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sábado, 8 de maio de 2010

Coisas da F1 que eu questiono.

Tem coisas da F1 que são realmente questionáveis. Uma delas é a interpretação que as pessõas fazem de diversas questões. Tem-se a noção hoje em dia, dentro do próprio círculo da F1, que a segurança e a garantia do espetáculo são os ítens que não podem de nenhuma forma fugir do contrôle. De fato isso está correto pois tôdos os envolvidos, direta ou indiretamente, estão pondo bôas somas de grana e querem ver as suas imagens veiculadas pois é êsse o apêlo da categoria.

Mas tentar chegar à perfeição não é o caminho que poderá ser visto como o mais atraente. No final da classificação Fernando Alonso saiu do box ao comando da equipe e num momento em que por pouco não bateu no carro de Rosberg. Êste por sua vêz não perdeu tempo ao dizer que o espanhol deveria ser punido pela atitude. Mas acontece que é preciso considerar que ali não se perde tempo para nada em nenhuma condição. E se alguém precisa levar ao menos um pito é a própria equipe pois na atual configuração de carenagem o pilôto não tem a mesma visão de antigamente. Assim, êle sempre sai quando a equipe dá êsse comando.


Apenas para relembrar uma situação do passado, no polêmico GP de Susuka em que Senna e Prost colidiram, Senna retornou à pista olhando para o lado. Hoje isso é impossível por conta da cobertura lateral na altura do capacete, sem a qual ninguém vai para a pista. Só para dar uma idéia, em Janeiro eu sentei num Aldee no box para ver como era o cockpit. Muito confortável para um carro de competição mas não dá para ver a ponta, coisa que na verdade é desnecessária. Se ali não é possível ver a ponta da carenagem, quem conseguirá enxergar a lateral dentro de um F1?

Outra interpretação questionável é sôbre os desvios de fluxo de ar no cockpit. Alguém, não me lembro de qual equipe, questionou o dispositivo em relação à segurança. Massa foi orientado a frear mais cêdo que o habitual pois o do carro dêle é tapado com a mão, e argumenta-se que isso põe em risco a pilotagem.

Ok. Então quanto era arriscada a pilotagem de Senna naquela milagrosa pole de Mônaco em que pilotou a maior parte do tempo com uma mão no volante e a outra mudando marchas num câmbio mecânico? E Piquet que reduzia as marchas no último na aproximação do S do Senna?

Acho que essas coisas não podem impedir um pilôto de guiar. O trabalho dêle dentro do cockpit é usar o que tem à mão. Cabe à engenharia da equipe construir isso da forma melhor utilizável possível visando performance. Eu não consigo ver uma razão para que pilôtos daquêle nível não possam mais tirar a mão do volante porque isso é perigoso. O pior pilôto daquele grupo é alguém capaz de dar show de pilotagem no estilo de um baterista de banda heavy metal, e com uma performance muito acima da grande maioria dos pilôtos de competição mundo afora.

A F1 está técnológica e detalhista demais. O objetivo de uma competição de carros não é mostrar que um determinado ítem do carro é o mais destacado sobre o resultado global. Isso é instrumento de trabalho. O grande objetivo é estabelecer quem é que chega primeiro, e para isso os instrumentos podem ser variados, e até perigosos.

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