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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mercedes F1 - mudanças para a Espanha nas mãos de Ross Brawn

A Mercedes anunciou que irá modificar o carro da sua equipe de F1 com a justificativa de atender melhor às necessidades de performance de Schumacher. Não é novidade para ninguém que a forma de se ajustar um carro de F1 às condições de uma determinada pista mudaram desde os tempos em que a eletrônica estava resumida à injeção e ignição dos motores.

Comenta-se que há uma diferença fundamental entre Schumi e o companheiro de equipe em relação à atitude de pilotagem - Schumi gosta mais do carro muito traseiro. Não é difícil notar isso quando se vê o alemão pilotando kart. A mão dêle quase não mexe pois êle usa mais a inclinação da traseira para apontar para a tangência e assim faz mínimos movimentos no volante. Isso tem também uma influência grande no uso do acelerador. Na prática o pilôto determina quanto é favorável de tendência de traseira de acordo com a sua prática de pilotagem.


Aqui se encontra uma razão pela qual Schumi está na Mercedes. Eu não tenho dúvida de que a missão principal dêle é desenvolvimento do time e referência para Nico Rosberg. Nico anda mais rápido mas não tem a bagagem de Schumi. Na Ferrari o alemão era fator determinante de muitas alterações e testes que visavam o desenvolvimento do carro. Nas mãos dêle a Ferrari se tornou imbatível . Isso é uma bagagem inestimável que está centrada na aquisição de conhecimento e desenvolvimento de atitude de equipe que seja capaz de traçar um caminho que leve, com menos percalços possíveis, ao sucesso.

Na Mercedes o alemão leva com êle essa vivência. Já que êle não é o projetista do carro e sim a pessôa que sabe pilotar o que tem e interpretar os dados de telemetria, que hoje têm uma dinâmica muito aprimorada, êle é uma ferramenta muito valiosa para interfacear com Ross Brawn que é a pessôa que define os procedimentos para construção e modificação do carro. E isso tem que ser feito em sincronia de equipe para se ter um bom resultado.

Está agora nas mão de Ross Brawn a responsabilidade de traduzir a experiência que êle tem, e a que o alemão também tem, em produto confiável e com performance adequável às diversas condições. Se for bem sucedida nessa primeira mudança de pêso, que será posta em prática na Espanha, a Mercedes terá a engrenagem que faz girar a dinâmica da equipe como um tôdo, funcionando tão bem quanto as caixas de câmbio dos seus carros. Se errar e o primeiro resultado for negativo, estará mostrando que a Mercedes não é uma grande equipe. E para isso a referência histórica é a participação da Mercedes no Mundial de Protótipos na década de 80 onde desbancou a Jaguar e se tornou um time sem concorrentes. Portanto, a possibilidade de a Mercedes não ser bem sucedida dessa vez é bem pequena, pois a sua cultura de competições está num nível de exelência típicamente alemão que muitos apenas sonham em alcançar. Vamos aguardar o próximo GP.

2 comentários:

Mariza Vitoria disse...

Parabens pelo BLOG, muito bom, texto interessante, informações bem colocadas..vc se tornou um jornalista de primeira!

Zé Clemente disse...

Obrigado pelos elogios, mas para jornalista falta tudo. Por exemplo ir hoje a Interlagos assistir mais uma etapa do Paulista. Aqui é tudo diversão, meu passatempo que eu classifico como o melhor substitudo da passividade da televisão.

Seja bem vinda, volte sempre.