Páginas

domingo, 14 de março de 2010

Bruno é o sobrinho e não o tio - Precisa desenhar?

Outro dia disse que a minha maior expectativa em relação a Bruno Senna seria a sua relação com a imprensa. E eu gostei do que ouvi dele. Acho que nesse ponto ele é bem mais preparado que o tio.

Mas se eu fosse amigo dele diria para se referenciar mais pela imprensa européia do que a Globo. O que salvou a transmissão de hoje de uma vergonha a ser lembrada para sempre foi a presença de Emerson Fittipali fazendo comentários. E mesmo assim ele acabou seguindo o infeliz script da emissora.

Quando Senna parou com o motor pifado focaram a imagem nele e vem a Globo com aquele formato meia boca de exaltação, e nessa hora Emerson diz, acompanhando a pauta do locutor claro, que até a voz é igual ao tio, que era impressionante.

Como a minha opinião não vale nada nesse meio, porque alem de não ser jornalista não estou comprometido com ninguem, vou não apenas discordar mas afirmar o total oposto.


De igual tio e sobrinho não guardam nada alem do sobrenome. Bruno teve uma carreira curtíssima no kart e o tio a mais longa dos brasileiros que se tornaram campeões. O tio escolheu para entrar na F1 um carro de meio de pelotão e o sobrinho uma esperança de que conseguisse dar a primeira volta no estréia. E nem tem certeza de que vai fazer o campeonato inteiro.

Bruno é mais alto, a fisionomia é apenas parecida, a voz é claramente diferente, a fala muito mais desenvolta e muito mais rápida, e parece ser bem polido mas muito direto nas declarações, ao contrário do tio que fazia autenticas pausas para responder as perguntas.

Não sei se lembraram disso mas quem estava dentro do carro tentando terminar a prova era o sobrinho e não a encarnação do tio. E uma das tarefas da imprensa é falar precisamente dos pilotos que estão na pista e não dos seus tios.

Quando Senna faleceu, imediatamente viraram as lentes, os microfones e o que mais tivessem na direção de Rubens. Parece que para cada brasileiro que sai da categoria o que fica adquire a obrigação de suceder como campeão. E assim foi que a imagem de Barrichello desandou aqui no Brasil. Infelizmente, diga-se de passagem.

Se fizerem o mesmo com Bruno vai dar no mesmo resultado. Êle mostrou que consegue pilotar um F1 mas não se sabe em que condições porque o próprio carro não permitia estabelecê-las. Pode fazer bem mais e mostrou isso na primeira tentativa de ingressar na categoria. Porem nada se pode esperar dele agora e até a própria equipe não tem como lhe exigir resultados.

E todo esse falatório tem o evidente objetivo de gerar expectativa inútil, gerar comentário e comoção. Tudo centrado num morto que não pode se manifestar. Isso é o lado mais nefasto de todos do capitalismo. Uma clara falta de respeito.

Ayrton e Bruno são pessoas muito diferentes e devem ser vistos de formas diferentes. E o tio não está mais aí para se manifestar. E é por isso mesmo que eu gostei do jeito como ele se comportou ao ser abordado no final da prova. Direto, conclusivo, sem rodeios. Como realmente deve ser. Parabéns a ele.

2 comentários:

Sobre corridas e carros disse...

não precisa ser jornalista nem gênio pra opinar coisas assim, pode ficar tranquilo.....parabéns pelo post!

Barci disse...

Post 100% realisata, a Globo e pricnipalmente o Galvão Buenos usarma o Ayrton para terem facilidades e principalmente grana fácil.
O Bruno maia parace o Piquet (pai) sem ser sarcastico e debochado como ele. Inclusive o estilo de pilotagem do Piquet filho qeu combina como o modo que o Ayrton corria, isso na GP2 claro.

De repente o Bruno consegue resultados, vai saber ? O Button foi campeão né ?