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domingo, 13 de março de 2011

Formula Vee Brazil - amadorismo e garagistas na pista - Again!!!!



A fórmula de sucesso nas pistas de automobilismo mundo afora esteve no passado baseada em garagistas. O bilionário e todo poderoso da F1, Bernie Ecclestone, também foi garagista. Ron Dennis foi mecanico no mesmo formato de competição. E assim por diante, a lista é imensa. Hoje em dia a idéia do garagista soa quase ridícula. Porém é preciso enfatizar que há uma diferença muito grande entre pagar todos os custos de uma estrutura de equipe e esperar apenas que transportem o carro para a pista e assim basta virar a chave, e se envolver de fio a pavio com todas as etapas da preparação e competição, sendo voce mesmo o ultimo reponsável por tudo e eventualmente o faz tudo da sua própria equipe. Aí o aprendizado gerado é incomparávelmente maior.

Ontem, 12 de Março de 2011, mais uma vez volta ao autódromo de Interlagos um formato de competição automobilística que no passado ajudou a forjar campeões como Emerson Fittipaldi. Foi dada a largada para uma iniciativa louvável que eu acompanho há vários meses. Deu-se a primeira prova da Formula Vee Brazil, uma proposta na qual eu sempre acreditei desde o início e por razões muito cabíveis.

Os cabeças da categoria, Joaquim Lopes Filho, o Mestre Joca, e Roberto Zullino, campeão da Classic, se desdobraram para concretizar o surgimento da única categoria de monopostos do país na atualidade, estruturada de forma integralmente amadora.



A categoria não se propõe a ser celeiro didático de futuros campeões, e nasceu sem dinheiro de investidor. O pilôto que desejar pilotar um carro desses em Interlagos, compra as partes de fornecedores indicados e monta tudo na sua casa ou no seu mecanico de confiança. Uma forma de dar ao apaixonado por automobilismo uma oportunidade de vivenciar as mesmas experiencias que no passado muitos tiveram ao se envolver com a preparação e manutenção do próprio carro que iriam pilotar nos dias competição.

Daí surgem cansaço, expectativa, adrenalina, grandes alegrias, decepções, tudo enfim que envolve uma competição amadora, no caso específico de monopostos de rodas abertas.

O custo total de um carro pronto para ir para a pista está perto de US$ 7000,00. Não dá para comparar com os custos de aquisição e preparação de um carro de turismo ou de um fórmula mais sofisticado.

Além disso é preciso considerar o custo operacional que está baseado numa mecânica sem nenhum preparo de performance, apenas com os ajustes mais comuns de um motor e uma suspensão que irão acelerar numa pista de automobilismo.

O grid da prova inaugural foi magro e isso é perfeitamente compreensível e em nada desabona a iniciativa. No momento as encomendas somam 27 carros e a categoria não poderia aguardar que tôdos tivessem os seus bólidos já prontos e abastecidos para a primeira prova. Esta se deu com 7 inscritos, fora duas desistencias de ultima hora. Durante o campeonato outros se somarão ao grid à medida em que esses carros forem ficando prontos.

Então, é muito importante salientar que essa categoria nasceu com o pé direito em todos os sentidos e que um dos fatores contribuintes é precisamente a demanda gerada por equipamentos. Logo mais veremos um grid sempre mais recheado, coisa que no nosso automobilismo atual pode ser considerada uma dádiva.

Definitivamente isso se trata de garagistas. Again!

Os carros da F Vee Brazil alinham no pit lane pela primeira vez.
Vai ser dada a largada.
imagens: Amigos Velozes

5 comentários:

João Carlos Bevilacqua disse...

Maravilhoso Zé... A categoria tem tudo para repetir o sucesso dos anos 60/70. O baixo custo e o alto coeficiente de diversão, garantirão futuros grids repletos.
O problema que vejo e o Nenê Finotti... Again... rsrsrs

Unknown disse...

Zé, brilhante teu comentário. Estou torcendo como louco por esses caras e tenho certeza que já deu certo. Se fizerem alguma prova no Rio, vou até a pé para assistir e abraçar esta turma.

Rui Amaral Jr disse...

É Zé, precisamos de uma categoria assim também para garotada, com muito incentivo e divulgação.

Um abraço

Mestre Joca disse...

Grande Zé, obrigado pela força.

Você que participou conosco ativamente como nosso primeiro desenhista do chassi sabe que há parte do seu trabalho neste carro e categoria.

Grande abraço,

Zé Clemente disse...

Valeu Joca, obrigado pela menção. Mas voce é o cara desse projeto e no momento adequado vou escrever mais sobre o tema e é claro que vou falar da tua atuação.
Voce está de parabéns. E sinta-se à vontade para os devidos pitacos e correções. Abraço