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sábado, 31 de julho de 2010

F1 - Hungria - um crime de transmissão

As Red Bull são os carros que devem ocupar o pódium dessa prova de amanha, a julgar pelo show que deram na classificação. Os dois carros estão num autêntico ápice de desempenho. E Vettel deu realmente tudo que tinha no Q3, conquistando a pole com um tempo realmente voador.

As Ferraris não têm chances de ganhar o campeonato mas vão acabar colaborando muito com o título da Red Bull pois são páreo duro para a McLaren. Hamilton, o melhor posicionado dos dois da McLaren, ficou a 0,5s de Alonso e 0,2 de Massa.

Alonso está mais de 1s mais lento que Vettel e isso quer dizer que a Red Bull tem condições de abrir logo no início da prova. Mas o mecanismo de largada das Ferrari mostrou na corrida passada que funciona muito eficientemente. E isso pode trazer uma batalha logo no começo da prova. Resta saber no que dará a estratégia de cada equipe. Nada impede que isso leve Alonso a uma vitória. É preciso lembrar que fazer uma pole fenomenal não é o mesmo que andar nesse forte ritmo até o fim da corrida.

Não deve ser uma corrida sem graça. Sem graça mesmo deve ser a transmissão local que resolveu caracterizar como crime esportivo a presepada da Ferrari. Falaram nessa semana o diabo de Felipe Massa e Fernando Alonso. Aqui no Brasil ficou a impressão de que ninguem mais quer ver F1. E todos esquecem que é a Ferrari que organizou esse jogo de equipe estúpido.

Chamo de estúpido por conta das condições. Ficou muito claro aos olhos de todos que chegar em Massa é uma coisa, mas ultrapassa-lo é muito dificil. Tanto que Alonso só conseguiu isso depois que a equipe ordenou a troca de posições. E Massa tem um contrato com a equipe, é funcionário da Ferrari e recebe ordens. Aliás eu nunca vi em qualquer lugar alguem que é contratado não receber ordens de quem o paga. E na F1 não é diferente disso.

Portanto eu acho exagerado o que dizem de Massa aqui no Brasil por conta das decisões da Ferrari. Se Alonso anda mais, ele que passe o seu companheiro. Me desperta uma curiosidade grande saber como será o desempenho e a conduta de Massa, e a conduta da Ferrari amanhã. Gostaria de saber o que aconteceria se Massa estivesse grudado na traseira de Alonso e torço para que isso se dê, de preferencia por uma distancia de um simples metro.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a diferença entre Rosberg e Schumi que aumentou muito. Não acredito que os carros sejam os mesmos, que tenham os mesmos ajustes e as mesmas configurações. Continuo pensando que o alemão é o cara que testa as mudanças no carro e ao mesmo tempo quem dá a sua colaboração para que Rosberg vá cada vez mais para frente. Não vou estranhar se Rosberg subir no pódium ao menos uma vez nas provas que restam nesse ano.

2 comentários:

Márcio disse...

Zé, se exitisse apenas o campeonato de equipes, seu raciocínio do "contratado" estaria perfeito. O problema é que existe um campeonato de pilotos. O campeonato de pilotos é o grande produto vendido ao público mais amplo da F1. E o público mais amplo é o verdadeiro combutível de um "esporte" movido por patrocinadores. Portanto a atitude me parece um equívoco em termos de esporte e de negócio...


Um abraço.

Márcio

Zé Clemente disse...

Márcio, desculpe discordar. Há um campeonato de equipes e de pilotos e o grande atrativo sim e o campeonato de pilotos. Mas a idéia de equipe no automobilismo mundial é muito velha. E tambem as arrumações internas em equipes é coisa muito antiga. O que tira a graça da F1 de hoje é que se tornou uma coisa muito profissional, alimentada por enormes quantidades de dinheiro que geram comprometimentos. Na minha opinião Massa ainda vai se sair moralmente bem dessa no futuro. A Ferrari quer reeditar a era Schumcher e garantir o dinheiro do Santander. E aí eu quero saber quem será o piloto que irá para o lugar de Massa quando ele sair, e que resultado vai dar. É uma questão de ponto de vista. Não nego o seu, mas penso um pouco diferente