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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Jan Balder - Após as competições! (5)

 Econtro com um velho amigo. Entre dois campeões.

- Na Eldorado você ficou até que ano?

- Fiquei até 2003. Até 95 a Eldorado fazia F1 ao vivo. Depois do acidente do Ayrton passou a fazer off-tube.

- Você foi nesse período algumas vêzes para a europa. A primeira vêz que você têve contato com o Ayrton Senna quando estava na europa pela Eldorado, como foi?

- Eu tive um contato muito interessante, uma coisa engraçada. Quando eu fui fazer o primeiro boletim da F1 em 91, eu encontrei numa rodinha o Reginaldo Leme e o Émerson. Êle e o Danny Sullivan foram num país em conflito para ação beneficente e na volta êle parou em Ímola. Fazia muito tempo que êle não entrava na F1.

- Êle brincou comigo: "Pô Jan faz tempo, como pode a gente se encontrar aqui?". Respondi que foi a mesma situação de Hockenheim em 1970. Por acaso. Aconteceu. Aí êle me chamou para dar uma voltinha pelo box. Quando chegamos no box da McLaren o Ayrton estava no cockpit. O Émerson entrou e eu fiquei do lado de fora. Na porta tinha um monte de repórteres. O Émerson agachou ao lado do cockpit para conversar com o Ayrton. E eu fiz uma foto, um slide. Na hora que estavam tirando fotos, deu um tumulto. Um cara que estava do meu lado estava sem credencial e o fiscal mandou êle sair. Êle discutiu, brigou, caiu um no chão e eu também tomei um empurrão. Virou entrevêro. Nisso o Ayrton me olha bem nos olhos e fêz um sinal pra mim pra saber se estava tudo bem. Depois de um contato anterior na vila Madalena eu nunca mais tinha falado com o Ayrton. E eu achei legal que nêsse dia êle me reconheceu.

- O primeiro título da McLaren foi com o Émerson. Talvez por isso encheu de gente ali naquela hora.

- O Émerson é figura carimbada em qualquer situação. Naquele caso tinha mais significado. O Émerson e o Ayrton que já era campeão também.

- Depois que você começou a comentar ao vivo na Eldorado, você deve ter encontrado outras vêzes com êle na europa.

- Na europa quem fazia tôdas as coberturas, entrevistas, era o Mair Pena Neto. Êle pegava o gravador e ia no Ayrton. E o Ayrton tinha uma praxe muito legal. Quando êle descia do carro depois de um treino de classificação, o Ayrton atendia sempre a imprensa brasileira primeiro. Reunia aquêle monte de pessôas do Brasil. Flavinho Gomes, o Cândido Garcia, o Mair, o Celso Itiberê e outros. Depois êle atendia a imprensa internacional. Era uma coisa simpática dêle.

- Nêsse período que você fazia comentários na Eldorado, alguma vêz você falou com o Nelson ao vivo? E com o Émerson?

- Com o Émerson sim mas mais aqui no Brasil. Ao vivo. Uma vêz êle estava em Miami e fizemos uma entrevista bem legal sôbre F-Indy. Êle estava na Penske.

- Durante o perído de Eldorado você esteve numa 500....

- Em 94. Logo depois da morte do Ayrton. Êle morreu no 1o. de Maio e no final do mês era a corrida da Indy. Havia um resquício da morte do Ayrton na Penske. Havia ligação dêles com o pessoal da McLaren e dos motores Mercedes-Ilmor. Fui convidado por um amigo meu, o Peter Kosch, que tem um irmão que fazia motores nos Estados Unidos. A Ilmor fazia os motores para a Penske e o Franz, irmão do Peter, fazia tôda a manutenção nos Estados Unidos. A além disso êle fazia motores para outras equipes. O Boby Rahal e Raul Boesel correram com motor dêle. O Peter me convidou para ir aos Estados Unidos e eu aproveitei o gancho e fiz matéria para a Eldorado. No mesmo dia tinha corrida de F1 na Espanha. O Odiney estava na Espanha e eu em Indianápolis. Fizemos uma ´triangular´. Eu acompanhei a F1 pelo Odiney e êle os meus boletins na Indy. Na primeira fila estavam o Raul e o Émerson.

- Não foi nessa corrida que o Émerson bateu na saída da 4?

- Êle bateu no finalzinho com a corrida na mão. Êle levou uma hora para falar com a imprensa. Eu não cheguei ao lado dêle porque sabia como êle estava. Êle estava dentro do box da Penske e tinha muita gente na porta esperando êle sair. Depois que êle saiu e falou com tôdo mundo eu fui falar com êle: "O que aconteceu?"

- Êle disse: "Eu estava no vácuo do Al Unser e toquei a zebra interna com a roda dianteira, e fui".

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