A Mercedes anunciou que irá modificar o carro da sua equipe de F1 com a justificativa de atender melhor às necessidades de performance de Schumacher. Não é novidade para ninguém que a forma de se ajustar um carro de F1 às condições de uma determinada pista mudaram desde os tempos em que a eletrônica estava resumida à injeção e ignição dos motores.
Comenta-se que há uma diferença fundamental entre Schumi e o companheiro de equipe em relação à atitude de pilotagem - Schumi gosta mais do carro muito traseiro. Não é difícil notar isso quando se vê o alemão pilotando kart. A mão dêle quase não mexe pois êle usa mais a inclinação da traseira para apontar para a tangência e assim faz mínimos movimentos no volante. Isso tem também uma influência grande no uso do acelerador. Na prática o pilôto determina quanto é favorável de tendência de traseira de acordo com a sua prática de pilotagem.
Aqui se encontra uma razão pela qual Schumi está na Mercedes. Eu não tenho dúvida de que a missão principal dêle é desenvolvimento do time e referência para Nico Rosberg. Nico anda mais rápido mas não tem a bagagem de Schumi. Na Ferrari o alemão era fator determinante de muitas alterações e testes que visavam o desenvolvimento do carro. Nas mãos dêle a Ferrari se tornou imbatível . Isso é uma bagagem inestimável que está centrada na aquisição de conhecimento e desenvolvimento de atitude de equipe que seja capaz de traçar um caminho que leve, com menos percalços possíveis, ao sucesso.
Na Mercedes o alemão leva com êle essa vivência. Já que êle não é o projetista do carro e sim a pessôa que sabe pilotar o que tem e interpretar os dados de telemetria, que hoje têm uma dinâmica muito aprimorada, êle é uma ferramenta muito valiosa para interfacear com Ross Brawn que é a pessôa que define os procedimentos para construção e modificação do carro. E isso tem que ser feito em sincronia de equipe para se ter um bom resultado.
Está agora nas mão de Ross Brawn a responsabilidade de traduzir a experiência que êle tem, e a que o alemão também tem, em produto confiável e com performance adequável às diversas condições. Se for bem sucedida nessa primeira mudança de pêso, que será posta em prática na Espanha, a Mercedes terá a engrenagem que faz girar a dinâmica da equipe como um tôdo, funcionando tão bem quanto as caixas de câmbio dos seus carros. Se errar e o primeiro resultado for negativo, estará mostrando que a Mercedes não é uma grande equipe. E para isso a referência histórica é a participação da Mercedes no Mundial de Protótipos na década de 80 onde desbancou a Jaguar e se tornou um time sem concorrentes. Portanto, a possibilidade de a Mercedes não ser bem sucedida dessa vez é bem pequena, pois a sua cultura de competições está num nível de exelência típicamente alemão que muitos apenas sonham em alcançar. Vamos aguardar o próximo GP.
2 comentários:
Parabens pelo BLOG, muito bom, texto interessante, informações bem colocadas..vc se tornou um jornalista de primeira!
Obrigado pelos elogios, mas para jornalista falta tudo. Por exemplo ir hoje a Interlagos assistir mais uma etapa do Paulista. Aqui é tudo diversão, meu passatempo que eu classifico como o melhor substitudo da passividade da televisão.
Seja bem vinda, volte sempre.
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