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domingo, 13 de junho de 2010

Paixão - o verdadeiro ingresso para o autódromo


Se há uma coisa na vida que é um tanto desconfortável é você descobrir um pouco tarde determinadas coisas que são a tua cara. Pista é realmente o que eu sempre quiz na vida. Frequentei muito o autódromo sem a expectativa de acompanhar de perto resultados, classificações. Fiz amigos no box e em oficinas. Fiquei muito tempo sem dar as caras por lá e depois que eu soube que o meu amigo Carlos Braz iria correr na Classic com um DKW amarelo do qual eu vi a preparação, voltei a frequentar o autódromo e começaram a surgir novos amigos.

E reencontrei um que não via há décadas. Um dia estava ao lado do heliponto e o Montagner desce uma escada, olha pra mim depois de muitos anos que não nos víamos, me reconhece na hora e cumprimenta com sorriso. Fiquei contente naquele dia por recuperar o contato com o meu amigo bolicheiro que não via há tanto tempo.

E hoje eu passo lá e vejo gente que me reconhece e me cumprimenta. Gente que também conhece o Amigos Velozes. Me apresentam outros que não conhecia, ouço o ronco de motores que eu sempre gostei de ouvir, esqueço de tudo que me incomoda na vida e me sinto meio em casa. De fato essa adrenalina da pista é uma das coisas que eu mais gosto de curtir.


Melhor ainda se a Copa Clássicos de Competição organiza um evento com a presença de Marinho e Bird como palestrantes. Tudo no comando de Alfredo Gehre, esse apaixonado pelo nosso automobilismo de épocas áureas.

Foi divertido ver que o nosso automobilismo guarda raízes. Por exemplo, quando deu-se a largada para o GP do Canadá, eu estava na compania de amigos vendo na única tv que encontrei no box. Como acontece sempre no automobilismo, na hora H alguma coisa pifa. E a tv pifou na hora exata da luz verde. Ela tomou tapas, safanões, chacoalhadas, e nada. Aí o Nenê Finotti descobriu que o problema era no fio da tomada. Depois mudaram a tv de tomada e ela funcionou. Mas como eu considero o Bird e o Marinho mais interssantes que o Hamilton e o Button, deixei aquilo pra lá e rumei para a palestra. Assim é o automobilismo.

Fui na compania do meu velho amigo Luiz Manzini, tio do Beto da escola de pilotagem. Antes disso conheci um cara que devo ter visto quando ainda era criança na oficina do Valdomiro Pieski, o Vladimir, seu mecânico na época. Fui a única vez que sentei num FV e a primeira vez que eu ouvi um motor DWK de corridas acelerando na oficina. Era um Fissore vermelho. E agora tantos anos depois vou encontrar o cara que conhecia cada parafuso dessas máquinas.

Também têve papo com o Chiquinho, que contou uma piadinha de português, com o Ferreirinha que eu sempre cumprimento dizendo “ó gajo”, o Minelli que eu preciso entrevistar aqui no blog, o Ceregatti com a sua mania de dar beijinhos nos amigos, o Zullino que devia ser senador de tanto que fala, o Thomé que ficou vendo a largada da Classic comigo, o Dú Cardim, o Alceu, e mais outros que agora não consigo lembrar.

Tive um papinho rápido com o Paulão Gomes a quem relembrei um engraçado espisódio da época da Opala Stock. E tive um papo muito legal com o meu amigo Miguel Crispim Ladeira que me deu uma declaração que vou publicar aqui tão logo tenha tempo de transcrever. O Crispa, fora ser amigo do Omelete e profundo conhecedor de motores DKW, é também amigo de outro amigo meu que foi meu patrão lá no início dos anos 80, pessôa de quem preciso colher uma declaração sobre uma passagem histórica do nosso automobilismo de competição.

Gosto do cheiro de borracha queimada, de combustível queimado, de motores gritando forte. Eu não sei porquê mas sinto a sensação de que a vida está acontecendo ali naquele momento. Sempre senti isso no automobilismo. E a grande maioria das pessôas que eu vejo ali têm uma coisa em comum comigo - paixão. Acho que você vive mal sem uma paixão, sem emoções. E acho que é por isso que mesmo não conhecendo tôdo mundo, me sinto em casa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom ouvir falar do meu pai waldomiro pieski ele falva de alguns nomes que até hoje me lembro Bird clemente, o adalberto que cooria com ele nas 24 horas e outros ele morreu com linfoma nao hodkins em 2003 e a maior herença que me deixou foi a coragem de enfrentar altos e baixos na vida pois tudo passa - meu pai continua sendo para mim e para os netos uma pessoa de coragem que soubre enfrentar a doença com resignaçao coragem e ESPERANÇA.

Zé Clemente disse...

Obrigado pela sua presença no meu blog. Meu caro, gostaria muito de poder manter contato com voce. Se puder me escreva no email do blog - amigosvelozes@gmail.com

Abraços