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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

1000 KM de Interlagos. Ferrari de Chico Serra vence com folga.

A prova principal do fim de semana, os 1000 km de Interlagos, tinha largada prevista para as 12:00 hs e duração de 233 voltas ou 8 horas. O tempo já não estava de muito bom humor e a chuva já se tornara uma certeza. O grid muito magro, apenas 18 carros, tinha a Ferrari 430 de Chico Serra, seu filho Daniel e Chico Longo na pole. Atrás vinham duas Lamborghini Gallardo.

Mesmo com máquinas fenomenais como estas na pista, objetos de desejo de muita gente, a arquibancada estava vazia como se pode ver pela foto que fiz com o celular.


 As arquibancadas na condição habitual dos dias de hoje.

O dia 25 de Janeiro, que marca a fundação da cidade de São Paulo, foi comemorado durante muitos anos com a famosa Mil Milhas Brasileiras nesse mesmo autódromo. Era o programa do final de semana e durante a semana também. Os treinos aconteciam com muita antecedência e podíamos ver equipes treinando à noite durante toda a semana, o que por si só já era um espetáculo atrativo.



Particularmente falando eu gosto muito dos treinos e essa é uma razão pela qual eu não tenho memória das corridas que assisti no passado da Div. 3, Opala Stock, Vê e Super-Vê, F-Ford, Mil Milhas, e outras. Eu sempre tive uma atração especial pelos treinos porque é o momento em que as possibilidades ficam aparentes. E se você vai também à corrida, acaba assistindo algo que se assemelha a sua avaliação do grid.
Depois da classificação dos 1000km no último fim de semana, não restou dúvidas de que a vitória seria da equipe do Chico Serra, mas teria que correr das Lamborghini´s que não dariam moleza.
Mas eu gostei de ver a movimentação dos boxes e foi assim que acompanhei uma coisa que eu chamaria de uma autentica odisséia. Enquanto nas equipes que corriam com Lamborghini´s e Ferrari´s a movimentação era em ritmo de treino livre e classificatório, na equipe de Camilinho Cristófaro a situação se assemelhava a um ponto de interrogação da altura do carro. Um Omega no qual foi montado um motor Chevrolet de 6700 cc com cambio sequencial mecânico. As vantagens eram visíveis. Menor peso do conjunto motor-cambio, centro de gravidade mais baixo, melhor posicionamento que colaborou com a distribuição de peso, a confiabilidade de um V8. Mas a fenomenal desvantagem era o tempo, pois o carro foi literalmente montado no box. Os 3 pilotos, Caio Cristófaro, Marcos Filipe e Amorin Jr., não tinham certeza do que esperar na sexta-feira. O Marcos me disse sem cerimônia “se andar”, ao que eu respondi em tom animador “anda sim, mas se ao menos terminarem a corrida, já serão heróis”. Houve duas etapas de classificação e o carrou andou apenas 3 voltas na segunda, faltando ainda muita coisa para ser pronunciado pronto.
Essas expectativas vistas no box são motivantes para alguem como eu que apenas assiste a tudo.
 
 
Houve mais um carro que chegou de última hora. No sábado estava prevista a chegada do Spyder que seria pilotado por Marcelo Carlovicchi como convidado. Mas a máquina só apareceu no domingo e portanto ninguem da equipe havia treinado.
  
A largada foi em pista seca e o domínio da Ferrari de Chico Serra ficou bem claro. Atrás dele as duas Lamborghini´s vinham à frente das outras Ferrari´s, muito rápidas mas sem condições de se aproximarem do ponteiro. O Omega do Camilinho acabou largando do box. Com tudo pronto para a prova o carro apagou na saída dos boxes e demorou muito para girar de novo e acabou largando em último de lá mesmo.
 
Eu vi apenas a metade da prova. Achei que já tinham feito muita coisa ao conseguirem por o carro na pista durante a prova. Mas como me disse Amorin Jr., alguma coisa iria dar problema. E foi uma mangueira de freio a levar o carro aos boxes pela primeira vez. Mais tarde o carro voltou com um pedaço da carenagem quebrada e a locução reportou um time penalti. Fizeram o que puderam para prosseguir e o carro voltou à pista.
 
Fiquei entusiasmado de ver o Marcelo no Spyder conduzir o carro com slicks na primeira chuva que caiu. Eu fui até o box dele e estavam esperando a entrada para trocar os pneus. Porem ele passou direto e eu disse que talvez ele não viesse para a troca. E assim foi. Ele esperou a chuva se definir e optou por contiuar na pista que acabou secando. Veio aos boxes apenas para reabastecer. O seu companheiro Marcos Rossini já aguardava a sua vez de pilotar.
O Omega novamente veio ao box, enquanto a Ferrari de Chico Serra seguia forte na frente. 
  
Então desabou um temporal impressionante. Entrou o safety car na pista e assim se deram algumas voltas até que a situação melhorasse. Entre os Spyder, Marcos Rossini já havia feito a sua primeira e única participação e o seu companheiro Marcelo estava de volta sob chuva. Mais tarde o cambio se recusaria a continuar e a prova chegou ao final para eles no meio da corrida.
O Omega de Camilinho continuava na pista em autentica condição de bravura, já que ficara muitas voltas parado no box por conta do freio, e portanto sem condição de disputa.
 
À noite em casa quando eu procurava o resultado da prova, a energia elétrica acabou e só na segunda-feira eu vi que a Ferrari 430 de Chico Serra vencera. As duas Lamborghini´s pararam e o Omega também. A única Maserati na pista, com 5 pilotos na equipe, entre eles Ney Faustini, chegou em 5o. mesmo sendo um carro de performance bem inferior às Ferrari´s.
 
Para mim foi um fim de semana que eu considero muito agradável pois estive no autódromo desde sexta-feira. Só saí no meio da prova porque estava muito cansado. Para o público não houve nada porque simplesmente não houve público. E do ponto de vista esportivo foi uma prova que mais se assemelha a um encontro de amigos. Eu vi diferenças consideráveis tanto de carros como de pilotos, e tudo isso num grid minúsculo. Mesclaram-se carros de milionários com abnegados.
 
Mas como eu gosto de automobilismo, eu estava vendo o que gosto e onde gosto. E para mim isso á o mais importante.


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