Não faço a menor idéia das estatísticas de pit stop´s desse ano mas acho que na Hungria bateu record. E São Pedro fez a sua parte nisso tornando a prova imprevisível com um clima incerto em pista difícil de ultrapassar.
A prova começou com pista úmida, um autêntico sabão, e Rosberg patrocinou uma escapada logo na volta de apresentação. Mas voltou à pista sem danos, coisa que poderia não ter acontecido pois fora do asfalto o controle desaparece.
A primeira curva, à direita, é suficientemente fechada para atrapalhar muito a vida de quem vem por dentro. Hamilton, que cravou o segundo tempo no sábado, largou muito bem e iniciou uma perseguição a Vettel bem de perto. Ao mesmo tempo um pouco mais atrás, Massa perdeu várias posições. Rubens ganhou duas e mais tarde perderia as que lhe colcariam na zona de pontuação.
A volta 1 fechou com Vettel na frente seguido de perto por Hamilton, que já vinha para a briga, com Button em terceiro. Como a pista estava úmida não se podia prever o que aconteceria nas trocas de pneus. Ninguem tinha como fazer qualquer previsão naquela hora. Mas como não chovia própriamente, havia a possibilidade concreta de formação de trilho sêco.
Na volta 3 Alonso ultrapassa Rosberg e vê à sua frente um caminho que poderia levá-lo ao pódio, coisa que para o espanhol é como doce na boca de criança. Com a pista úmida e com os carros mostrando menor diferença de performance em relação às poderosas Red Bull, na volta 4 Vettel e Button disputaram posição de forma emocionante lado a lado. Ao mesmo tempo que Alonso dá uma escapada e perde para Rosberg a posição anteriormente conquistada.
Na volta seguinte foi a vez de Vettel, que pilota muito bem na chuva, escapar. O grande problema é que atrás dele vinha o agressivo e hábil Hamilton, bem perto e muito atento, tanto que foi para a ponta.
Na volta 7 as coisas começaram a complicar para todo o grid. A pista começou a secar e havia um trilho em toda a extensão, o que na verdade piorava as coisas pois estreitava mais ainda uma pista de ultrapassagem difícil. Seria nessas condições que os pit stops começariam a preocupar a todos pois os pneus não suportariam muito tempo a pista totalmente sêca.
Massa rodou na volta 8, saiu da pista e tocou de leve a asa traseira. Prejudicou a sua corrida mas voltou mais atrás ainda e fêz o que pôde na corrida, exigindo bastante do carro. Mas não foi o suficiente para um fim de semana satisfatório.
Alonso recuperou a posição perdida para Nico Rosberg no final da reta numa ultrapassagem muito bem feita. Na volta 11 Webber foi o primeiro a entrar no box para a troca de pneus. Massa veio logo atrás. Dali em diante inciou-se um desfile de carros nos boxes, já que os pneus são os mesmos para tôdos e os desgastes muito parecidos.
Na volta 16, com trilho sêco na pista e trocas realizadas por quase tôdos, as posições aparentavam estar definidas tendo Hamilton na frente com Button em segundo, Vettel em terceiro e Alonso em quarto. Era de se esperar uma dobradinha brilhante da McLaren pois os dois pilôtos estava bem perto um do outro. Vettel garantiria assim a sua posição no campeonato, o que afinal é o que efetivamente lhe interessa.
Trulli foi o primeiro a abandonar com vazamento de água. Felipe Massa a essa altura encontrou Schumacher na frente e permaneceu algumas voltas atrás do alemão. Foi uma disputa significativa. Ficou claro ali que a Mercedes tem mais retomada que a Ferrari. A pista estreita não dava espaço para Massa ultrapassar, coisa que só conseguiria na porção ainda úmida nas laterais. E assim a transmissão focou nessa briga e viu-se Schumi abrir um pouco de Massa na reta. E olhe que mesmo a asa móvel não foi sificiente nesse caso. E aí fica o meu questionamento, será que a asa de Felipe atuava? Não me lembro de ter visto isso.
Na volta 25 uma cena hoje pouco comum na F1. Heidfeld saiu do pit espalhando gasolina e na saída do box o carro pegou fogo e não chegou nem mesmo a reacelerar. Fim de prova para êle. Também Schumi abandonou, logo após ser ultrapassado por Massa. Rodou e parou com a caixa de câmbio quebrada.
Os tempos baixavam e Rubens Barrichello ingressou na zona dos pontos, a décima colocação. A corrida tornou-se um tanto monótona a partir daí. Na volta 46 Hamilton seguia na liderança, com Button em segundo e Vettel em terceiro administrando os seus preciosos pontos. E Button começou a mostrar que iria brigar pela vitória mostrando tempos sempre um pouco mais baixos. Encontrou o ritmo, como dizemos.
Mas na volta 48 a chuva recomeçou de leve o suficiente para tornar a pista um sabão. Assim Button, que tinha ultrapassado Hamilton, escapou logo depois e Hamilton voltou para a ponta. Uma volta depois as coisas se inverteram novamente e na ainda na mesma volta Hamilton ultrapassa novamente Button. A briga caseira prometia muito.
Hamilton foi aos pits antes de Button que já tinha os seus pneus um tanto comprometidos. Assim Button vai para a ponta. Quem se segurava na pista nessa hora com uma estratégia ousada demais era o kamikaze Kamui Kobayashi que optou por duas trocas apenas. Formou-se uma fila de carros atrás dêle, tôdos muito mais bem calçados do que êle.
Button seguia na ponta com Vettel em segundo, Alonso em terceiro, seguido de Hamilton, Massa e Webber. Isso na volta 56 dava a impressão de pódio definido mas corrida acaba apenas na bandeirada. E numa de suas atuações ousadas, Hamilton foi punido com drive through após rodar e retornar à corrida num spin bastante arriscado.
E Alonso que vinha num ritmo bom o suficiente para lhe garantir o pódio, rodou na volta 59. Mesmo assim conseguiu manter a sua terceira colocação pois a punição a Hamilton o deixou bem à frente do inglês. Este ainda conseguiu recuperar um pouco do que perdeu terminando em quarto.
Venceu Button seguindo de Vettel e Alonso. Massa terminou em sexto e Rubens em 13o. Abandonaram Kovalainen, Schumi, Heidfeld e Trulli. Quem se deu bem foi Paul Di Resta que apesar de ter sido o primeiro a tomar volta, terminou em 7o., uma volta à frente do seu companheiro Sutil.
Dia 28 a F1 vai para Spa onde acontece agora neste final de semana a 24 Horas de Spa-Francorchamps. São 7 kilometros de velocidade muito alta. No ano passado quem faturou foi Hamilton e nesse ano não custa nada repetir o feito. A McLaren está cada vez melhor.
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