Há uma questão que não deixa dúvidas nesse campenato de 2011 da F1, há muito mais ultrapassagens. Há também mais corridas e uma nova pista na India. Mas o equilibrio não é o que sugere a melhora da Ferrari e da Mercedes. O campeonato está sendo dominado completamente pela Red Bull. Até aí tudo bem porque em todos os anos uma equipe se sobressai. Não tem nada a ver com um carro imbatível, é a equipe que se tornou imbatível. Carro bom com piloto ruim não dá em nada e a inversa é verdadeira. Portanto a Red Bull é nesse ano a equipe que tem esse conjunto nas melhores condições do grid da categoria.
Mas ao mesmo tempo que as disputas estão se tornando mais interessantes, o desequilíbrio está mais visível ainda. Em 2009 Button foi campeão pela equipe que era um espólio da Honda e quem nem sabia se conseguiria disputar o campeonato. Mesmo sendo muito eficiente em todos os aspectos, a Red Bull terminou 20 pontos atrás e a McLaren amargou um sofrível terceiro lugar mas com apenas um pontinho de diferença para a Ferrari. Em quinto veio a Toyota com apenas 10 pontos atrás da Ferrari.
Em 2010 a Brown tornou-se a Mercerdes GP e agora no seu segundo ano na categoria está em quarto lugar no campeonato, tendo crescido nas ultimas corridas. No campeonato do ano passado a iniciante Mercedes GP formou com Rosberg e Schumi e portanto não se poderia esperar uma performance significativa. Assim a Red Bull e a McLaren viram sair da sua frente a Brown e terminaram em primeiro e segundo, respectivamente.
Mas as diferenças de pontos ficaram dentro do que se pode considerar coerente na categoria, com 44 pontos entre a Red Bull e a McLaren. A Ferrari continuou atrás da McLaren e terminou dessa vez em terceiro. E a iniciante Mercedes GP ficou em quarto no seu ano de estréia.
Foi no ano passado que ingressaram as tartarugas Virgin e Hispania. que ao lado da Lotus não somaram nenhum ponto. As tres com os moteres Cosworth, os mesmos utlizados pela Williams que anteriormente usava os Toyota. Das 12 equipes que disputaram 2010 apenas 9 marcaram pontos, sendo que a nona desse grupo poderia ser descartada no computo, a Toro Rosso, pois marcou menos da metade dos pontos da oitava, a BMW-Sauber.
Em 2011, o campeonato bate asas, a diferença ficou maior ainda. A Red Bull já pode ser considerada campeã pois mais de 100 pontos à frente da McLaren. Essa por sua vez, tem quase 80 à frente da Ferrari, coisa que ainda pode mudar pois há mais 6 provas nesse ano. Mas o que se observa nas ultimas corridas é um claro crescimento do Alonso e não da Ferrari própriamente. Ao passo que a McLaren está mostrando mais competitividade, que só foi estragada por algumas presepadas do Hamilton desesperado. Não fosse isso a distancia entre McLaren e Ferrari seria maior ainda.
Na corrida de amanhã a disputa mais previsível deve ficar entre Reb Bull e McLaren. E a possibilidade da Mercedes alcançar os italianos é muito remota, tanto que a equipe mesmo já admitiu que não teria como ir ao pódio nesse ano.
Mas tambem, mesmo assim a Mercedes não deve ser alcançada pela Renault que conta com pouco mais da metade dos pontos da alemã. E os que vêem atrás, Force-India, Sauber e Toro Rosso, mastemáticamente podem tentar encostar na Renault mas as chances são bem pequenas. Em que pese o fato de a Force-India ter mostrado melhora visível ultimamente.
E por fim as lanternas habituais, Lotus, Hispania e Virgin, com motores Cosworth e sem pontos. Junte-se à elas a Williams que amarga pobres cinco pontos somados nesse ano.
Resumindo, em 2011 o campeonato está na mão de dois carros e o vice na mão de outros dois, as McLarens, mesmo estando a Ferrari mais competitiva ultimamente. A Mercedes corre uma espécie de campeonato isolado, à frente de outros 16 carros que são apenas coadjuventes, incluindo-se nessa lista a Renault e a Williams que são dois nomes de respeito na história dessa categoria.
A julgar pela tabela de pontuação desse campeonato, mais da metade do grid não tem condições de fazer algo mais do que participar pura e simplesmente. E tanto as diferenças de pontos quanto as diferenças de tempo de volta nas corridas, deixam bem claro que os carros são os grandes responsáveis por essas performances atuais.
E aí eu fico na dúvida sobre qual seria o cenário agora se não existissem as asas móveis. Para a Red Bull não faria diferença porque nada de braçada sózinha lá na frente, situação em que não pode usar o recurso. Mas será que a Ferrari estaria em terceiro com a atual diferença de pontos para a McLaren?? Será que a Mercedes, que fornece os seus motores para a McLaren estaria tão distante da Ferrari agora? Será que a Force-India, que tambem corre com Mercedes já não estaria brigando com a Renault há mais tempo, como hoje que classificou à frente dos franceses?
Tudo meras suposições, práticamente sem significado e amparadas apenas nos números do campeonato, mas com uma dúvida incluída que são as asas móveis que geram ultrapassagens artificiais pois nesse momento os dois carros em questão se encontram momentaneamente em performances diferentes, coisa que acaba metros depois da ultrapassagem quando as ditas asas devem ser recolhidas.
Cá entre nós eu acho que está menos intediante ver as atuais corridas, mas para quem olha para o campeonato como uma disputa de um ano, práticamente não se ve nada alem de uma equipe disparar na frente de todo mundo enquanto que os de trás olham isso dando um tchauzinho de dentro do carro no melhor estilo ‘nos vemos na próxima etapa’, pois nada conseguem fazer para se aproximar de outros carros que são autenticos foguetes.
Fora isso as asas contribuem para deixar uma esquisita impressão de que o da frente é melhor do que o de trás que irá ultrapassa-lo inevitávelmente. É como se voce não pudesse dizer quem alguém é melhor porque o conceito de melhor e pior muda em alguns metros apenas. E, clássicamente no automobilismo, quem é melhor é habitualmente que se mantém à frente até que quebre ou erre, como acontecia antigamente.
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