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segunda-feira, 31 de março de 2014

Na pista veremos o que acontece

Sem dúvida a vitória de Lewis Hamilton rendeu menos holofotes do que a disputa entre os atuais pilôtos da Williams. Não foi apenas no Brasil que se comentou isso e um dos que deu a opinião foi Lauda que disse que faria o mesmo que Massa.

Estou de acordo com Massa. Entre outras coisas uma das comunicações da equipe falou em disputa aberta. Além disso fico aqui pensando se a mensagem ao Massa sobre os pneus do Bottas não teria o intuito de ver a reação dele apenas. Ou seja, voce está sendo avisado que o teu companheiro está com penus melhores bem atrás de voce. Voce consegue fugir dele nessas condições? Ou prefere deixar o cara brigar na sua frente?

Acho que a intenção foi justamente de medir as forças que existem dentro da equipe. Conseguir situar corretamente quem é quem. Ninguem fica na F1 por tanto tempo como Frank Williams se for um bobinho que não aprendeu nada do ego e da ardilosidade do ser humano. Se Frank Williams ainda está lá, vindo da sua antológica garagem, é porque sabe o que está fazendo. E tenho a impressão de que esse episódio não é nenhuma derrapada de gente que não entende de corrida e sim uma maneira de se medir a real temperatura dentro da equipe. Não vamos nos esquecer que Frank Williams já administrou uma guerra de nervos entre Mansel e Piquet.

Não penso que ele queira reviver esses tempos. Acho que na verdade não quer uma reedição dessa natureza e tambem não quer deixar para o público a duvidosa imagem que a Ferrari deixou em episódios semelhantes com Rubens e Massa. Penso que a Williams não aceitaria colocar-se assim no cenário. E como contratantes dos pilôtos, é claro que vai exigir que em situação de decisão o pilôto com menores chances vai ter que trabalhar pela equipe, o que significaria ceder a sua posição em determinadas circunstancias. Isso faz parte, porque sempre fez parte da F1 e de qualquer corrida em equipe.

Temos mais uma etapa logo mais e sem dúvida a abertura dos comentários na transmissão vai incluir esse tema, talvez o primeiro da lista. Na pista veremos o que acontece. Isso é que deverá mostrar que entendimento a equipe tem desse tipo de situação. Vejo disputas aquecidas pela frente.

domingo, 30 de março de 2014

Supresas malaias


A temporada de 2014 não promete ser emocionante e pode até a chegar a ser confusa. Mas deve gerar surpresas. Por exemplo quem poderia imaginar no ano passado a Lotus andando atrás da Caterham? Ou Felipe Massa em disputa aberta com o companheiro de equipe? Ou a RBR ir pro pódio novamente e ao mesmo tempo dar um fim na corrida do outro pilôto? Acredite, há mais pela frente. É essa a impressão que a F1 está deixando na segunda etapa do campeonato.

O que não saberia dizer, pois não possuo bola de cristal, é se os pilôtos vão sair satisfeitos com essas ditas surpresas. Um que com certeza está esbanjando insatisfação é Daniel Ricciardo. A equipe falhou numa hora imperdoável, pôs a corrida dele a perder, e ainda por cima foi punido mais uma vez. Se houver outra dessas surpresas para ele na proxima corrida, pode dizer adeus ao campeonato. E o pior é que tem carro para disputar lá na frente.

Outra surpresa, que fatalmente se daria algum dia, é a RBR não ser páreo para a Mercedes. O campeonato está bem mais favoravel ao Hamilton e Vettel vai ter que remar um bocado. Um cenário bem diferente do ano passado pois a Mercedes está mostrando uma consistencia imprescindivel no cenário atual.

Outra coisa intrigante e meio chata para o meu gosto é a decisão que certas equipes deverão tomar de poupar os motores para a corrida seguinte. Isso é o mesmo que dizer que podem diminuir as ultrapassagens. No passado os pilôtos poupavam os seus carros para terminar a corrida quando não viam chances de ganhar mais uma posição. Mas não poupavam motores para a corrida seguinte. Hoje essa limitação da propulsão tem chance de limitar tambem algumas disputas.

Não foi o que se viu hoje com Massa. Fez uma corrida bôa pois partiu de uma colocação bem desfavorável no grid, terminou em sétimo e na volta do líder. E teve a oportunidade de permanecer à frente do seu companheiro, a partir da informação da equipe de que a disputa estava autorizada. Felipe agora pode pilotar para ganhar posições, coisa que na Ferrari era impensável. Aliviou merecidamente a alma, depois daquele episódio infeliz na Ferrari quando foi obrigado a dar passagem para Alonso.

Alonso por sua vez vai continuar correndo sozinho. Ao menos até agora Kimi Raikkonen não mostrou suficiente performance para andar junto com o companheiro. Mas eu nao me surpreenderia nada se em algum momento ele colasse no espanhol durante as corridas. Essa pode ser mais uma surpresa interessante. Resta aguardar. O espanhol mesmo disse que a Ferrari não é tão veloz como a Mercedes. E não acredito que seja tambem com a RBR. E aí para que vai servir algum escudeiro?

Para a próxima etapa tem uma surpresa para os brasileiros. Felipe Nasser vai pilotar a Williams nos treinos livres. Boa sorte ao garoto. Espero que noticiem aqui o que tiverem apurado dele.

Já que estou aqui, segue o resultado da etapa da Malasia.

1º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h40min25s974
2º - Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 17s313
3º - Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 24s534
4º - Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 35s992
5º - Nico Hülkenberg (ALE/Force India), a 47s199
6º - Jenson Button (ING/McLaren), a 1min23s691
7º - Felipe Massa (BRA/Williams), a 1min25s076
8º - Valtteri Bottas (FIN/Williams), a 1min25s537
9º - Kevin Magnussen (DIN/McLaren), a 1 volta
10º - Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso), a 1 volta
11º - Romain Grosjean (FRA/Lotus), a 1 volta
12º - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 1 volta
13º - Kamui Kobayashi (JAP/Caterham), a 1 volta
14º - Marcus Ericsson (SUE/Caterham), a 2 voltas
15º - Max Chilton (ING/Marussia), a 2 voltas

Não completaram a prova:
Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull)
Esteban Gutierrez (MEX/Sauber)
Adrian Sutil (ALE/Sauber)
Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso)
Jules Bianchi (FRA/Marussia)
Pastor Maldonado (VEN/Lotus)
Sergio Perez (MEX/Force India)

domingo, 16 de março de 2014

Campenato Mundial de Engenheiros


Quem sabe consigo dar continuidade ao meu humilde bloguinho que está simplesmente esquecido por mim e por quem já passou por aqui semanalmente, no passado. Formula 1 seria um bom tema para hoje. Afinal começou ontem a temporada de 2014 com uma mudança muito radical na concepção dos carros.

Vou me abster de falar de posições de chegada, voltas rápidas e quetais que já foram divulgados e tambem discutidos. Acho que o assunto que mais interessa é a questão da previsibilidade quando julgada em função das mudanças para essa temporada.

Em primeiro lugar é preciso ter em mente que essa nova engenharia da F1 veio para permanecer. E já abro um imprescindivel parentesis para contrariar o que li várias vezes a respeito de questões relacionadas à ecologia. Acho sinceramente que a soma dos fogões do quarteirão onde resido poluem mais no curso de uma temporada do que a própria F1 no mesmo período. E a razão no meu entender parece ser mais simples do que aparenta. A eficiencia desses motores (não apenas os atuais mais tambem os ultimos que os antecederam), e a qualidade do combustivel que de comum mesmo não tem nada, já colocam esses carros numa condição de rendimento na queima muito maior do que qualquer outra coisa semelhante no mundo. E estamos falando de um total de 22 carros e não de uma frota de táxis de New York.

A questão ecológica apregoada como intenção nas mudanças, no meu entender é meramente política, focada muito especialmente no marketing que a categoria precisa mostrar. Mas a verdade é que os custos estão por trás disso com muito mais peso do que a ecologia. Pelos números divulgados os motores têm pouco mais de 500 hp's e o ERS fornece mais 160. Motores menores turboalimentados, com limite de giro de 15000 rpm, com 2 cilindros a menos, tudo isso significa menos peças móveis junto com um menor nível de solicitação em relação aos do ano passado. É claro que isso não significa que esses motores não são exigidos, apenas entendo que as condições atuais devem levar a um menor nível de desgaste. O restante da potencia que eles não fornecem usa um equipamento de manutenção bem diferente de um equipamento mecanico. Não faço a menor idéia do custo de um super-capacitor e tampouco do seu desgaste, que tambem existe. Mas os geradores podem ter desgaste nos seus mancais, que podem ser substituidos numa operação de manutenção muito mais simples do que num mecanismo mais complexo do que um motor à explosão. Tambem, peças mecanicas estão sujeitas a um desgaste contínuo a partir do momento em que começam a funcionar, ao passo que geradores e motores elétricos podem passar a temporada inteira com os seus componentes principais mostrando a mesma performance.

Acho que isso tudo foi idealizado com o objetivo de diminuir o número aceito de substituições afim de baixar os custos, tendo como base uma redução de desgaste.

Um outro ponto que considero muito característico dessa temporada é o que eu chamaria de Campenato Mundial de Engenheiros. Nunca a F1 teve tanta influencia da participação dos engenheitos como agora. Vettel, no meu entender é o exemplo mais flagrante disso. O seu companheiro subiu ao pódio na primeira prova, com um carro que deixou uma péssima impressão na pré-temporada, ao mesmo tempo que o próprio Vettel, antes imbatível, sequer terminou a prova e abandonou prematuramente. Ricciardo, por mais bom piloto que seja não é melhor que Vettel, não tem kilometragem para tanto. A diferença está nos carros, mais particularmente na engenharia. Algo que não funciona num, no outro funciona conforme planejado. Situação inédita na Red Bull.

Outra demonstração da influencia da engenharia é a Lotus, que no ano passado teve um bom papel, junto com falta de fundos, e hoje foi para nos fundos do grid sem terminar. Está tão ruim que lembra a Hispania onde Bruno Senna iniciou.

Os freios são outro ítem que pode gerar supresas desagradáveis. Foram precisamente eles que contribuiram altamente para que Kobayashi estampasse na traseira de Felipe Massa, dando fim ao visível entusiasmo do brasileiro logo na primeira curva do GP. O único ponto que poderia ser mencionado como proveitoso disso foi a declaração de Massa depois do evento. Ele pode falar na equipe pela qual pilota hoje. Essa reação dele entendo como positiva. Tomara que consiga tirar bom partido das suas declarações.

Pane seca? Talvez em lugares como SPA, mas não apostaria nisso em pistas como Interlagos. O problema não é a possibilidade de panes secas mas o que custa a eliminação dessa dita possibilidade. Os carros carregam agora um pouco mais de peso e bem menos combustivel, e ainda não iventaram algo que invalidasse a famosa relação peso x potencia. Otimizaram os motores mas isso não significa que passaram a andar a poder apenas do odor da 'benzina'.

Em resumo, a F1 dessa temporada é formada por carros de um grau tecnológico nunca antes atingido e aparentemente muito mais críticos do ponto de vista operacional, em condição de exigencia total. E, claramente os engenheiros são as pessoas que podem fazer esses carros darem tudo ou pura e simplesmente pararem no meio do caminho.

Uma ultima consideração, esta um tanto no estilo advogado do diabo. No lugar de Weber entrou Ricciardo, os dois australianos. A Red Bull declarou que iria pedir ajuda à filial Toro Rosso no desenvolvimento do carro. Será que é válido pensar que a Red Bull do Ricciardo andou com uma 'solução' Toro Rosso não entregue ao carro do Vettel?

Acrescentando:
Agora mesmo quando postei esse texto, li no site da categoria que Ricciardo foi desclassificado.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Dionisio Pastore (1957 - 2014)


Dionisio Pastore
(imagem do perfil do Facebook do piloto)


Um dia desses, durante o carnaval eu folheava um livro de receitas publicado pelo Sesi e li na lista de integrantes da instituição o nome de Osvaldo Pastore. Pensei imediatamente em perguntar ao Dionisio Pastore, via Facebbok, quem seria essa pessoa. Nem podia imaginar que um dos nossos maiores kartistas já tinha ido dessa para outra.

Dionisio Pastore faleceu no dia 27 de Fevereiro ultimo, vitimado pelo coração que todos os pilotos sentem bater muito forte quando aceleram as suas máquinas.

Tenho estado um tanto desligado de tudo por conta das atribulações dos ultimos meses e só hoje li na internet a triste notícia.

Embora com muito atraso, deixo aqui um registro do acontecido como mínima forma de homenagem a um dos nossos campeões do kart que encontrou nas pistas gente da melhor geração do nosso kartismo, não apenas aqui no Brasil mas fora tambem.

Fique com Deus campeão!