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domingo, 22 de março de 2009

F1 2009. O que a pré-temporada nos diz?

Nos últimos dias a Brawn GP dominou as notícias do mundo da F1 em função da incrível performance obtida nos testes pré-temporada, que deixou claro que o projeto nasceu muito bem. Mas as outras equipes mostrarão evolução ao longo do campeonato e nesse aspecto é muito dificil acreditar-se em uma possível hegemonia da Brawn. Uma coisa a respeito dessa equipe não pode ser esquecida. Não é o Rubinho que vai andar em condição de disputa com os outros pilôtos. É a Brawn que vai incomodar. Os dois pilôtos mostraram tempos muito próximos um do outro. Não veremos coisas como o que acontece na Renault onde o espanhol anda num ritmo sempre acima do Nelson.

Mas quando o campeonato mostrará aos fanáticos do esporte quais são as chances de uns em relação a outros?

Fiz uma pesquisa no site da F1 e acho que a melhor maneira de responder isso é dizendo onde se dará. No site oficial da Fórmula 1 há o calendário e os records estabelecidos no passado nessas pistas onde se dará o campeonato de 2009. É óbvio que se são records, o são em pista sêca. Com base nisso e a extensão da pista se obtêm as velocidades médias. E as médias são o que dizem o quanto uma pista é mais rápida do que a outra.

O calendário de 2009 prevê 17 corridas, sendo a última em Abu Dhabi, da qual não se têm dados. Vamos deixar essa de lado. Ordenando as pistas pelo comprimento temos Monte Carlo como a mais curta e Spa a mais longa. Das outras, 11 têm entre 5000 e 5800 metros. Uma diferença de 16%. Aqui é bom um aparte afim de lembrar que no passado, por exemplo do Émerson, a F1 corria em pistas antigas que eram apenas reformadas ano a ano. Até a nossa Interlagos já foi mais longa que hoje. Ou seja, a engenharia de pista de hoje faz com que 70% das corridas se dêm em pistas de extensão próxima uma da outra.

Em relação às médias, a mais lenta é Monte Carlo com 161,528 km/h e a mais rápida Monza com 257,321. Entre 197 km/h e 228 temos 11 pistas. Uma diferença de médias de 14%. Nesse grupo estão 70% das pistas. Tudo sem contar com Abu Dhabi.

E é aqui que há o dado interessante. Dessas 11 pistas apenas 4 estão na europa, que são Valência, Budapest, Catalunya e Nurburgring. As outras são Kuala Lumpur, Shangai, Sakhir, São Paulo, Istanbul, Melbourne (a abertura) e Suzuka.

É claro que não será só nelas que o campeonato será decidido porque nessa conta faltam Silverstone, Spa e Monza que são as mais rápidas e Monte Carlo e Singapura que são as mais lentas. Sem contar Abu Dhabi que está na média das extensões com 5.554 mts.

Enfim, em onze pistas temos a garantia de que as condições são parecidas entre uma e outra. Temos uma incógnita que será a última prova do campeonato. Temos uma pista muito lenta e estreita onde a classificação vale ouro, e três pistas muito velozes onde motor vai fazer muita diferença. Falo específicamente de motor porque a aerodinâmica para este ano está mais ´limpa´. Já que a pista da Catalunya, apesar de ser uma das curtas do campeonato, tem média dentro desse grupo de onze com 205,192 km/h, podemos acreditar que as performances apresentadas nos testes pré-temporada têm uma grande chance de se repetir ao longo da maior parte do campeonato. Aqui estou desprezando a evolução das equipes, coisa que fatalmente acontecerá. E a corrida de abertura está também nesse grupo. Melbourne tem média de 226,934. Como eu disse em outro post, Melbourne será a hora da verdade.

Sempre lembrando que as contas foram feitas com dados do passado em condições de tempo iguais e esses valôres não são mais válidos por conta das mudanças de regulamento. Mas servem para estabelecer relações entre uma pista e outra. É bom lembrar também que uma chuva numa dessas corridas muda tudo.

Mais abaixo segue a tabela em ordem crescente das médias. Os valôres são respectivamente a extensão, o record em segundos e a média horária.

No próximo domingo teremos uma idéia mais clara do que pode acontecer. Vamos aguardar.


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