o automobilismo de volta ao asfalto, o que poderia no futuro por de volta o público nas arquibancadas. Acho que o tempo passou, que esse bonde já foi perdido e a linha interrompida.

Hoje foi dia de realizar um dos meus prazeres favoritos, uma visita ao Zé Minelli na sua fábrica. Como sempre, antes de vir embora paramos numa padaria próxima onde tomamos um café ao mesmo tempo que falamos do assunto 'do dia' - carros de corrida. Na fila do caixa me deparei com o painel da foto abaixo onde estão registrados os nossos ídolos do passado que fizeram as suas vidas aqui mesmo nessa pista. Diante das condições diria que é uma curiosa imagem.

E agora ao conectar na rede vejo que está se alastrando uma briga na categoria na qual fui chamado a fazer um desenho digital do chassi, na época da sua criação. A F Vee, a terceira edição da categoria de monopostos que já foi a mais barata do nosso automobilismo, está vivendo uma dissidencia que parece dar argumentos para interpelações no campo jurídico. Divide-se assim uma coisa que em duas partes torna-se fraca e tende a desaparecer a longo prazo. Uma quarta edição é impensável. Essa de hoje é a derradeira da história e caso não resista à acidez das disputas pessoais passará tambem para o plano das lembranças. E caso tal se suceda vamos colocar no seu lugar o que?

segunda-feira, 31 de março de 2014

Na pista veremos o que acontece

Sem dúvida a vitória de Lewis Hamilton rendeu menos holofotes do que a disputa entre os atuais pilôtos da Williams. Não foi apenas no Brasil que se comentou isso e um dos que deu a opinião foi Lauda que disse que faria o mesmo que Massa.

Estou de acordo com Massa. Entre outras coisas uma das comunicações da equipe falou em disputa aberta. Além disso fico aqui pensando se a mensagem ao Massa sobre os pneus do Bottas não teria o intuito de ver a reação dele apenas. Ou seja, voce está sendo avisado que o teu companheiro está com penus melhores bem atrás de voce. Voce consegue fugir dele nessas condições? Ou prefere deixar o cara brigar na sua frente?

Acho que a intenção foi justamente de medir as forças que existem dentro da equipe. Conseguir situar corretamente quem é quem. Ninguem fica na F1 por tanto tempo como Frank Williams se for um bobinho que não aprendeu nada do ego e da ardilosidade do ser humano. Se Frank Williams ainda está lá, vindo da sua antológica garagem, é porque sabe o que está fazendo. E tenho a impressão de que esse episódio não é nenhuma derrapada de gente que não entende de corrida e sim uma maneira de se medir a real temperatura dentro da equipe. Não vamos nos esquecer que Frank Williams já administrou uma guerra de nervos entre Mansel e Piquet.

Não penso que ele queira reviver esses tempos. Acho que na verdade não quer uma reedição dessa natureza e tambem não quer deixar para o público a duvidosa imagem que a Ferrari deixou em episódios semelhantes com Rubens e Massa. Penso que a Williams não aceitaria colocar-se assim no cenário. E como contratantes dos pilôtos, é claro que vai exigir que em situação de decisão o pilôto com menores chances vai ter que trabalhar pela equipe, o que significaria ceder a sua posição em determinadas circunstancias. Isso faz parte, porque sempre fez parte da F1 e de qualquer corrida em equipe.

Temos mais uma etapa logo mais e sem dúvida a abertura dos comentários na transmissão vai incluir esse tema, talvez o primeiro da lista. Na pista veremos o que acontece. Isso é que deverá mostrar que entendimento a equipe tem desse tipo de situação. Vejo disputas aquecidas pela frente.

domingo, 30 de março de 2014

Supresas malaias


A temporada de 2014 não promete ser emocionante e pode até a chegar a ser confusa. Mas deve gerar surpresas. Por exemplo quem poderia imaginar no ano passado a Lotus andando atrás da Caterham? Ou Felipe Massa em disputa aberta com o companheiro de equipe? Ou a RBR ir pro pódio novamente e ao mesmo tempo dar um fim na corrida do outro pilôto? Acredite, há mais pela frente. É essa a impressão que a F1 está deixando na segunda etapa do campeonato.

O que não saberia dizer, pois não possuo bola de cristal, é se os pilôtos vão sair satisfeitos com essas ditas surpresas. Um que com certeza está esbanjando insatisfação é Daniel Ricciardo. A equipe falhou numa hora imperdoável, pôs a corrida dele a perder, e ainda por cima foi punido mais uma vez. Se houver outra dessas surpresas para ele na proxima corrida, pode dizer adeus ao campeonato. E o pior é que tem carro para disputar lá na frente.

Outra surpresa, que fatalmente se daria algum dia, é a RBR não ser páreo para a Mercedes. O campeonato está bem mais favoravel ao Hamilton e Vettel vai ter que remar um bocado. Um cenário bem diferente do ano passado pois a Mercedes está mostrando uma consistencia imprescindivel no cenário atual.

Outra coisa intrigante e meio chata para o meu gosto é a decisão que certas equipes deverão tomar de poupar os motores para a corrida seguinte. Isso é o mesmo que dizer que podem diminuir as ultrapassagens. No passado os pilôtos poupavam os seus carros para terminar a corrida quando não viam chances de ganhar mais uma posição. Mas não poupavam motores para a corrida seguinte. Hoje essa limitação da propulsão tem chance de limitar tambem algumas disputas.

Não foi o que se viu hoje com Massa. Fez uma corrida bôa pois partiu de uma colocação bem desfavorável no grid, terminou em sétimo e na volta do líder. E teve a oportunidade de permanecer à frente do seu companheiro, a partir da informação da equipe de que a disputa estava autorizada. Felipe agora pode pilotar para ganhar posições, coisa que na Ferrari era impensável. Aliviou merecidamente a alma, depois daquele episódio infeliz na Ferrari quando foi obrigado a dar passagem para Alonso.

Alonso por sua vez vai continuar correndo sozinho. Ao menos até agora Kimi Raikkonen não mostrou suficiente performance para andar junto com o companheiro. Mas eu nao me surpreenderia nada se em algum momento ele colasse no espanhol durante as corridas. Essa pode ser mais uma surpresa interessante. Resta aguardar. O espanhol mesmo disse que a Ferrari não é tão veloz como a Mercedes. E não acredito que seja tambem com a RBR. E aí para que vai servir algum escudeiro?

Para a próxima etapa tem uma surpresa para os brasileiros. Felipe Nasser vai pilotar a Williams nos treinos livres. Boa sorte ao garoto. Espero que noticiem aqui o que tiverem apurado dele.

Já que estou aqui, segue o resultado da etapa da Malasia.

1º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h40min25s974
2º - Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 17s313
3º - Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 24s534
4º - Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 35s992
5º - Nico Hülkenberg (ALE/Force India), a 47s199
6º - Jenson Button (ING/McLaren), a 1min23s691
7º - Felipe Massa (BRA/Williams), a 1min25s076
8º - Valtteri Bottas (FIN/Williams), a 1min25s537
9º - Kevin Magnussen (DIN/McLaren), a 1 volta
10º - Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso), a 1 volta
11º - Romain Grosjean (FRA/Lotus), a 1 volta
12º - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 1 volta
13º - Kamui Kobayashi (JAP/Caterham), a 1 volta
14º - Marcus Ericsson (SUE/Caterham), a 2 voltas
15º - Max Chilton (ING/Marussia), a 2 voltas

Não completaram a prova:
Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull)
Esteban Gutierrez (MEX/Sauber)
Adrian Sutil (ALE/Sauber)
Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso)
Jules Bianchi (FRA/Marussia)
Pastor Maldonado (VEN/Lotus)
Sergio Perez (MEX/Force India)