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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Henrique Iwers - automobilismo gaucho perde um dos seus genuínos representantes

O mundo dos motores 2 tempos DKW ficou com um ‘tempo’ a menos, irrecuperável. No dia 6 de Junho desse mês, faleceu em Porto Alegre o gaúcho Henrique Iwers, um dos últimos e melhores especialistas da preparação desses motores. Herdou do pai, Karl Iwers, o conhecimento, a paixão pelas corridas e o gosto por essa mecânica. Quem já pôde alguma vez na vida ouvir o ruído característico de um motor 2 tempos preparado rompendo uma reta em alta rotação, entende a tradição que representa essa mecânica na história do nosso automobilismo na sua época mais romantica. E nas terras gaúchas tradição não é apenas um termo de dicionário mas uma forma de se viver.

500 Quilometros de Porto Alegre, 1968
À partir da esquerda Vitório Andreatta, Francisco Landi, Jan Balder e Henrique Iwers (3o. colocado)
(foto: acervo pessoal de Jan Balder)

A família Iwers possuiu uma autorizada Vemag no Sul e isso colocou em contato Karl Iwers e Anthony Balder, diretor de engenharia da empresa. Por isso, em 1960, Henrique Iwers veio à São Paulo fazer estágio na fábrica e assim conheceu a sua futura esposa Anneke Balder. Cenário perfeito para a continuidade das famílias e também o surgimento de uma parte das histórias do nosso automobilismo, numa época em que conseguir alta performance de um motor aspirado de 1 litro a 2 tempos era coisa para poucos.

Henrique e o seu pai fizeram várias corridas em dupla. Assim Henrique têve ambiente para desenvolver as suas capacidades de pilôto e preparador. Pilotar o carro que voce mesmo preparou sempre foi uma receita clássica para grandes corridas. A sua primeira prova deu-se em 30 de Março de 1960, vencendo em Porto Alegre o II Quilometro Lançado de Porto Alegre. A última foi na inauguração do Autódromo de Tarumã em 8 de Novembro de 1970 com um DKW Malzoni Grupo IV, chegando em 29o. na geral e 14o. na categoria D4.

Henrique Iwers é recordista de vitórias com DKW´s na cateogria 1 litro, somando 19 vitórias, sendo 7 na geral. Sua última vitória foi em 22 de Dezembro de 1968, em dupla com Jan Balder nas III 12 Horas de Porto Alegre.

Uma herança familiar que mescla preparação e pilotagem, fora a união em família, só pode dar frutos positivos. Em 1968 os gaúchos Iwers convidaram Jan Balder para uma corrida no Uruguay em El Pinar. O carro, um DKW, foi preparado por Karl Iwers e pilotado em dupla por Henrique Iwers e Jan Balder. Apesar de um problema com a embreagem no decorrer da prova a dupla venceu na sua categoria, 1 litro, e teria sido segundo na geral atrás de um Mini Cooper, caso houvesse uma classificação geral.

Como um mestre na preparação de DKW´s, Henrique desenvolveu muito o senso da preparação de motores e mostrou isso nos Super Vê da Equipe Brahma, comandada por Jan Balder de 1975 a 1977. Jan também teve na sua equipe um Passat Divisão 3 pilotado por Afonso Giaffone e também esse motor foi preparado por Henrique Iwers e se tornou pioneiro nas vitórias desse carro na D3. Na sua revenda VW em Porto Alegre, Henrique Iwers preprarou motores para pilotos de rally´s. Era representante Puma e preparou um completo que obteve vitórias com Enrnai Dietrich, o Naninho, em provas no sul do país.

Na foto do post o último à direita é Henrique Iwers nos 500 Quilometros de Porto Alegre, prova em que chegou em terceiro lugar pilotando sózinho um DKW Malzoni na categoria Turismo Força Livre.

Jan Balder estava no Rio de Janeiro quando recebeu a notícia de que o "Gordo Iwers", como Jan chamava o cunhado, ‘cruzou a linha de chegada’ pela última vez. Perdeu um familiar querido, grande amigo e companheiro de competições. Também o automobilismo gaúcho perdeu um dos seus grandes ícones e certamente um testemunho de uma época em que corridas eram provas de longa duração em estradas, forma de competição automobilística que deixou saudade no país.

3 comentários:

Anônimo disse...

ZE CLEMENTE

OTIMO O SEU POST.
A FAMILIA AGRADECE.
SUER AB
JAN BALDER

Nelson cintra disse...

E mais um dos grandes que se vai, do outro lado deve estar cheio de grandes pilotos. De uma epoca em que pilotar era levar o carro no braço sem equipamentos eletronico.
Uma boa corrida para voce.
Nelson Cintra

Blog do Luiz Evandro Águia disse...

Uma pena,,que os grandes pilotos/preparadores estejam se juntando ao Grid la de cima...Henrique ainda tinha muitos Kms a percorrer. nos deixou muito cedo;;;; meus sentimentos a familia..e ao meu grande amigo Jan; Águia from Floripa