Rubens Barrichello tem muitas razões para estar satisfeito neste final de semana, e para tirar o melhor proveito possível nessa prova de Spa. Tem consciencia de que não possui equipamento para vencer a prova e larga em sétimo lugar numa pista com reais possibilidades de chuva, condição climática que ele não apenas gosta mas também já provou mais de uma vez que lhe dá chances. Além disso foi eleito para substituir Nick Heidfeld na GPDA, a associação de pilotos da categoria, e completa 300 GP´s, uma marca indédita e de grande valor.
No meu entender Rubens deve ser parabenizado por tudo isso. Já li e também ouvi um sem número de críticas apaixonadas, tendenciosas e maldosas a esse piloto. Mas eu fico tentando entender porque uma equipe do nipe da Williams, não apenas o contratou como também já renovou o seu contrato nesse ano. Rubens tem garantia de prosseguimento na Williams, equipe do lendário Frank que dispensa apresentações. Alguem que frequenta esse blog já foi dispensado do seu emprego por falta de performance ou politicagem? Pois bem, entendo que se Rubens está onde está é porque isso faz sentido. E fazer sentido numa categoria ápice desse esporte, significa necessáriamente ser e estar profissional à altura da empreita. Na F1 tudo é extremista e isso fala por si.
Rubens completa amanha 300 GP´s e isso é muito significativo na carreira de qualquer piloto de automobilismo. Está maduro, se mostra de bem com o mundo quando é questionado nas entrevistas, está claramente competitivo, e em forma física, técnica e mental plenamente compatíveis com as exigencias da F1. Não possui um carro que possa levá-lo ao pódium e os carros da categoria que podem fazer isso, estão e continuarão a ser ocupados pelos seus colegas concorrentes. Rubens chegou naquele estágio sensacional do profissionalismo em que voce finalmente faz em condição de alta performance (não há o que questionar nesse quesito), aquilo que mais gosta de fazer na vida. Isso é um privilégio de poucos e no caso dele foi conquistado ultrapassando barreiras que todos sabemos que não foram fáceis.
Como pessoa, o seu comportamento lhe rendeu o respeito dos colegas de profissão e foi eleito o presidente da GPDA. Tudo bem, entendo que há uma política nisso, sempre tem. Mas é merito dele e isso não se pode discutir. Entendo que Rubens ainda tem chão à frente na F1, não apenas como piloto. Nessa posição específica eu penso que ele ainda pode pilotar por mais 4 anos tranquilamente. E acho tambem que a sua eleição para a GPDA é coisa que pode colaborar nesse sentido. Vai marcar a sua imagem como membro respeitável da categoria e é exatamente essa imagem que os patrocinadores querem para associar as suas marcas a um piloto.
Aos críticos de plantão (há inúmeros), é bom lembrar que a maioria de nós brasileiros está sempre buscando condição de vida confortável, com facilidades, de menor esforço, e isso não premia ninguem além das administradoras de cartão de crédito. Estar na ativa depois de tanto tempo e sendo aceito pela comunidade, entre outras coisas é ser produtivo, e para se produzir qualquer coisa é preciso desprendimento, interesse, renuncia, força de vontade e muito mais.
Acho que assim como os nossos campeões do passado são autenticos exemplos de sucesso, Rubens tambem é exemplo de vida para muita gente, especialmente aqueles que desejam o sucesso de vida rápido e fácil. O esporte tem a incrível qualificação de mostrar às pessoas que na vida nada é de graça e que sempre é preciso empenho de longo prazo.
Portanto,
Parabéns Rubens Barrichello!
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