Páginas

segunda-feira, 2 de março de 2009

Jan Balder - a última prova

Jan Johannes Hendrik Balder, ou Jan Balder, ou Omelete (apelido adquirido em Poços de Caldas num bar), nosso amigo holandês de Amsterdan que mudou-se para o Rio de Janeiro por conta do trabalho do pai na Fokker, fala da sua última corrida de velocidade onde lembra de um grande amigo que o convidou. Fica aqui um registro da sua última prova de velocidade e também uma reverência ao amigo já falecido.

foto: http://www.bandeiraquadriculada.com.br/

- Então, você falou que parou em 86...


- Foi uma 12 horas de Porto Alegre com um baita amigo meu, José Francisco Bamann, que corria com o Walter Soldan no Campeonato Gaúcho de Automobilismo com Escort. Era um super amigo meu que vinha à toda hora para cá, que há 2 anos atrás teve um acidente de automóvel e faleceu. Fiquei muito chateado com isso porque ele era um cara muito legal. E ele me convidou assim:
"- Vamos fazer juntos eu, você e o Soldan uma 12 horas de Porto Alegre".

- Eu fui mais por ele que queria que eu fizesse parceria. E essa foi a última corrida, em 86. Foi super legal. Estávamos andando bem, disputando até 1o. e 2o., mas o Soldan teve um pequeno acidente. Tinha Opala 4 cil. correndo junto. E os Opalas no miolo eram mais lentos que os Escort, Voyage, Fiat. E o Soldan, numa freada na curva do Laço, queria tentar ultrapassar um Opala antes do miolo para não ficar prêso. Acabou dando uma pancadinha na traseira do Opala e quebrou o radiador e a hélice. Parou, trocou e perdemos um tempo e ficamos para trás. E o motor aqueceu nessa brincadeira.

- Mas deu para acabar a corrida...

- Não, o motor aqueceu, eu peguei o carro e ele disse:
"- Veja o que dá para fazer". O motor já tinha aquecido por causa do radiador e ele deu mais 2 voltas depois da pancada. Eu saí, fiquei tentando levar, vi que a pressão do óleo já estava baixa, a temperatura subindo. O engraçado é que o box sinalizava para mim e eu sinalizava que estava tudo bem, tudo certo, mas dentro daquelas condições. E numa das passadas no box me sinalizaram e eu ´dei´ bom para ele e o motor lançou, saiu fumaça na reta dos boxes.

- E aí acabou..

- Acabou a brincadeira. Mas foi divertido. Foi legal. Foi a minha última corrida, em que eu fui muito mais pelo meu amigo, José Francisco, do que na verdade com a proposta de querer correr. Mas ele insistiu tanto e eu falei "- Vamos, vamos nessa aí".

- Mas você já estava decidido a parar de correr, ou...

- Não, eu já tinha parado há algum tempo. Na realidade se eu olhar lá atrás eu tinha parado em 76.

Nenhum comentário: