Páginas

domingo, 18 de outubro de 2009

F1, um mundo extremista.

Ontem o jornalista Flávio Gomes disse que os carros de F1 atuais são aberrações mecanicas porque tiveram dificuldade de realizar a sessão de classificação por conta de uma chuva que êle mesmo já viu piores em outras corridas. O adjetivo está exagerado mas é justificável pois a F1 atingiu um tal grau de desenvolvimento tecnológico que se tornou uma coisa extremista como êle mesmo diz.

A F1 é sim uma categoria de extremos, é o ápice, o máximo na sua atividade. E nesses extremos não podemos deixar de incluir as pessôas. Quem não se lembra das declarações sem papas na língua de Nelson Pìquet, muitas delas até mesmo ofensivas? Quem também não se lembra de Senna parando para pensar por um pequeno instante antes de responder uma pergunta?

A F1 já passou por tragédias que depoem contra a categoria como o acidente de Bandini, o de Williamson, Villeneuve e o mais exposto de tôdos, Ayrton Senna em Ímola, apenas para citar alguns.

Fábio Seixas numa entrevista com Bernnie Eclestone lhe perguntou sobre o impacto da morte de Senna ao que o chefão ditatorial respondeu que a grande exposição do tema acabou revertendo a favor da F1. Bernnie nada mais disse que uma verdade. O problema é quem e como disse, e onde também.

Bernnie tem uma conhecida tendencia para posições que dão espaço para polêmicas. Já disse que os regimes políticos fortes são melhores que outros, que Hitler teve a capacidade de unir pessôas em torno de uma organização. Não são posições muito amigáveis. Da parte dêle fica bem claro que a sua posição de chefão lhe dá direito a qualquer coisa pois se faz de juiz de si próprio. É estranho que êle próprio tenha transformado a F1 de forma radical a ponto de pautar a relação de equipes e pilôtos com a imprensa. O público da F1 não são as pessôas que estão no autódromo e sim um público muito vasto que assiste as corridas, sendo que a grande maioria não vai ao autódromo. Assim a relação com a mídia tem um peso impressionante. E pela característica tão polêmica das suas delcarações eu penso que individualmente falando êle não está muito preocupado com isso.

É interessante lembrar que outras pessôas foram muito critcadas pelas suas declarações. Um dêles Rubinho, que logo mais estará na pista tentando ganhar o seu primeiro campeonato. Também é preciso lembrar que Massa recentemente não pensou duas vezes em dizer o óbvio - que Alonso sabia da tramóia de Cingapura. Também que Nelsinho disse que Briatore não entende de F1, o que é questionável, mas foi o próprio italiano quem recorreu a um meio exótico e absolutamente fora dos padrões para conseguir uma vitória de forma anti-esportiva. Idéia à qual infelizmente Nelsinho cedeu. E para não esquecer há a histórica declaração do pai dêle de que Senna era gay.

Enfim, se Rubens precisa pensar no que diz, ao menos a favor da polidez e da boa vizinhança Bernnie também precisa e não se pode esquecer que êle é quem deve dar exemplo por conta da sua posição na categoria. Coisa que eu não vejo a menor chance de se suceder algum dia. A última declaração dele foi sem dúvida infeliz pela forma como foi colocada e porque não também pela forma como foi tratada.

Assim é a F1. Extremista e em muitas ocasiões até aberrante. Há excessos por todos os lados. Excesso de velocidade, de motores, de rotações, de pneus, de público, de jornalistas, de declarações, de coberturas, de tudo. Há até sadomasoquismo.

E o mais incrível é que essa é a F1 que nós assistimos todos os meses e acompanhamos até mesmo quando estão em férias. É muito provável que nós sintamos uma atração por coisas extremistas, senão a F1 não sobreviveria. Aliás, lembremos que o nosso automobilismo aqui morreu enquanto que o dos outros vai bem obrigado.


Nenhum comentário: