Páginas

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O fim do Espanhol


Espanhol era o nome pelo qual chamávamos o Los Arcos, um bar no final da av. João Dias. Fui algumas vezes nesse bar no final da década de 70. Era um ambiente tranquilo, com decoração simples e boa bebida e petiscos. Entre outras coisas servia um vinho quente muito bom. A decoração de uma das paredes justificava o nome do bar conforme pode-se notar numa das fotos. Esse quarteirão da João Dias teve sua época, mas hoje se resume a inundução, conforme um dos primeiros posts do blog, transito e eventualmente até alguns tiros como ocorreu ha poucos dias. Bares fazem parte da nossa cultura mas não são capazes de resistir às agruras do capitalismo selvagem e vez ou outra sucumbem. Aí uma parte da vida social de um determinado lugar muda ou até mesmo se extingue. As fotos acima são do que resta hoje das paredes do antigo Los Arcos. Na segunda aparece o madeiramente que ficava na parede do balcão. O prédio foi demolido e o que resta no momento como testemunha de um tempo bom desse local são essas paredes. Mas houve mais no passado. À minha direita, próximo à esquina com a rua S. José havia o Muchachos, cujo dono Horácio infelizmente já se foi. Atrás, do outro lado da avenida, havia a lanchonete Fantásticus que no passado foi ponto de motoqueiros e hoje deu lugar a outra lanchonete que não consegue decolar. Ao lado desta ainda resiste ao tempo um patrimônio do local. A choperia Ilha Bela. Um lugar muito tranquilo que já deve ter uns 40 anos de existência. Continua com o mesmo serviço e a mesma decoração. Ótimo para um chopp com canapés e uma boa prosa. Foi da porta desse que tirei as fotos daquele dilúvio.
O Espanhol passou por outras mãos antes de cerrar as portas. Entre outros o meu sumido amigo Zé Maria, basco que conzinha muito bem, que vendeu a um cara que mudou o nome para Paulicéia. E aí foi o ponto final do Espanhol.

Nenhum comentário: