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domingo, 5 de abril de 2009

GP da Malaysia - valeram os pontos e nada mais.

Das 17 provas de 2009, duas já podem ser descartadas como potenciais influências no resultado final do campeonato. Não que os pontos delas não valham no cômputo. Uma é Mônaco. Pela própria natureza da prova não tem valor na disputa além dos pontos que resultam. Isso porque Mônaco, até mesmo quando o asfalto está quente a ponto de fritar ovos, causa surprêsas sem fim. Se chover, idem. A F1 inteira está pensada em termos de pista de competição, coisa que Mônaco não é. E a prova de hoje na Malaysia poderia ter valor significativo caso tivesse acontecido uma corrida. Para todos efeitos o resultado é válido. Mas não serve como parâmetro de medição de fôrças entre as equipes. Por exemplo, se não tivesse chovido, a Ferrari não teria optado por pneus ´extreme´ quando apareceram as primeiras gôtas. E aí o resultado porderia ser bem diferente.

Aliás a Ferrari está mostrando que não tem muita comunicação com os pilôtos ou talvez nenhuma. A organização é outra diferente do passado. Foi a equipe que decidiu por aqueles penus. O pilôto sabe, por mais medíocre que seja, se é hora de pneus de chuva intensa ou intermediários. Pelo simples fato de que é êle que está percebendo a aderência na pista. Então êle sabe não apenas se está caindo água, mas também sabe concretamente se a pista está um sabão só em 5 ou 10% do circuito ou em 90%. Se isso se dá em trechos de baixa ou de alta. Se o KERS está ajudando ou não está sendo nem usado. Portanto, na minha modestíssima opinião, a Ferrari está mais perdida que cego em tiroteio de metralhadora fora da trincheira, e nessas condições eu convocaria o Jan Balder para coordenar a estratégia porque parece que não tem ninguém fazendo isso lá. E ele é bom nisso.

Embora os pontos dessa corrida valham, eu não vejo isso como corrida porque simplesmente não acabou. Quase não houve por conta da incrível confusão que a chuva armou. E além dessa confusão há que se considerar que alguma sumidade da F1, mesmo com todas informações que tem na mão, deixou de aventar a possibilidade de que a corrida talvez não terminasse depois de uma paralisação longa. Na verdade a própria F1 com todo histórico que tem dos anos anteriores, acabou fazendo de uma corrida válida para o campeonato uma diversão onde se viu até gente brincando de escorregador na grama porque simplesmente não havia nada a acompanhar.

Por tudo isso penso que temos na prática 15 provas realmente válidas do ponto de vista de medição de fôrças no asfalto com disputas no plano da competição em si em condição técnico-esportiva. Uma condição de corrida em que práticamente tudo está nas mãos do pilôto do comêço ao fim com tempo e chance de disputa. Eu pelo menos enxergo corridas dessa forma.

Detalhe que eu julguei significativo foi a estrêla do Rubinho que ainda não brilha com toda potência. Êle foi penalizado por ter que trocar o câmbio nos treinos, que não chegou a quebrar. Num dos pit-stops êle não conseguiu engatar a marcha correta e precisou sair com dificuldades. E curiosamente o carro do Button se mantêve com ótima performance da classificação até a decisão de finalizar a prova. Se essa estrêla do Rubens brilhar um pouquinho mais ele terá um campeonato incrível mesmo que não o ganhe.

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