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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bruno Senna - tio e sobrinho como pessoas bem distintas.

Recentemente eu escrevi aqui que não vou falar nada de F1, mas às vezes eu penso que não foi tão boa idéia assim.

Fuçando na internet, pra variar, aqui e acolá, encontrei um blog do Bruno Senna onde há uma foto dele no kart. Esse post conta que ele parou de correr de kart depois de ter quebrado costelas 6 vezes.

Fucei mais um pouco e achei duas declarações interessantes dele para a revista Veja. Seguem abaixo.

“Eu não tenho ídolos. O Ayrton é apenas uma referência. Idealizar alguém é uma péssima forma de iniciar uma carreira. Ao idealizar, você quer ser igual a essa outra pessoa. Meu objetivo não é esse.”

“De patrocínio, (ganhei) uns 3 milhões de euros, desde 2005. O problema é que você sempre gasta mais do que o planejado. O automobilismo é realmente um esporte caro.”

A primeira eu considero interessante no quesito personalidade. Êle tem consciencia de que a personalidade anda junto com o piloto e que a exposição da sua imagem precisa ser particularizada. Rubens Barrichello sofreu com a idéia de que seria o substituto brasileiro de Ayrton Senna. Enquanto Senna era referencia para êle, Rubens acabou virando alvo do público e da mídia por conta dessa noção de eventual substituto.

Na sua declaração Bruno toma providencia imediata para separar a sua pessoa do tio tri-campeão. Apenas para lembrar, Nelsinho Piquet não deu demostração clara de que era uma pessoa efetivamente distinta do pai, e no curso dos acontecimentos acabou frito na mídia, e a imagem do pai acabou manchada também. Ao final o resultado não correspondeu à expectativa gerada.

Penso que as futuras declarações do garoto vão distanciá-lo cada vez mais da imagem do tio. Isso é positivo pois lhe dá o espaço que precisa para ter a sua própria notoriedade como piloto, livre de comparações que nunca fazem realmente sentido. E também penso que isso reflete outro ponto importante, que é a sua conduta na pista. Realmente não vejo uma razão concreta para que êle seja espelho de pilotagem do tio. Os dois tiveram carreiras bem distintas e os resultados finais serão diferentes também.

A segunda declaração é bem esclarecedora. Os pobres mortais da vida que morrem de inveja da vida dos pilotos de F1, pensam que seja qual for a sua passagem pela categoria acabarão sendo felizes milionários. Publica-se sempre os valores de contrato dos pilotos, que mostram cifras gigantescas, mas nunca se publicam os gastos. Nada cai do céu direto no nosso colo. A F1 não é uma loteria, é um marketing muito profissional e muito poderoso. Ganha-se e gasta-se muito também. O tal glamour está realmente nas nossas cabeças e na mídia, nada mais.

Acho que o rapaz leva jeito pra coisa. Na verdade a minha maior curiosidade com êle era sobre a sua forma de lidar com a mídia. Aparentemente êle sabe como fazer isso. Vamos ver se a Campos emplaca.

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