Irreverência no ar. Duas entrevistas na rádio Eldorado, hilariantes, com dois ícones do nosso automobilismo.
- E o Nelson, você nunca entrevistou?
- Entrevistei quando êle teve o acidente da Indy. Êle estava no hospital em Indianápolis e 2 amigos meus daqui do Brasil foram visitar. O Pedro Muffato e o Ricardo Di Loreto. Aí o Pedro Muffato que era muito ligado comigo, me deu o telefone do Nelson, do quarto dêle. E no grande prêmio da Hungria daquele ano era um bom momento para falar com o Nelson porque além do problema dêle a Hungria foi marcante por causa daquela ultrapassagem em cima do Ayrton. Aí liguei antes da largada da F1. "- E aí Nelson, como você está?". A resposta dêle foi que estava andando com andador de velho. Estávamos fora do ar. Falando com êle eu disse que tinha uma corrida de F1 e êle disse: "- Pô, aqui não passa porra nenhuma. Tem corrida?". Êle nem sabia que tinha corrida.
- Depois da corrida eu falei com a nossa produtora na rádio para ligar pro Nelson. Aí,
- Nelson, terminou a corrida na Hungria.
- E como foi?
- Ganhou o Patrese?
- Pô, esse pilôto medíocre...
- Foi em 92. O Patrese ganhou na Williams. Aí fizemos uma surprêsa pra êle que ficou muito legal. Nós colocamos o Roberto Pupo Moreno na outra ponta da linha. É amigão dêle lá de Brasília, desde garôto correndo de kart, correram juntos na Benetton, deu dobradinha lá no Japão..
- Nós temos aqui na outra ponta da linha o teu amigo Roberto Pupo Moreno...
- Oi Nelson, como você está? Tudo bem? E o pé?
- O pé tá meio ruim.
- E o pé do meio tá bom?
- Tá ótimo.
- Ao vivo, ele falou. A produtora ficou roxa, vermelha, mas estava no ar. Eu deixei o Moreno falando com êle, perguntando e depois tôdo mundo fêz várias perguntas. Tôdo mundo da equipe da rádio entrou na rodinha.
- Você levou o Camilo Cristófaro na rádio uma vez....
- Eu levei várias vêzes. Uma vez eu fiz uma matéria muito legal com êle para um programa que se chamava Esporte e Aventura. Tinha cara na rádio que pensava que eu era historiador, cara que sabia e lembrava. Mas eu falava muita coisa de cabeça, como falo até hoje. Para esse programa eu entrevistei Jorge Letry, Hélio Perini da Ford e o Camilo. Com êle foi divertido. Fui na garagem dêle que tinha um corredor estreito que quase não dava para andar, com peças pra tôdo lado. Tinha uma Mercedes que servia de bancada. Na parede peças penduradas, pedaços de carros de outros pilôtos como Fangio e Moss. O Camilo valorizava as coisas dêle, era uma figura folclórica. Fomos para o fundo e tinham 3 tios dêle sentados na cadeira controlando a entrada. O Camilo chamava de zagueiros. Uma hora um dêles gritou "- Camilo, telefone!". O Camilo vai no meio das peças, um monte de blocos e cabeçotes, e lá pegou o telefone. "- Alô, fala aí rapais.". Era o jeito dêle de falar.
- Aí veio a entrevista. Êle contando as estórias de Interlagos é de dar risada. Quando entrou no programa Esporte e Aventura o pessoal da rádio foi ouvir as estórias do Camilo. Uma das minhas perguntas foi sobre as Mil Milhas de 57. Eu já sabia das estórias. Êle correu em dupla como Djalma Pessolato e no primeiro pit-stop o Djalma pegou o carro. Eu perguntei:
- Como foi aquela Mil Milhas Camilão?
- Como sempre a minha carretera andava mais que os outros. Saí na frente e fui embora. Aí parei e o Djarma pegou. Deu só duas vorta e pegou um cavalo na curva dois e morreu. Mas eu não parei de desenvorve a minha carretera. Eu botei um blocante, botei um diferencial da Ferrai, eu não parei.
- Deram muita risada no estúdio porque êle emendou direto. O Djalma virou mero detalhe. Aí perguntei:
- Camilão, como era a pista em Interlagos?
- A pista de Interlagos, rapais, tinha de tudo. Não tinha só cavalo. Tinha tudo, cobra, cachorro....
- Riam muito atrás da cabine. O Camilo olhava, ria e continuava numa bôa. Êle era folclórico.
- Um pouco antes de êle morrer, eu já sabia que êle não estava muito bem e fiz questão de levar várias vêzes na rádio. Fizemos comentário de corrida de F1 na rádio e uma vez êle foi no programa do Geraldo Nunes, São Paulo de tôdos os tempos.
- E o Nelson, você nunca entrevistou?
- Entrevistei quando êle teve o acidente da Indy. Êle estava no hospital em Indianápolis e 2 amigos meus daqui do Brasil foram visitar. O Pedro Muffato e o Ricardo Di Loreto. Aí o Pedro Muffato que era muito ligado comigo, me deu o telefone do Nelson, do quarto dêle. E no grande prêmio da Hungria daquele ano era um bom momento para falar com o Nelson porque além do problema dêle a Hungria foi marcante por causa daquela ultrapassagem em cima do Ayrton. Aí liguei antes da largada da F1. "- E aí Nelson, como você está?". A resposta dêle foi que estava andando com andador de velho. Estávamos fora do ar. Falando com êle eu disse que tinha uma corrida de F1 e êle disse: "- Pô, aqui não passa porra nenhuma. Tem corrida?". Êle nem sabia que tinha corrida.
- Depois da corrida eu falei com a nossa produtora na rádio para ligar pro Nelson. Aí,
- Nelson, terminou a corrida na Hungria.
- E como foi?
- Ganhou o Patrese?
- Pô, esse pilôto medíocre...
- Foi em 92. O Patrese ganhou na Williams. Aí fizemos uma surprêsa pra êle que ficou muito legal. Nós colocamos o Roberto Pupo Moreno na outra ponta da linha. É amigão dêle lá de Brasília, desde garôto correndo de kart, correram juntos na Benetton, deu dobradinha lá no Japão..
- Nós temos aqui na outra ponta da linha o teu amigo Roberto Pupo Moreno...
- Oi Nelson, como você está? Tudo bem? E o pé?
- O pé tá meio ruim.
- E o pé do meio tá bom?
- Tá ótimo.
- Ao vivo, ele falou. A produtora ficou roxa, vermelha, mas estava no ar. Eu deixei o Moreno falando com êle, perguntando e depois tôdo mundo fêz várias perguntas. Tôdo mundo da equipe da rádio entrou na rodinha.
- Você levou o Camilo Cristófaro na rádio uma vez....
- Eu levei várias vêzes. Uma vez eu fiz uma matéria muito legal com êle para um programa que se chamava Esporte e Aventura. Tinha cara na rádio que pensava que eu era historiador, cara que sabia e lembrava. Mas eu falava muita coisa de cabeça, como falo até hoje. Para esse programa eu entrevistei Jorge Letry, Hélio Perini da Ford e o Camilo. Com êle foi divertido. Fui na garagem dêle que tinha um corredor estreito que quase não dava para andar, com peças pra tôdo lado. Tinha uma Mercedes que servia de bancada. Na parede peças penduradas, pedaços de carros de outros pilôtos como Fangio e Moss. O Camilo valorizava as coisas dêle, era uma figura folclórica. Fomos para o fundo e tinham 3 tios dêle sentados na cadeira controlando a entrada. O Camilo chamava de zagueiros. Uma hora um dêles gritou "- Camilo, telefone!". O Camilo vai no meio das peças, um monte de blocos e cabeçotes, e lá pegou o telefone. "- Alô, fala aí rapais.". Era o jeito dêle de falar.
- Aí veio a entrevista. Êle contando as estórias de Interlagos é de dar risada. Quando entrou no programa Esporte e Aventura o pessoal da rádio foi ouvir as estórias do Camilo. Uma das minhas perguntas foi sobre as Mil Milhas de 57. Eu já sabia das estórias. Êle correu em dupla como Djalma Pessolato e no primeiro pit-stop o Djalma pegou o carro. Eu perguntei:
- Como foi aquela Mil Milhas Camilão?
- Como sempre a minha carretera andava mais que os outros. Saí na frente e fui embora. Aí parei e o Djarma pegou. Deu só duas vorta e pegou um cavalo na curva dois e morreu. Mas eu não parei de desenvorve a minha carretera. Eu botei um blocante, botei um diferencial da Ferrai, eu não parei.
- Deram muita risada no estúdio porque êle emendou direto. O Djalma virou mero detalhe. Aí perguntei:
- Camilão, como era a pista em Interlagos?
- A pista de Interlagos, rapais, tinha de tudo. Não tinha só cavalo. Tinha tudo, cobra, cachorro....
- Riam muito atrás da cabine. O Camilo olhava, ria e continuava numa bôa. Êle era folclórico.
- Um pouco antes de êle morrer, eu já sabia que êle não estava muito bem e fiz questão de levar várias vêzes na rádio. Fizemos comentário de corrida de F1 na rádio e uma vez êle foi no programa do Geraldo Nunes, São Paulo de tôdos os tempos.
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