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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Jan Balder - Após as competições! (4)

Como um estreante mas em outra ´categoria´.

- Certa vêz quando você corria com BMW o acelerador grudou no fundo no meio da curva 1 de Interlagos e você assustou porque não tinha certeza se dava para fazer a 2 flat. Mas afinal fêz. Na rádio quando te abriram o microfone pela primeira vez você ficou inseguro, com receio?

- Veja bem, tudo é uma novidade. É como uma corrida de estreantes. Você entra dentro de um estúdio, acende uma luz vermelha lá, tá no ar. Você fica com uma certa cisma, é uma estréia. Até hoje na verdade cada transmissão é uma transmissão, sempre. Pode estar relaxado, pode ter experiência e tal. É como em corrida quando o pilôto é mais experiente. Não é porque êle é experiente que não teme uma largada. Pergunte a esses caras que largam na F1 se a cada largada não sentem uma certa tensão. Por mais experiente que seja é um risco.

- Mas sobre esse primeiro dia. Você começou, ficou um pouco tenso. Aí, depois continuando você fica relaxado. É uma coisa que acontece em corrida também, depois que começa a andar o sangue esquenta e vai embora ...

- Depois que deu a largada, já estava no barco. Deram a bandeirada e aí tem que fazer. Tanto que no meio da transmissão aconteceu o negócio da cerveja. Vamos relaxar mais ainda. Tava todo mundo leve, rindo.

Relacionamentos da pista e da mídia geraram desdobramentos.

- Em 92 depois daqueles testes do Rubinho e do Gualter Salles eu encontrei com um pessoal da GM aqui no Brasil e comentei que êles tinham na mão uma categoria muito boa na europa. Na europa tinham 4 torneios de F-Opel separados. Um era na Inglaterra chamado Vauxhall, o Benelux que era um campeonato na Holanda, Bélgica e Luxemburgo, no norte da europa, na suécia tinha outro campeonato e tinha um campeonato europeu. Tinha muita gente correndo nessa categoria porque era viável, era um custo razoável. Era uma boa categoria de base. Comentei aqui e perguntei porque não faziam o mesmo aqui no Brasil. Disseram que não dava porque precisariam importar os carros.

- Eu disse que no Brasil dava para fazer um carro. Se não dá na totalidade dá para fazer uma boa parte aqui. Me comprometi a levá-los numa fábrica pequena que fabricava F-Ford. Êles não acreditavam que desse para fazer. A Techspeed fabricava os F-Ford em Interlagos perto do kartódromo. Aí eu levei um dos engenheiros lá para ver a viabilidade da construção. Êle ficou surprêso em saber que poderia fazer isso aqui. Faziam as mangas fundidas, faziam roda, mola, uma série de coisas.

- Do carro europeu só não tinha o câmbio e o motor. O câmbio era Hewlland e o motor era Opel 2 litros, 2 comandos, preparado na Alemanda. Esse motor não tinha no Brasil em carro de rua, apesar de que esse motor tinha peças fabricadas no Brasil em São José dos Campos. Fora o motor e o câmbio o restante dava para fazer. Aí começou a ter várias reuniões com o marketing da GM e houve interêsse.

- A GM daqui contatou a europa para saber quem produzia o carro. Era um Reynard. Um holandês chamado Volenberg era o representante da Reynard para a europa inteira. Resumindo, êles fecharam negócio com o Volenberg. Êle veio aqui, fizemos várias reuniões e êle fechou 25 carros inteiramente importados sem nada produzido aqui no Brasil. Assim nasceu a fórmula Chevrolet.

- A primeira corrida foi uma preliminar da F1 em Interlagos em 93. Na primeira corrida correram Tony Kanam, Tarso Marques, Helinho Castro Neves que na época eram garôtos na faixa dos 18. Nessa operação eu trabalhei um ano na Techspeed fazendo um meio de campo entre Volenberg, GM, Opel. Como prêmio de trabalho eu fiquei com um carro que foi alugado na preliminar da F1 para o mineiro Flávio que chegou em segundo lugar, com Djalma Fogaça em primeiro.

Um empurrão na Stock Car.

- Na época a Sotck Car estava muito mal. Tinha poucos carros e queriam reerguer a categoria. Um dia o Afonso Giaffone disse: " Vai nascer a F-Chevrolet, você tem contato com a GM. Vamos falar com esses caras para ver se êles não voltam para a Stock. Nós tivemos um reunião e no ano seguinte virou Chevrolet Challenge. No mesmo dia tinha a Stock Car que a GM voltou a patrocinar e a F-Chevrolet. Isso foi uma coisa bem legal porque eu me dediquei durante 1 ano e meio para acontecer.

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