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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Monstro de Lucas Di Grassi.

Não, não se trata de filme de terror como o antológico Monstro do Lago Ness, nem tampouco um delírio mental com fantasias de bichos papões nojentos e horrorosos. Trata-se de um kart. Sim, um kart desenvolvido pelo pilôto da GP2, Lucas Di Grassi, que ganhou o peculiar apelido de Monstro.

Caso você tenha tido a oportunidade, que este que voz fala teve, de acompanhar algumas provas do SuperKart no kartódromo de Interlagos, vai se lembrar que aquela categoria foi composta por karts que utilizavam dois motores e uma asa traseira. Ela que nasceu de uma conversa de amigos e se tornou logo depois um produto atraente a ponto de justificar patrocínios, cobriu um hiato na carreira de Émerson Fittipaldi que nessa época já não pilotava mais na F1 mas mantinha amizade com os pilôtos da categoria, inclusive Mário Andretti que representou um apoio fundamental na mudança de Émerson para o automobilismo americano.

Ayrton Senna e Michael Schumacher sempre citaram o kartismo como a modalidade que mais se assemelha à F1 na questão da atitude de pilotagem. Mas ao mesmo tempo é fato sabido que há uma diferença muito grande de potência e de projeto entre os dois veículos. Em relação à potencia há uma diferença de mais de 20 vezes entre um kart 125 e um F1.

Numa entrevista recente ao semanário GPWeek, Lucas Di Grassi falou, e muito bem, sobre as dificuldades de um aspirante à F1 em relação à ausencia de testes imposta em 2009. No ano de 2008 Lucas fêz 6 testes pela Renault da qual é pilôto reserva e atualmente só poderá pilotar na GP2 que é a categoria na qual compete.

Luca Badoer mostrou de forma patética o que a inatividade pode render a um pilôto. Pensando em situações desse tipo, Lucas optou por desenvolver um kart que se aproximasse o quanto possível das necessidades de treino de um pilôto de F1. Algo destinado muito particularmente ao treino que desenvolve a coordenação de movimentos olho-braço. Como um carro de F1 tem uma relação pêso-potência bem pequena, Lucas tornou o seu Monstro mais próximo dessa condição adotando 2 motores tal qual foi o SuperKart. Essa configuração pode levar o kart à maxima de 160 km/h e tem potencia total de 70 HP´s. Além disso nos carros de F1 há aerodinâmica em tôda a sua estrutura e esse kart atende em parte à esse padrão uma vez que o chão foi concebido para acelerar a passagem de ar, e também tem uma asa traseira que nessas condições de performance cumprirá o seu papel na pista, o que sem dúvida influencia a atitude de pilotagem. Em tôdo veículo de competição os pneus são ítem crítico e aí também há uma mudança que o aproxima mais da concepção de um fórmula. Os pneus dianteiros e traseiros são os mesmos. Principalmente pelo fato de o kart portar asa traseira mas não uma dianteira. Por enquanto, pois a idéia é ter asa dianteira também.

A idéia é do próprio pilôto e a contrução ficou por conta Kart-Mini e da Urckin. O preço ainda indefinido não deve ser baixo pois se empregam peças de fibra de carbono, tais como o banco e a asa. As fotos do post foram publicadas no Twitter do pilôto e foram feitas no kartodromo Aldeia da Serra. Mais fotos no flickr do site allKart.

 
Shakedown na Aldeia da Serra 

Criador e criatura 

 O Monstro

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