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sábado, 15 de maio de 2010

Fórmula 1,2

A Williams de Rubens Barrichello e Nico Hulkenberg, efetivamente não é carro para disputar as primeiras posições. Para se vencer uma corrida é preciso não apenas motor, mas tudo o que o motor empurra. Por exemplo, em Barcelona Rubens largou em 18o. e chegou em 9o., fazendo a 12a. volta mais rápida e foi ante-penúltimo em velocidade máxima. Já Bruno Senna largou em último com um tempo 4s mais lento que Barrichello e registrou a 4a. velocidade máxima.

É claro que o carro de Senna práticamente corria sem nenhum efeito de asa para tirar algum proveito dos longos trechos de alta velocidade. Tanto Senna como Rubens aceleram o mesmo motor, o Cosworth.

Dadas as condições da corrida, eu diria que Rubens fez uma bela apresentação, levando-se em conta o equipamento do qual dispõe.

Mas e as 3 equipes mais lentas do grid, Lotus, Virgin e Hispania, como se situam nesse grupo? Parecem disputar o que seria uma segunda divisão da F1, que poderia muito bem ser chamada de F1,2. E sabendo-se que usam o Cosworth, o desempenho de Rubens é referência para se dizer que óbviamente motor é o menor dos problemas.


Nesse campeonato a única vêz em que a Virgin foi última colocada na classificação foi com Lucas no GP da Malásia. Em tôdas as outras corridas a HRT estava ocupando as duas últimas colocações, num autêntico universo à parte.

Hipania

Levando-se em conta apenas a classificação no Q1, no Bahrein Chandhok foi nada menos que 10s mais lento que Vettel, o pole da prova. Era a primeira vez e havia apenas duas semanas que o carro tinha sido montado, portanto é compreensível.

Na Austrália as coisas se ajustaram um pouquinho e Bruno e Karun classificaram 6s mais lentos que o primeiro no Q1. Na Malásia 5s e 6s. Em Xangai 4s. Em Barcelona 5s e 6s e hoje 3,5s e 4,5s mais lentos que o primeiro do Q1.

É claro que até o final do ano difícilmente sairão dessa situação, embora tenham andado alguns metros à frente desde o Bahrein.

Virgin

Já no caso da Virgin os progressos parecem estar surgindo. Timo Glock é mais experiente que Lucas e isso justifica que tenha conseguido classificações melhores. Mas, olhando-se apenas as classificações de Lucas no Q1, é possível ver que o progresso surgiu e que o carro parece ser confiável nesse aspecto.

No Bahrein Lucas foi 5s mais lento que o primeiro no Q1, Vettel. Na Austrália 3,5s. Na Malásia foi muito ruim, 10s mais lento largando em último. Em Xangai 3,5s, em Barcelona 4s, e hoje em Mônaco menos de 3s, e 0,5s mais lento que Glock. Enfim, o progresso da equipe é lento mas existe algum aceitável e se conseguirem nas próximas corridas andarem sempre 0,5 mais rápido do que conseguem hoje, já estarão a um pequeno passo do real universo da F1. Isso para um carro que nasceu absolutamente no computador a partir de software CFD. Apesar de coisa muito sofisticada, a metodologia parece se justificar no âmbito da F1.

Lotus

A Lotus tem sido melhor mas a Virgin está dando a impressão de que vai tornar isso um páreo duro. A Lotus tem alternado posições de largada com a Virgin e quando esta aparece à frente é por décimos de segundo. Hoje por exemplo, as Lotus ficaram à frente da Virgin com Glock 0,2s atrás das duas. Em se tratando de tempo classificatório é uma diferença aceitável. Para dar uma idéia, lá na frente entre Kubica e Massa há uma diferença de 0,16s e aqui estamos falando das primeiras colocações com equipes como Ferrari e Renault.

Embora as últimas 3 do grid estejam ainda disputando um campeonato à parte, as diferenças entre Lotus e Hispania já são pequenas e podem até o final do ano colocarem um dos seus carros no Q2. No caso específico da Virgin, impressiona por se tratar de uma metodologia de projeto fora dos padrões habituais.

Se a Hispania vai conseguir terminar êsse campeonato, é algo que tem parecido duvidoso mas será uma vitória para êles. Mas a Virgin e a Lotus, técnicamente falando têm chances de estar alinhadas no grid no ano que vem.

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