Quanto anda um F1? Claro que alguma vez voce já se fez essa pergunta e normalmente de forma comparativa - o meu carro X de tais características é capaz de Y. Mas isso, é claro, é insuficiente para lhe dar uma noção do desempenho de um F1 estando você a bordo.
Eu conheci um piloto de F1 e um de Indy, mas jamais perguntei qual a sensação que um carro desses proporciona em termos de velocidade. Mas antes de ler o relato que segue mais abaixo, de quem não pilotou mas viu um F1 passando como um foguete ao seu lado, vamos colocar uns números interessantes.
Eu conheci um piloto de F1 e um de Indy, mas jamais perguntei qual a sensação que um carro desses proporciona em termos de velocidade. Mas antes de ler o relato que segue mais abaixo, de quem não pilotou mas viu um F1 passando como um foguete ao seu lado, vamos colocar uns números interessantes.
O Lotus 72D com o qual Emerson conquistou o seu primeiro título de F1, usava o motor Ford Cosworth DFV que na época gerava aproximadamente 450 hp, tinha um torque de 37 mkgf, pesando o carro todo menos de 600 kilos. A título de comparação, eu tive um Maverick 8 cilindros, um carro muito “manso” para os padrões americanos, que tinha 190 hp com torque de 39,5 mkgf e pesava 1440 kgs. Um diferença fantástica de capacidades, a bem da verdade um abismo. Me lembro que nós na época nos orgulhávamos da potencia e da velocidade dos nossos V-oitões. Imagine dirigir um carro que não apenas tem mais que o dobro dessa potencia, mas também menos da metade do peso. É uma aceleração brutal. Tal como me contou Jan Balder, conforme o texto que segue.
Em 1974 Jan Balder recebeu uma proposta para pilotar F3 inglesa pela March. O proprietário da equipe na época, seria muito tempo depois ridicularizado numa fita de vídeo em aventuras sexuais. Sim, Max Mosley iria se tornar o chefe de Jan Balder. Infelizmente as coisas não correram tão bem como se esperava e Jan foi apenas mais um caso de pilotos que acabam não conseguindo seguir a estrada que leva à F1. Há outros grandes nomes nossos que passaram pela mesma situação. Naquela F1 da época, muito diferente de hoje, eu acredito que Jan teria um apoio realmente significativo dos seus amigos, caso tivesse batido à porta da categoria top.
Jan se impressionara com a capacidade de frenagem do F3 que em nada se comparava aos nossos fórmulas. As distancias de frenagem diminuíram em relação ao que ele estava habituado e foi preciso se adaptar. Isso não se deve apenas aos freios mas estes eram fator determinante da capacidade de frenagem que era de fato surpreendente.
Num treino em Silverstone no Club Circuit, uma pista com básicamente 3 curvas, usado principalmente pelas escolas de pilotagem, Jan estava na pista e teve a sua chance de descobrir de perto o quanto anda um F1. Na época os pilotos de F1 andavam vez ou outra em treinos onde se encontravam carros de outra categoria. Coisa impensável nos dias de hoje.
Num determinado momento Jan, quando se preparava na curva Copse (modelo Tamburello, nas suas palavras) após o box, vê no espelhinho um carro, ainda bem distante saindo da Woodcote (a reta inteira dos boxes tem aprox. uns 500 metros), e êle avalia que daria tempo de chegar até a próxima curva e iniciar antes que o outro encostasse. Que nada, bastou uns 200 metros de reta e o F1 passou por fora na curva de alta para esquerda. Jan conta que levou um susto com o forte ruido do motor Cosworth a uns 8000 giros e era o James Hunt com o Hesketh.
Os carros de F1 não apenas andam muito mais do que pensamos mas grudam no chão inacreditávelmente. Jan cuidava de manter a trajetória bem tangente à lavadeira interna enquanto o foguete lhe ultrapassava pela direita.
“E Hunt deve ter pensado: eu vou passar e não me interessa se você pode ficar onde está”.
Os F3 da época empregavam motores de 2L aspirados, 4 cilindros, que preparados para a categoria geravam em torno de 160 cv DIN.
Pois é, posso não pilotar nada, mas os meus Amigos são muito Velozes.
Um comentário:
Adorei, mais uma dessas histórias sensacionais de um grande prsonagem do nosso automobilismo!
Ed Cordeiro
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