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terça-feira, 17 de março de 2009

Melbourne - lá será a hora da verdade

Esse período pré-temporada da F1 está despertando muita curiosidade principalmente pela atuação da Brawn GP. A confirmação de Rubens Barrichello na equipe e a performance que os dois pilôtos obtiveram acendeu a curiosidade de todo mundo, até mesmo dos seus concorrentes. Duas coisas foram marcantes nesse aspecto. As declarações de Massa e Alonso. Principalmente o espanhol foi enfático em relação à performance do BGP01 e disse que nem que fôsse para a pista de tanque vazio, conseguiria o mesmo rendimento. Mas ele fêz exatamente isso ontem e ficou a 0,05s à frente da Brawn, tendo combustível para apenas duas voltas. É óbvio que as equipes não estão dispostas a abastecer os seus carros a cada duas voltas pois, além de ser um contracenso em termos de condições de teste, mal dá tempo para aquecer os pneus ao máximo. Enfim, com a sua volta voadora, Alonso provou o que disse. Apenas com uma grande diferença de pêso conseguiu chegar no tempo da Brawn. Em outras palavras, o carro anda mesmo.

A F1 de hoje não é porta aberta como foi no passado. Tudo que se fala passa por um filtro. É o que interessa à êles. Nesse panorama fica dificil acreditar em ´informações privilegiadas´. Pois o que se publica hoje sobre os testes tem caráter muito especulativo. Por duas razões básicas. A primeira é justamente a questão das informações de equipe. Muitas não estão sendo publicadas, específicamente as mais significativas para um julgamento. Outro ponto importante são as condições de teste. Como o objetivo é as equipes terem uma pista à disposição para ajustes iniciais, não interessa a nenhuma delas ficar disputando posições como se faz num GP. Então na verdade tudo o que se apurou de performance não é necessáriamente aplicável como prognóstico de uma disputa curva-a-curva durante o campeonato.

Um único fator coloca a Brawn na disputa por pontos nesse ano. A ausência de testes imposta pelo regulamento durante a temporada. Ou seja, as provas serão o dia de testes das equipes. Na sexta-feira do GP as equipe tem 1:30h de treino livre apenas. Dessa forma quem começou bem está na disputa e quem começou mal vai trabalhar muito durante o ano com direito a grandes dôres de cabeça. A corrida de Melbourne fica sendo o divisor de águas dos prognósticos. Ali os carros vão se encontrar pela primeira vez em condição de combate. Ainda há mais uma variável que provávelmente será eliminada pelas equipes no correr do ano. O KERS não é compulsório. Como o sistema pesa mais ou menos 35 kgs, ele vai acabar sendo eliminado por quem estiver necessitando de balanceamento de pêso. Tira o dispositivo que pode estar só na traseira e completa o pêso com lastro a ser colocado estratégicamente afim de conseguir mais equilíbrio.

Mas há uma coisa sobre a qual não tenho visto comentários. Os pneus. Mudaram para slicks neste ano. A variável mais crítica de um carro de corrida, seja ele F1 ou outra coisa qualquer, são os pneus. Em que carro você estiver pilotando haverá 4 pneus. Sendo slicks os desse ano, os pilotos poderão abusar mais das freadas e se você abusa mais, exige mais e portanto desgasta mais também. A Bridgestone anuncia os compostos para as cinco primeiras provas. Daí se deduz que o desenvolvimento não está inteiramente definido.

Por tudo isso e mais a dificuldade óbvia que existe de obter-se informações não oficiais, acho que tudo que se fala no momento está muito mais para especulação. Análise mesmo só no meio do campeonato.

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