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segunda-feira, 28 de março de 2011

Apenas Felipe Massa repetiu essa incrível expectativa



Há duas décadas Ayrton Senna venceu o GP de Interlagos. Não apenas êle desejava vencer em casa mas também a torcida queria muito experimentar novamente a sensação de vibrar nas arquibancadas pela vitória de um brasileiro no seu país de origem. Isso significava para nós, supremacia. Ao contrário do futebol, a torcida pode ser vista pelo pilôto de dentro do carro mas não ouvida. Mas se podia sentir o clima na semana daquele GP quando o pilôto estava fora do seu carro. Havia uma expectativa muito grande pois Ayrton já deixara a Lotus pela McLaren e era bi-campeão por esta, a mesma equipe pela qual Emerson também foi campeão em 1974, o que se constituiu no primeiro título da equipe na F1. Um brasileiro vencedor e a McLaren eram um casamento perfeito. Uma vitória na casa do pilôto seria o máximo.

Como sempre em Interlagos a expectativa era de chuva. O nosso clima jamais foi muito confiável, principalmente neste circuito. As Williams eram muito velozes e seus dois pilôtos, Nigel Mansell e Ricardo Patrese não deixavam dúvidas em relação às suas capacidades. A McLaren não era favorita. No qualifying Ayrton marcou a pole nos instantes finais à frente de Mansell. Já era motivo de festejo e aumentava mais ainda a expectativa pela primeira vitória de Senna em Interlagos.

Na corrida Mansell teve um pneu furado e isso colocou o seu companheiro Patrese na segunda posição mas com uma considerável folga a favor de Ayrton. Estaria tudo em paz se a caixa de cambio da McLaren não fôsse perdendo as marchas uma a uma até que restassem a primeira e a sexta. Foi assim que Patrese se aproximou demais de Ayrton Senna e em condições de superar. As voltas finais foram dramáticas e Senna chegou na frente com sómente 3 segundos de vantagem.

Ayrton não tinha preparo físico suficiente para suportar tôdo o esforço e precisou ser atendido pela equipe médica na pista pois sentia muitas dores no ombro e no pescoço. No pódium teve dificuldade de levantar o troféu e na entrevista que deu após a corrida, o seu cansaço era visível.

O vídeo desse post mostra um pouco dessa corrida na forma de documentário. No mesmo ano Senna ganharia o terceiro e último título de campeão do mundo de F1. Venceu mais uma vez em Interlagos em 1994 e sómente em 2006 outro brasileiro faria o mesmo - Felipe Massa.

Fico hoje pensando se o interesse do brasileiro pela F1 vai sobreviver a mais outros anos sem vitórias como as de Ayrton. Temos ótimos pilôtos de F1 mas não temos mais corridas emocionantes, geradoras de grandes expectativas como esta ganha por um campeão. A última com essas características foi justamente a segunda vitória de Massa em Interlagos, num campeonato que ficou com Hamilton na última volta quando Timo Glock, que usava pneus slicks naquela hora, foi ultrapassado por Hamilton que usava os intermediários. Por um breve instante, Felipe Massa havia vencido a corrida e o campeonato.

Nós temos lembranças de vitórias espetaculares, sejam na F1 ou nos outros esportes, e isso só contribui para que esperemos sempre por outras de mesmo gênero. Infelizmente essa condição faz com que devotemos sempre menos valôr à atuação de outros pilôtos brasileiros.

3 comentários:

Anônimo disse...


Ligeiro engano. Senna não era bi-campeão pela Lotus. Foi tri pela Mclaren.

Zé Ayres ( aposentado das pista de indoor )

Zé Clemente disse...

ficou essa impressão sim, mas nao foi isso que eu quiz dizer

"Ayrton já era bi-campeão e deixara a Lotus pela McLaren"

em todo caso, vou mudar o texto, nao tinha percebido isso
valeu

Zé Clemente disse...

Zé, porque a aposentaria cumpadre???
abrx