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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Fórmula 1 - Regras são regras.

Você assitiu aquela prova que Senna venceu em Interlagos sob chuva e com o câmbio avariado? Naquela época os câmbios eram diferentes dos atuais e a determinação e perícia de Senna acabaram lhe dando a vitória com um conjunto que não era capaz de tôda performance. Isso porque chegou ao final da prova pois a caixa de marchas poderia ter-se quebrado de vêz antes da quadriculada.


Nêste final de semana em Cingapura Rubens Barrichello vai fazer a terceira prova com a mesma caixa de câmbio que apresentrou problemas na Bélgica e quase foi substituida em Monza. Ninguém está em condições de dizer se ela não será substituida e nem se resistirá a prova caso seja usada para tal.

Aí há uma coisa na F1 de hoje que penaliza muito a pilotagem. Nas caixas antigas podia-se mudar de terceira para quinta sem passar pela quarta. As atuais são sequenciais e o pilôto não tem alternativa caso se depare com um defeito grave apenas numa das marchas. Não bastasse isso o regulamento prevê punição ao pilôto que ultrapassar a sua cota de substituição desse equipamento. Assim sendo pode ficar à mercê da sorte numa condição como esta em que Rubens se encontra agora.

No site da F1 estão disponíveis alguns dados das diversas pistas da temporada. Entre êles uma marcação das marchas utilizadas em determinados pontos da pista e o número total de voltas em cada prova. Tomando-se isso por base, em cada volta no circuito da Bélgica se faz 28 mudanças de marcha, em Monza 42, em Cingapura 48. Isso significa que em Monza se faz o dôbro de trocas de marchas que se faz na Bélgica em uma volta. E em Cingapura se fazem 6 trocas a mais que em Monza, ou 14% a mais. Porém o número de voltas resulta em outras proporções. Usando a mesma fonte como base das contas, em Monza troca-se de marcha 2226 vêzes e na Bélgica 1232, o que dá uma diferença de 80%. Em Cingapura são 2928, o que significa 31% mais. No site o número total de voltas é de 44 na Bélgica, 53 em Monza e 61 em Cingapura.

É facil concluir que há uma exigência adicional considerável em Cingapura. É uma faca de dois gumes. Se a equipe considerar que Rubens pode correr com a mesma caixa da prova de Monza, há a possibilidade de que nada se suceda mas é óbvio que se desconfie de uma coisa que já apresentou problemas e quase foi substituída na etapa anterior. Uma quebra durante a prova, que é algo que pode acontecer com qualquer um, poria fim nas chances de Rubens no campeonato. Da mesma forma a susbituição da caixa de marchas antes da prova seria um imenso prejuízo pois a única garantia que êle tem de poder lutar por uma menor diferença de pontos em relação a Button é largar na sua frente nos próximos GP´s. Enfim, por melhor que faça está sujeito a um elemento adicional que é uma regra. Algo que está totalmente fora do seu contrôle. Isso tudo sem contar a prova do Japão. Eu não estudei o regulamento e nem acompanhei essa situação das trocas de motor e câmbio na Brawn. Se no GP japonês êle não puder trocar a peça, então esse final de campeonato poderá ser dramático para o brasileiro.

É uma regra que eu não gosto porque ela própria é capaz de extinguir as chances de luta de alguém que está em condição de combate do ponto de vista da sua performance, intrinsecamente falando. Mas regras são regras e valem para tôdos. E além disso quem garante que não pode quebrar a caixa de câmbio de Button e não a de Rubens e portanto a situação ficar invertida?

"Carreras son carreras" - Juan Manoel Fangio.


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