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domingo, 29 de abril de 2012

Formula Vee Brazil - A participação do Amigos Velozes neste projeto (2)



Mãos na massa (e no mouse)

Não tenho bem certeza mas me parece ter sido no mes de Novembro que houve uma reunião em Interlagos da qual participei. O grupo marcou encontro lá para discutir as providencias iniciais para a construção do primeiro F-Vee.

Não me lembro quantos eram os integrantes da dita reunião mas vou arriscar que eram 10. Entre eles estavam Joaquim Lopes, Roberto Zullino e Claudio Ceregatti. Na verdade a reunião foi suficientemente tranquila para que tudo pudesse prosseguir de uma forma não tão ansiosa. Mas grupos de apaixonados são típicos por reunir mais cabeças do que braços. Não quero depor negativamente em relação ao grupo mas a paixão pode se revelar como um tipo de freio. Às vezes grupos bem reduzidos funcionam muito melhor.

Saímos da reunião crentes de que estava nascendo uma nova Formule Vê. E de fato era isso sim que acontecia, mas antes de se tornar realidade algumas coisas precisaram acontecer na sequencia. Deixei claro que a minha única possibilidade de colaborar seria com o design de uma carenagem no computador, já que o meu conhecimento na vivencia industrial me permitiria isso.


No mes de Janeiro de 2010, um evento santificou a idealização do novo F-Vee. Paulo Afonso Trevisan, curador do Museu do Automobilismo Brasileiro, realizou no autodromo de Guaporé mais um evento reunindo apaixonados da velocidade. E novamente Joaquim Lopes e Roberto Zullino puderam dar algumas voltas no lendário Fitti-Vê, o simbolo historico dessa categoria, que na década de 1960 teve como campeões Emerson Fittipaldi e Ricardo Aschar.

Aqui neste link há uma postagem no Blog do Mestre Joca sobre o evento - GUAPORÉ, TAKE UM....

Como o assunto F-Vee já tomava conta da cabeça do grupo, foi inevitável a observação dos detalhes construtivos do carro. Como disse mais tarde Roberto Zullino, a receita estava ali. Era uma questão de se ter a dita receita como intenção de projeto e fazer algo novo que seguisse o ideal anterior.

Equipes colaborativas e apaixonadas são muito interessantes e divertidas. Mas todos têm as suas vidas para cuidar e às vezes é bem dificil conciliar prazer, trabalho e paixão. E assim o grupo inicial mostrou uma dificuldade visível de avançar na execução do projeto. Enquanto isso o tempo passava e nesse caso o tempo transcorrido colabora negativamente.

A categoria não tinha um dono e isso não impedia que alguem mais começasse a por em pratica um outro projeto inicial. E foi assim que Joaquim Lopes e Roberto Zullino se empenharam na construção do próprio carro, sem por isso entrarem em conflito com o grupo original, que infelizmente acabou se desfazendo mais tarde.

Foi aí que eu entrei no projeto a chamado de Joaquim Lopes. Eu pouco ouvia falar do andamento e surpreendentemente num telefonema no inicio de Abril, Joaquim Lopes me convida para auxiliar no design computacional pois o mock-up estava já constituido.

Roberto Zullino adotou o método mais conveniente para um caso desses em que a idéia básica é derivada de outra formula de sucesso - a definição física das dimensões e do conceito geral. Pequenas produções, ou as unitárias, nem sempre podem esperar pela sofisticação de um ambiente computacional. E alem disso o conceito global é a guia de todas as ações posteriores. Portanto, a prática nesse caso é o caminho mais adequado pois vai poupar muito tempo e gastos tambem. E o tempo passava e a ansiedade crescia.

Escolheram para tanto uma oficina em Santa Barbara D’Oeste de um fabricante de gaiolas chamado Abrão. Num sábado fomos lá para tirar as medidas do protótipo, cuja foto segue abaixo. Trata-se de uma construção que não iria para a pista e serviria como balisamento inicial do projeto. Munido de trena, escala metálica, prumo e nível de bolha, fiz os rascunhos necessários para transportar para o cad a criação na forma de desenho técnico.

O mock-up que deu origem a tudo. Na oficina do Abrão em Santa Barbara D'Oeste


A minha primeira providencia foi reproduzir o que estava feito e a partir disso discutir mudanças de todo tipo e iniciar o projeto do chassi definitivo. O primeiro desenho, que segue mais abaixo é do mock-up, sobre o qual fizemos um monte de rabiscos e contas afim de redefinir a construção. Ainda tenho esse impresso todo rabiscado guardado am algum lugar.

A representação técnica do mock-up, ponto de partida para o estudo inicial


Com base nas primeiras mudanças pretendidas iniciei a criação de um modelo 3D do futuro chassi. Dito modelo teve tres etapas de modificações. A primeira consideração importante foi relativa ao tipo e dimensões dos tubos do assoalho. Num carro de competição de qualquer tipo o assoalho tem uma grande responsabilidade na segurança e tambem no desempenho.

Criado o primeiro design a etapa que era sumamente necessaria ser cumprida seria o custeio. Idealizar qualquer máquina de qualquer tipo sempre envolve custos e o estudo inicial é quem vai definir o que pode ser feito no curso do projeto.

Começou aí a batalha real pelo nascimento do Naja F-Vee


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