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Vitor Chiarella e Tchê Admiradores mútuos foto: Kart Zoom |
Você manda!
Concluí
que São Pedro é mais atencioso que eu, me ouve, e provávelmente
gosta de kartismo também. No dia combinado o céu de brigadeiro
deixou todo o espaço disponível para o sol manter a pista sêca e
quente.
Vitor
pegou dois karts e os manteve aquecendo o motor enquanto limpava os
bancos. Fui objetivo com ele na nossa tarefa:
- Você
manda. Diz o que quer e eu vou fazer.
Não
imaginei que a única instrução de pilotagem que tive até esse
dia, começasse com o mestre à minha frente na pista.
- Me siga.
Vamos começar devagar e vou fazer um sinal para você passar depois
de algumas voltas.
Ok
professor. Vamos lá.
Nas duas
vêzes em que parei de pilotar, no retorno o resultado era
característico para mim. Recomeçava com um tempo ruim e ao final de
um treino estava igual ou até pior. É óbvio que as minhas
referencias não eram confiáveis nessa condição.
Ao andar
cinco voltas atrás do instrutor, este estabeleceu a referência
básica – o traçado que ele quer que seja seguido. Depois de tanto
tempo sem pilotar, na segunda volta me questionei se seria capaz de
baixar o tempo num único dia, a partir da hora em que começasse a
aumentar o ritmo.
Pois
quando êle fez sinal para que eu seguisse à sua frente, já entendi
que assim faria apenas se êle deixasse. Duvidei de mim mesmo, mas
ainda estava aquecendo. Mesmo a sensação sendo um pouco estranha, o
prazer da pilotagem está acima de qualquer coisa. Com a pista livre
à frente, duas voltas depois vi que estava sózinho na pista e o meu
instrutor no box. Ao final de dez voltas recebi sinal para entrar.
Aí as
coisas começaram a mudar.
Nem tôdo
mundo está disposto a acreditar que um tiozinho que completou 60
anos três semanas antes, ainda tem fôlego para pilotar. Tem fôlego
e sobra vontade, mas falta o que viria na sequência.
Acelerar
não basta. Traçado é fundamental, é óbvio, Manter um bom traçado
em alta velocidade é a atitude de pilotagem a ser compreendida e
posta em prática. Fazer isso de forma constante é outro ítem de
dificuldade a mais.
Na mureta
do box discutimos a aproximação na hum e a entrada no miolo numa
curva bem fechada. Na hum era preciso frear mais cêdo e mergulhar
menos. Acelerar somente no início da tangência, fechando o máximo
que pudesse. Caso contrário a curva ficaria longa demais.
A minha
proposta era fazer exatamente o que fôra instruído e ver o
resultado. Mais cinco voltas e sou chamado ao box, dessa vez com um
tempo 0.3s mais baixo.
Ainda
discutimos mais a frenagem e a atitude no volante. Era preciso ser
mais suave no início. Trocamos de kart na esperança de ter um freio
melhor.
Como já
estava aquecido saí acelerando e observando atentamente o grip dos
pneus. Ao final da primeira volta fiz um sinal de positivo e fui
procurar repetir tudo que havia sido solicitado. Bingo! Baixei mais
0.2s. O mestre já tinha entrado em ação e o cronômetro era o
indicador.
Retornando
novamente ao box, pedi à êle a fórmula para mais alguns décimos
mais rápido, ao que êle respondeu com um sorriso e o comentário de
que eu estava traçando bem e virando melhor. O restante
ficaria para depois do almôço.
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