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sábado, 1 de maio de 2010

Como seria Senna se.......?

Há 16 anos num domingo trágico muitos brasileiros se sentiram sem o apêlo frequente que tinham para ligarem a tv num domingo e assitir mais uma pole ou uma vitória ou lances emocioantes nas pistas de competição. Ayrton Senna acertou o muro da Tamburello e ficou por alí mesmo. Seguiu-se uma avalanche de reportagens, um enterro comovente e um processo na justiça italiana que terminou concluindo que a barra de direção foi a causa maior do acidente.

Particularmente falando eu tenho as minhas dúvidas dessa conclusão mas não vou me aventurar a questionar. Passaram-se os anos e Senna se tornou mito, já sendo ídolo. Fala-se de tudo, há os que admiram e os que contestam. Há também os que literalmente não simpatizam nada. Recentemente teria feito 50 anos se estivesse vivo e o questionamento básico foi sobre o que estaria fazendo hoje, se estaria fora das pistas vivendo vida de aposentado, se teria o seu negócio e assim por diante.

Não vi ninguém imaginar como seria Senna caso tivesse se casado e tivesse um filho. Casado êle já fôra na época da F-Ford. Depois disso a sua vida se resumiu a corridas e records e morreu no auge das suas potencialidades ainda bem jovem. Mas então como seria a vida dêle com um filho? O que um pilôto de F1 está disposto a fazer pelo seu filho?


Depende de quem é. De Senna não há como imaginar-se uma situação dessas, mas de Rubens eu posso dizer algo do que vi.

No comêço do ano eu falei com Rubinho por uns 5 minutos lá no Kartódrmo da Granja. Aquela estória de que êle é paizão coruja é bem assim mesmo. O filho maior estava na pista treinando e o pai acompanhava curva a curva no melhor estilo chefe de equipe home made. Atento a tudo que o filho fazia como o autêntico instrutor de pilotagem, falava comigo com os olhos pregados na atitude de pilotagem do filho.

Chegou ao final o treino e foi a vez do menor, de apenas 4 anos, saber como é fazer o que o pai faz. Aí a participação do pai tinha que ser mais direta literalmente mostrando o caminho ao filho. Primeiro, dentro do box lhe mostraram quem era o freio e quem era o acelerador e como se usava cada um - foram formalmente apresentados. Com um kart do kartódromo Rubens saiu à frente do menino bem devagar para que pudesse ser seguido e sempre olhando para trás para saber como íam as coisas dentro do capacête de trás.

Claro que uma criança de apenas quatro anos que jamais fez isso na vida vai se atrapalhar na primeira tentativa e vai precisar do auxílio de alguém. O tal alguém era o pai que guiava o caminho dêle na pista, que de vez em quando perdia rumo em função do absoluto desconhecimento da tarefa. Afinal era a primeira vez. Depois de algumas paradas e uma paciência típica de pai coruja a volta foi completada e terminou dentro do box parando no local indicado.

Para uma criança que tem o pai viajando para lá e para cá a tôdo momento,  a participação direta nos afazeres, muito especialmente quando se trata de atividade lúdica, tem um pêso muito grande na solidez da ligação dos dois. O nosso ídolo na infância é sempre o pai e é claro que êsse menino não vai nunca esquecer o dia em que pela primeira vêz faz a mesma coisa que o pai tendo êste como guia e participante.

Assim como Rubens, penso que Senna teria uma atitude semelhante. E se o seu filho pretendêsse seguir o mesmo caminho do pai, certamente contaria com o apoio e a presença deste nos momentos de maior importância. Afinal, filho é filho.

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