Hélio Castroneves. Foto: autoweek.com
A decisão do caso Hélio Castroneves sairá amanhã, 13/04/2009. O caso ganhou espaço na mídia em função da visibilidade que o pilôto tem em função da sua atuação na equipe Penske. A rigor um júri deve ser isento. O grupo de 12 jurados deve dar cada um o seu voto em sintonia com a sua consciência e sem se deixar influenciar por fatores relacionados à exposição do réu na sociedade. Em outras palavras, espera-se que essas pessôas dêm o seu voto nesse caso com o mesmo juízo de valores que utilizariam no caso de um desconhecido do público em geral. No caso de Hélio, trata-se de uma pessôa amplamente conhecida nos Estados Unidos, especialmente pela sua maneira característica de comemorar as vitórias tal e qual homem-aranha nos alambrados das pistas.
De uma forma geral o brasileiro tem a tendência de ser ufanista. Assim sendo, não estamos inclinados a acreditar que Hélio tenha realmente cometido um crime, ou no mínimo que o tenha feito de forma inocente, por desconhecimento, desleixo ou qualquer outro argumento que justificasse a sua não-cupabilidade. Se um americano vai prêso pelo mesmo motivo, seja êle conhecido ou não, isso não nos aborrece. Nessas horas a nossa leitura é de que a justiça americana funciona, ao mesmo tempo em que a nossa é falha. Mas quando um brasileiro passa por essa situação, o nosso julgamento costuma depender de uma questão de fronteiras. Se ele está dentro do Brasil a impunidade deve dar lugar à justiça. Mas se está fora e esse lugar é Estados Unidos ficamos desconfiados das intenções e procedimentos.
Dentre todos os pilôtos brasileiros que foram para os Estados Unidos e que lá residem, o único de que se tem notícia com problemas com o fisco é Hélio Castroneves. Na pior das hipóteses foi mal orientado. No início da sua carreira na Indy, Émerson Fittipaldi foi o seu manager e consta que foi decisão de Hélio não continuar com o ex-campeão. Ouvi várias pessôas dizerem que Émerson estava apenas tomando dinheiro de Hélio. O ex-campeão sabe muito bem como é ter problemas com a justiça de outros países pois a extinta Copersucar têve os seus bens arrestados pela justiça inglêsa ao ter ido à falência. E na sua passagem nos Estados Unidos, êle assim como muitos outros, não têve problemas que o levassem a tribunal. Certamente foi informado sobre como proceder. Pôsto isso, me parece que Hélio Castroneves foi o único pilôto brasileiro que não têve a orientação correta sobre os procedimentos. Me custa acreditar que uma pessôa com o currículum dêle passasse anos seguidos fraudando o fisco de forma consciente e não tivesse nem ao menos pensado em deixar o país antes que viessem à tona irregularidades passíveis de punição. Soa como excesso de ingenuidade. Todas essas pessôas sabem que lá é outro lugar, outro procedimento, outra leitura.
Mas a imagem dêle pode ser tanto um fator a seu favor como contra. Isso pode influenciar o júri. Podem interpretar que êle é pilôto e não especialista de tributação. Mas com certeza interpretarão que ele tem responsabilidade direta pois o dinheiro do qual falam é seu. Podem interpretar que justamente por ser uma pessôa pública que ganhou a vida nos Estado Unidos, tem por consequência a responsabilidade de dar exemplo, o que pode fazer com que o tomem como exemplo a ser visto por outros. E podem também levar em consideração a máxima de que não é aceito alegar desconhecimento da lei. Em última instância, culpado ou inocente, ele é responsável por tudo que está ligado à esse caso pelo simples fato de que isso diz respeito diretamente à êle.
Se for declarado inocente terá a oportunidade de não apenas continuar a sua carreira de pilôto, como também a chance de usar a mídia a seu favor afim de resgatar a imagem de bom môço. Para os brasileiros seria uma vitória a mais, embora na prática seja uma perda a menos para êle.
Se for declarado culpado terá a sua carreira encerrada e a imagem queimada para sempre. E para os brasileiros isso significará algo como uma campainha que emite um aviso de ´cuidado´ que os lembrará dos perigos de um lugar onde a impunidade é muito mal vista. Vamos lembrar que Al Capone foi prêso por agentes do fisco e Mike Tyson foi para a delegacia ao tentar subornar um policial no trânsito.
De uma forma geral o brasileiro tem a tendência de ser ufanista. Assim sendo, não estamos inclinados a acreditar que Hélio tenha realmente cometido um crime, ou no mínimo que o tenha feito de forma inocente, por desconhecimento, desleixo ou qualquer outro argumento que justificasse a sua não-cupabilidade. Se um americano vai prêso pelo mesmo motivo, seja êle conhecido ou não, isso não nos aborrece. Nessas horas a nossa leitura é de que a justiça americana funciona, ao mesmo tempo em que a nossa é falha. Mas quando um brasileiro passa por essa situação, o nosso julgamento costuma depender de uma questão de fronteiras. Se ele está dentro do Brasil a impunidade deve dar lugar à justiça. Mas se está fora e esse lugar é Estados Unidos ficamos desconfiados das intenções e procedimentos.
Dentre todos os pilôtos brasileiros que foram para os Estados Unidos e que lá residem, o único de que se tem notícia com problemas com o fisco é Hélio Castroneves. Na pior das hipóteses foi mal orientado. No início da sua carreira na Indy, Émerson Fittipaldi foi o seu manager e consta que foi decisão de Hélio não continuar com o ex-campeão. Ouvi várias pessôas dizerem que Émerson estava apenas tomando dinheiro de Hélio. O ex-campeão sabe muito bem como é ter problemas com a justiça de outros países pois a extinta Copersucar têve os seus bens arrestados pela justiça inglêsa ao ter ido à falência. E na sua passagem nos Estados Unidos, êle assim como muitos outros, não têve problemas que o levassem a tribunal. Certamente foi informado sobre como proceder. Pôsto isso, me parece que Hélio Castroneves foi o único pilôto brasileiro que não têve a orientação correta sobre os procedimentos. Me custa acreditar que uma pessôa com o currículum dêle passasse anos seguidos fraudando o fisco de forma consciente e não tivesse nem ao menos pensado em deixar o país antes que viessem à tona irregularidades passíveis de punição. Soa como excesso de ingenuidade. Todas essas pessôas sabem que lá é outro lugar, outro procedimento, outra leitura.
Mas a imagem dêle pode ser tanto um fator a seu favor como contra. Isso pode influenciar o júri. Podem interpretar que êle é pilôto e não especialista de tributação. Mas com certeza interpretarão que ele tem responsabilidade direta pois o dinheiro do qual falam é seu. Podem interpretar que justamente por ser uma pessôa pública que ganhou a vida nos Estado Unidos, tem por consequência a responsabilidade de dar exemplo, o que pode fazer com que o tomem como exemplo a ser visto por outros. E podem também levar em consideração a máxima de que não é aceito alegar desconhecimento da lei. Em última instância, culpado ou inocente, ele é responsável por tudo que está ligado à esse caso pelo simples fato de que isso diz respeito diretamente à êle.
Se for declarado inocente terá a oportunidade de não apenas continuar a sua carreira de pilôto, como também a chance de usar a mídia a seu favor afim de resgatar a imagem de bom môço. Para os brasileiros seria uma vitória a mais, embora na prática seja uma perda a menos para êle.
Se for declarado culpado terá a sua carreira encerrada e a imagem queimada para sempre. E para os brasileiros isso significará algo como uma campainha que emite um aviso de ´cuidado´ que os lembrará dos perigos de um lugar onde a impunidade é muito mal vista. Vamos lembrar que Al Capone foi prêso por agentes do fisco e Mike Tyson foi para a delegacia ao tentar subornar um policial no trânsito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário