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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Luiz Manzini - Mãos na graxa.


Você entra no estabelecimento e avista o dono, seu amigo, e antes de mais nada solta uma piadinha como forma de se anunciar. O retorno é uma resposta, muitas vêzes hilária, os tradicionais cumprimentos e apertos de mão, e na sequencia o convite para um cafézinho. Durante o café êle vai te perguntar o motivo da visita. No meio do caminho você passou por um corredor ao lado de bancadas sujas, porcas e pedaços de carros jogados no canto da parede e ficou olhando para o chão afim de saber se não iria tropeçar em algo ou plantar o pé numa mancha de graxa.

Você está numa oficina de bairro nos seus mais tradicionais moldes. É mais ou menos como andar vários anos para trás num mundo que alimenta a imaginação e traz também umas lembranças. Lembranças de coisas e também de costumes provincianos se considerarmos as mudanças que se deram até os dias de hoje.

Num mundo onde a imagem tem um pêso muito grande nas relações com o público, nessa oficina não se encontram os elementos atuais de um lugar desses, tais como recepção, cadeiras ou poltronas, máquina de café e bebedouro, uma menina atrás de um computador com um sistema de cadastro, e por aí a fora. Há apenas a oficina, o dono, um telefone e o café. Isso basta. E no caso do meu amigo, que é tema desse e dos próximos posts, basta ha 4 gerações. Êle mesmo diz com bom humor que a família é uma gangue de mecânicos.

Nos próximos 4 posts (um por dia)com o título ´Luiz Manzini - Mãos na graxa´, vou falar de um santamarense que tem o sobrenome numa das avenidas locais, cuja família é parte da história do bairro que já foi munícipio ha muitas décadas. Luiz Manzini é a bola da vez, contando estórias da família que remetem a um passado onde as oficinas tinham como recurso principal os seus mecânicos e as ferramentas tradicionais. Um tempo em que elas não precisavam ter título e nem placa na fachada para serem identificadas. Vamos lembrar o que as dificuldades levavam os mecanicos a fazer para colocar os carros de seus clientes andando, e vamos conhecer mais uma estória típica de família de sapateiros onde o pai passou para o filho, o neto, e nesse caso aqui ao bisneto também. O último post com algumas fotos curiosas de objetos de com várias décadas de existência.


5 comentários:

RENATO MANZINI disse...

Muito legal essas histórias colocadas na net,ouço isso desde criança,alias foi o que me fez ser mais um apaixonado por mecanica e automobilismo na falilia Manzini.
Uma bela homenagem para o Luiz que ainda vive a época romantica do automóvel,hoje lidando com antigomobilismo.

Abraço
Renato Manzini

RENATO MANZINI disse...

Meu pai é quase um Magayver,muita história e experiência.
Uma vez estavamos indo prum casório em São Manuel e fundiu um pistão do gordini,ele desmontou o motor eliminou o cilindro que fundiu e retornamos a Sampa com tres cilindros hahaha.

zé clemente disse...

Renato,
Teu pai merece ser citado. Êle sempre foi uma pessoa muito legal. Quando eu estava gravando com ele para escrever esses posts, eu lembrei do escritório dele naquela oficina do espanhol. A mesa parecia mais uma bancada.
Perguntei das fotos que ele tinha na parede e ele disse que não tem mais. Uma pena.
Quando eu tiver um tempo vou na biblioteca Mario de Andrade pra ver se encontro alguma coisa do Victor. A família tem estória pra caramba.

Abraço

Renato Primi disse...

Grande Manza!
O Luizinho além de ter umas sacadas de humor geniais, é talentosíssimo, criativo, inteligente, gente boa demais, tive a honra de partilhar com ele diversas histórias saudosas e engraçadas, que marcaram a minha vida. Frequento a oficina desde os meus 16 anos. E dá-lhe histórias, aprendizado de mecânica, de vida e risadas.

Renato Primi - Bruxo rs

José Manuel Ferraz de Morais disse...

Pois é Zé, conheço o Manzine há muitas décadas, foi um prazer enorme reencontra-lo com saude e boa disposição ainda no automobilismo...abraços.